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NÃO PODE FALTAR

ETHERNET E IPV6

Renato Cividini Matthiesen

O que é IPv6?

O IPv6 é a versão mais atual do Protocolo de Internet, que veio suprir o IPv4, principalmente em relação na excassez de endereços IPs na internet.

Fonte: Shutterstock.

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Praticar para aprender

Caro aluno, seja bem-vindo a esta segunda seção da unidade, na qual serão tratadas informações a respeito do padrão Ethernet, utilizado nas redes locais com grande intensidade, e sobre o protocolo IPv6, o qual, em conjunto com o IPv4, suportam o endereçamento e o roteamento das redes atuais. Considerando o padrão Ethernet, abordaremos também questões de cabeamento de redes.

As tecnologias de comunicação da camada de host de rede do conjunto de protocolos TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) utilizam o padrão Ethernet para redes cabeadas na maioria dos sistemas de redes locais. Este padrão acompanha o cenário das redes locais desde a década de 1970 e vem sendo modificado, considerando novas tecnologias de materiais para cabeamento, porém ainda mantém a sua essência para transmissão e controle da onda portadora no canal de comunicação.

Já o protocolo IPv6 deverá se tornar o padrão de endereçamento para redes na internet, considerando que o IPv4 possui limitações de volume de endereços disponíveis, mesmo considerando as técnicas de NAT (Network Address Translator) e o CDIR (Classless Inter-Domain Routing), que levam ao endereçamento alternativo e suportam a imensidão de dispositivos parametrizados dentro de redes locais de computadores.

Após finalizarmos os estudos do projeto de topologia, protocolos de rede, segmentação para a divisão da rede em sub-redes e definição de endereçamento IP mediante uma política estabelecida com endereços e máscaras de sub-rede no projeto de redes para o espaço de coworking, daremos sequência ao estudo de redes.

Convidamos você a estudar estes dois conceitos e dar seguimento ao projeto de redes na empresa de coworking através de uma nova etapa do projeto para implantação de estrutura de cabeamento e dispositivos na rede local com a utilização do protocolo IEEE 802, ou seja, o padrão Ethernet, o que reflete a instalação física de dispositivos e a definição de domínios de colisão e broadcast.

Para que a empresa de coworking, para a qual sua consultoria de rede está desempenhando uma consultoria de projeto de redes, tenha documentado toda a estrutura física implantada, é necessário um relatório apresentando os equipamentos, cabos e domínios de colisão e broadcast que serão utilizados para operacionalizar a rede implantada.

A compreensão sobre domínios de colisão e broadcast em uma rede Ethernet, a definição de equipamentos físicos e a definição de um novo padrão de endereçamento IPv6 devem melhorar ainda mais o projeto de rede que está em planejamento e seu desempenho.

Em uma nova fase da consultoria para implantação de um sistema de redes de computadores em uma empresa de espaços compartilhados para trabalho (coworking), houve uma nova solicitação para que a equipe de desenvolvimento do projeto pudesse apresentar informações mais detalhadas sobre os dispositivos que fazem parte da rede, a fim de identificar os equipamentos disponíveis em cada um dos setores do ambiente (Sistemas, Gerência, Clientes1, Reuniões, Clientes2, Visitantes), conforme relatado na Figura 2.24, e também possam ser descritos os domínios de colisão e de broadcast da rede. Esta análise fará com que a rede tenha uma documentação mais completa e deverá definir os domínios da topologia implementada via padrão Ethernet, ou seja, para a parte da rede cabeada.

A análise a ser realizada deverá levar em consideração a segmentação da rede com os dispositivos comutadores, que tem a capacidade de definir domínios de colisão e broadcast. O relatório deve apresentar os equipamentos da rede, o número de domínios de colisão e o número de domínios de broadcast, de acordo com a topologia proposta a seguir:

Figura 2.24 | Topologia de rede para análise dos domínios de colisão e broadcast
A imagem ilustra na parte central um Switch central, nele estão conectados dois roteadores wireless. Um está na parte superior, chamada de Visitantes, o outro está na parte inferior sala de reuniões. Também conectado ao switch central há um hub; na parte central com 5 computadores e 1 impressora ligados ao hub, local chamado de Clientes 2. Na parte inferior, há 4 computadores ligados a um switch, chamado de Clientes 1, esse switch está ligado a outro switch, na gerência que conecta 3 computadores e 2 impressoras, esse switch está ligado ao outro switch, em sistemas, que tem conectados 2 computadores, 1 impressora e 1 servidor, e esse switch está ligado ao switch central.
Fonte: elaborada pelo autor.

Deverá ser gerado o Relatório do projeto de redes: equipamentos de rede e análise de domínios de colisão e broadcast.

Reconhecer como são realizadas as operações de acesso ao meio (cabos) e dispositivos de rede no padrão Ethernet é importante para que se possa desenvolver uma rede de computadores com os dispositivos de repetição e gerenciamento de rede dentro de domínios de colisão e broadcast adequados. O endereçamento dentro do padrão IPv6 também contribui para o adequado controle de endereçamento e performance da rede.

As redes locais formam as estruturas chamadas de Local Area Network (LAN), que configuram os ambientes operacionais onde se localizam a maioria dos dispositivos conectados indiretamente à internet.

Em sua essência, a internet é descrita por Kurose e Ross (2013) como uma infraestrutura de redes que fornece serviços para aplicações distribuídas, interconectando centenas de milhões de dispositivos de computação ao redor do mundo. Estas aplicações distribuídas são operacionalizadas dentro de dispositivos dentro de redes local.

A seguir, conheceremos o padrão Ethernet como tecnologia utilizada na interconexão de redes locais, relacionada aos padrões e protocolos definidos na camada de host de rede da arquitetura TCP/IP. Se olharmos para o modelo OSI, estes protocolos atuam na camada de enlace de dados, que define e controla os dados transmitidos via dispositivos da camada física da rede.

Conceitos de Ethernet, domínios de broadcast e de colisão

Muitos padrões de rede foram desenvolvidos nestes últimos anos, dentre eles, projetos para redes pessoais, redes locais e redes metropolitanas, padronizados como IEEE 802 (Institute of Electrical and Electronic Engineers, e 802 define um padrão de redes). Segundo Forouzan (2010), o IEEE subdividiu a camada de enlace do modelo OSI em duas subcamadas: LLC (Logical Link Control) e MAC (Media Access Control) e criou vários padrões de camada física para diversos protocolos LAN. As normas definidas pelo IEEE 802 trazem diversas tecnologias para implementação de redes locais, algumas com ampla utilização na atualidade, outras ainda em desuso. O Quadro 2.4 apresentado a seguir mostra os subgrupos que perfazem as normas IEEE 802.

Quadro 2.4 | Padrões de redes definidos pelo IEEE 802
Padrão Definação/Padrão
IEEE 802.1 Primitivas de interface e gerência
IEEE 802.2 LLC (Logical Link Control)
IEEE 802.3 CSMA/CD Ethernet
IEEE 802.4 Token Bus
IEEE 802.5 Token Ring
IEEE 802.6 Redes Metropolitanas
IEEE 802.7 Redes Metropolitanas
IEEE 802.8 Redes de Fibra Óptica
IEEE 802.10 Segurança em LAN
IEEE 802.11 CSMA/CA Wireless
IEEE 802.12 AnyLAN
IEEE 802.15 Rede PAN Bluetooth
IEEE 802.16 Rede Metropolitana Wi-Max
Fonte: adaptado de Tanenbaum (1997, p. 254).

Conforme relata Comer (2016), a Ethernet é uma tecnologia LAN desenvolvida pela Xerox PARC e padronizada pela Digital Equipment Corporation, pela Intel e pela Xerox. O responsável pela tecnologia foi Robert Metcalfe, que trabalhava na Xerox na década de 1970 e que mais tarde fundou a 3Com. A tecnologia Ethernet foi padronizada pelo IEEE em 1985 e vem sendo utilizada por 35 anos como a principal tecnologia de rede local. Embora os dispositivos de hardware, cabeamento e meios usados com ela tenham mudado, o seu funcionamento continua praticamente o mesmo.

Assimile

Os padrões de rede que se mantiveram ativos e são atualmente utilizados nas redes locais e pessoais são o IEEE 802.3, padrão para redes locais cabeadas, definido como Ethernet; o IEEE 802.11, mais recente e padrão para redes locais sem fio (wireless), conhecido como Wi-Fi; e o IEEE 802.15, usado em redes pessoais sem fio e conhecido como bluetooth.

A seguir, faremos um estudo mais aprofundado sobre o padrão IEEE 802.3. O conceito de Ethernet é considerado por Tanenbaum (2011) como o padrão de redes locais mais utilizado no mundo. Este tipo de rede é classificado pelo autor como Ethernet clássica, que resolve problemas de acesso múltiplo ao meio compartilhado, e a Ethernet comutada, utilizada em dispositivos, como switches, para conectar os dispositivos da rede. A Ethernet comutada oferece velocidades e tecnologias físicas de conexão diferentes, mas utiliza o mesmo padrão de controle de colisões de onda portadora ao utilizar um meio compartilhado, ou seja, o cabo de rede. A Figura 2.25 apresenta um estudo original de uma rede Ethernet, em que um mesmo meio de comunicação é compartilhado por diversos dispositivos conectados na rede.

Figura 2.25 | Desenho do padrão Ethernet de Robert Metcalfe
Fonte: Computer History.

Em uma rede com padrão Ethernet, há dois assuntos importantes. O primeiro diz respeito ao meio de conexão, ou seja, ao cabo de rede. A segunda se refere à operação na utilização de um mesmo canal de comunicação e controle da transmissão.

Cabeamento

Os cabos e os conectores utilizados nesta tecnologia compõem o meio físico da comunicação. No passado, foram utilizados cabos coaxiais; depois, cabos metálicos de par trançado, úteis nos dias atuais junto aos cabos de fibra óptica.

Comer (2016) resume que, da mesma forma que as versões anteriores das redes Ethernet, a primeira tecnologia de par trançado operava a 10 Mbit/s, denominada 10BaseT. Uma versão nomeada formalmente de 100BaseT que opera a 100 Mbit/s é conhecida comercialmente como Fast Ethernet. Uma terceira versão, chamada Gigabit Ethernet, ou Gig-E, opera a 1.000 Mbit/s, o que equivale a 1 Gbit/s. O hardware para as redes Ethernet de maior velocidade detecta automaticamente quando um dispositivo de baixa velocidade está conectado e reduz sua velocidade de acordo com ele para que a operação seja adequada ao dispositivo e à tecnologia conectada. O Quadro 2.5 mostra alguns padrões Ethernet.

Quadro 2.5 | Padrões Ethernet
Padrão Cabo Capacidade Comprimento (m)
10base2 Coaxial fino 10 Mbps 185
10base5 Coaxial grosso 10 Mbps 500
10baseT Par trançado CAT3 10 Mbps 100
100baseTX Par trançado CAT5 100 Mbps 100
1000baseT Par trançado CAT5/6 1000 Mbps 100
10GbaseT Par trançado CAT 6 10 Gbps 55 ou 100
100BaseFX Fibra óptica multimodo 100 Mbps 2000
1000BaseLX Fibra óptica monomodo/multimodo 1000 Mbps 550
1000BaseSX Fibra óptica multimodo 1000 Mbps 550
10GBaseSR Fibra óptica multimodo 10 Gbps 550
10GBaseLX4 Fibra óptica multimodo 10 Gbps 550
Fonte: adaptado de Filippetti (2008, p. 55-57).
Assimile

As versões mais conhecidas do padrão IEEE 802.3 são:

  • IEEE 802.3u: define os padrões da Fast Ethernet com velocidade de transmissão de 100 Mbps, representada pelos padrões 100BaseTX, 100BaseT e 100BaseFX.
  • IEEE 802.3z: define os padrões da Gigabit Ethernet com utilização de cabo de fibra óptica e velocidade de 1000 Mbps, representada pelos padrões 1000BaseLX, 1000BaseSX e 1000BaseCX.
  • IEEE 802.3ab: define os padrões da Gigabit Ethernet com utilização de cabo metálico e par trançado e velocidade de 1000 Mbps e padrão 1000Base-T.
  • IEEE 802.3ae: define o padrão da 10 Gigabit Ethernet com velocidade de 10 Gbps com utilização de cabo de fibra óptica e utilizada para backbones e representada pelos padrões 10GBaseZR, 10GBaseSR, 10GBaseLRM e 10GBaseCX4.
  • IEEE 802.3an: define o padrão da 10 Gigabit Ethernet com velocidade de 10 Gbps com utilização de cabo metálico de par trançado.

Mais recentemente, em 2012, houve a publicação do padrão IEEE 802.3-1012 com definições de eficiência energética, redes veiculares, data center e distribuição de conteúdo com velocidades de 40 a 100 Gbps.

O cabeamento metálico para redes Ethernet exige que se utilizem um padrão de pinagem, para que os pares de fios que compõem um cabo de par trançado realizem a transmissão de forma adequada. O Quadro 2.6 traz a sequência de pinagem (sequência de fios na ligação com o conector RJ 45) padronizada como TIA/EIA T568A. No quadro, o TX representa transmissão; RX, recepção; BI, comunicação bidirecional; D1-4, o caminho em que o fio está posicionado.

Quadro 2.6 | Padrão de operação de um cabo de par trançado
Pino Cor do fio Função
1 Branco-verde TX D1+
2 Verde TX D1-
3 Branco-laranja RX D2+
4 Azul BI D3+
5 Branco-azul BI D3-
6 Laranja RX DE-
7 Branco-marrom BI D4+
8 Marrom BI D4-
Fonte: adaptado de Comer (2016, p. 227).

De forma ilustrativa, a Figura 2.26 apresenta os padrões TIA/EIA T568A e T568B, que podem ser utilizados na montagem de um cabo de rede de par trançado junto ao seu conector RJ45.

Figura 2.26 | Padrões de conexão de cabos Ethernet TIA/EIA T568A (esquerda) e T568B (direita)

Par 1: + Azul-branco e – Azul
Par 2: + Laranja-branco e – Laranja
Par 3: + Verde-branco e – Verde
Par 4: + Marrom-branco e – Marrom

Fonte: Wikimedia Commons.
Exemplificando

As redes Ethernet utilizam, aa maioria dos projetos, dois tipos de cabos para conexão física dos dispositivos de rede. Um deles é o cabo metálico de par trançado, e o outro é o cabo de fibra óptica. Ambos os tipos de cabos possuem especificações para cada categoria de rede Ethernet. Uma rede local normalmente utiliza um cabo de par trançado Cat6 que opera em velocidade de 1 Gbps, mas permite velocidades até 10 Gbps com comprimentos de enlace até 100 metros. Cabos Cat7 e Cat8 também são padrões utilizados em redes locais e oferecem velocidades maiores, porém com menores comprimentos de enlace. Os cabos de fibra óptica são utilizados normalmente para backbones (linhas principais de interligação de redes), que interligam switches e canais de comunicação com operadoras, mas também são utilizados para conexão local de dispositivos.

O cabeamento óptico nas redes Ethernet utiliza fibras ópticas em formato de cabos sempre em pares, sendo um fio utilizado para a transmissão de dados e outro para recepção.

Os cabos ópticos são classificados em cabos monomodo e multimodo. Os cabos monomodo, chamados de Single Mode Fiber (SMF), têm um maior desempenho e possuem espessura em torno de 10 mícron. Já os cabos multimodo, chamados de Multiple Mode Fiber (MMF), são mais grossos, com espessura de 50 a 62,5 mícron. Conforme apresenta Tanenbaum (2011), enquanto um cabo multimodo varia de 300 metros até 2.000 metros de comprimento, cabos monomodo podem chegar a 40.000 metros (ou 80.000, segundo alguns fabricantes) sem a utilização de repetidores. As redes locais utilizam as fibras multimodo em sua implementação. Importante salientar que estes padrões e tecnologias estão em constante evolução. A Figura 2.27 apresenta o comportamento do sinal luminoso dentro da fibra óptica em suas janelas de operação em fibras monomodo e multimodo.

Figura 2.27 | Cabos de fibra óptica monomodo e multimodo
Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.

Operação, velocidades e comutação

Caro aluno, conhecemos a tecnologia Ethernet e um pouco mais sobre o cabeamento metálico de par trançado. Agora, verificaremos sobre os meios de transmissão dentro desta tecnologia.

O protocolo Ethernet é um padrão de comunicação que compartilha um mesmo meio de comunicação (cabo) com todos os dispositivos de rede (hosts). Para transmissão, um dispositivo verifica a disponibilidade do canal e transmite. Caso haja outro dispositivo também transmitindo, ocorrerá uma colisão, a transmissão é interrompida e refeita em um tempo aleatório controlada pelo algoritmo do protocolo de acesso múltiplo ao meio compartilhado. Este protocolo é o CSMA (Carrier Sense Multiple Access), o qual, conforme Forouzan (2010), faz a transmissão em um meio compartilhado via três algoritmos:

  1. CSMA não persistente: se o meio de transmissão estiver ocupado, o dispositivo aguarda um tempo para retransmitir.
  2. CSMA 1 persistente: o dispositivo verifica a rede até que o meio fique livre para transmissão.
  3. CSMA p-persistente: o algoritmo calcula a probabilidade de colisão e, quando livre e com baixa possibilidade de colisão, realiza a transmissão.

O CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection) utilizado no padrão Ethernet tem um mecanismo de detecção de colisão, no qual os dispositivos da rede verificam colisões e controlam a retransmissão dos dados no canal compartilhado.

De acordo com Filippetti (2008), o padrão Ethernet com o CSMA/CD utiliza uma topologia em estrela e define uma rede comutada por um elemento central chamado de switch (antes eram utilizados apenas hubs) ou roteadores. A apresentação de uma topologia de rede comutada no padrão Ethernet é apresentada na Figura 2.28 a seguir.

Figura 2.29 | Rede em topologia estrela com um comutador (switch)
A imagem ilustra um Switch e a ele estão ligados 3 computadores, 2 laptops, 1 impressora e 1 servidor
Fonte: elaborada pelo autor.

Em uma rede Ethernet, podem ocorrer colisões de duas formas, sendo uma pelo domínio de colisão e outra pelo domínio de broadcast.

No domínio de colisão, os pacotes da rede têm a possibilidade de efetuar colisão uns com os outros, o que leva à degradação da performance da rede, pois faz com que muitas retransmissões sejam necessárias. Esta situação se agrava ainda mais quando há equipamentos de comutação (hubs) em formato de cascata, ou seja, interligados, formando uma topologia híbrida de estrela e árvore para expansão do número de dispositivos na rede.

Já no domínio de broadcast é possível determinar o limite que o pacote pode chegar utilizando-se um dispositivo comutador de rede local que operacionalize a comunicação com outro dispositivo sem que seja utilizado um roteador.

Os dispositivos comutadores possuem, desta forma, um importante papel para a performance de uma rede de computadores em domínios de colisão e broadcast. Estes dispositivos podem ser:

A Figura 2.29 traz um exemplo de uma rede um pouco mais complexa, na qual os dispositivos de rede são utilizados para implementar o modelo Ethernet para uma rede local com domínio de colisão. Verifique que o roteador separa os domínios de broadcast em três domínios. No domínio de colisão à direita do roteador, a topologia é conectada por hubs, formando um único domínio de colisão e broadcast. À esquerda do roteador, há dois domínios de colisão, formados pelos switches, e abaixo do roteador há um domínio de colisão formado por um único switch.

Figura 2.29 | Rede em topologia com domínio de colisão
 A imagem mostra no topo um servidor, server 0, abaixo e ligada a esse servidor estão à esquerda um switch, switch 0, no centro um roteador, router 0 e à direita um Hub, Hub 0. Abaixo do Switch 0 e ligados a ele há outros dois switchs, o switch 3 à esquerda e o switch 2 à direita. Abaixo e ligados ao Switch 3 há dois computadores, o PC 0 e PC 1. Abaixo e ligados ao Switch 2 há dois computadores, o PC 2 e PC 3.  Abaixo do Router 0 e ligado a ele há uma ponte, bridge 0, abaixo e ligada a essa ponte há um switch, switch 1, e abaixo e ligada a ele há um computador o PC 8. Abaixo do Hub 0 e ligados a ele há outros dois hubs, hub 2 à esquerda e hub 1 à direita. Abaixo e ligados ao Hub 2 há dois computadores, o PC 4 e PC 5.  Abaixo e ligados ao Hub 1 há dois computadores, o PC 6 e PC 7.
Fonte: adaptada de Nunes (2017).

Assim finalizamos nosso estudo sobre operação de uma rede Ethernet, observando que esta tecnologia utiliza o método CSMA/CD para compartilhamento de um único canal de comunicação e dispositivos de rede, como hubs, switches, roteadores e pontes para definição de domínios de colisão e broadcast. Este planejamento faz com que uma rede tenha a performance adequada dentro das possibilidades de utilização de equipamentos de comutação.

Saiba mais

O cabeamento utilizado dentro do padrão IEEE 802.3, ou seja, o padrão Ethernet, teve importantes evoluções tecnológicas nos últimos 50 anos. Comer (2016) relata que desde a versão original, na década de 1970, a Ethernet passou por várias alterações, sendo que a mais significativa foi no cabeamento. O cabo de rede utilizado no primeiro padrão Ethernet era chamado de Thicknet, ou cabo Ethernet grosso, passando pelos cabos Thinnet, chamados de cabo Ethernet, ou coaxial fino, pelos cabos de par trançado e hubs, utilizou diferentes tipos de conectores e chegou a padrões de cabos metálicos de par trançado mais atuais, que suportam redes Gigabit Ethernet.

A leitura da Seção 15.7, Evolução da Ethernet e cabos Thicknet, do Capítulo 15, Tecnologias de LAN com fio (Ethernet e 802.3), do livro Redes de Computadores e internet, de Comer (2016), é prazerosa e traz informações sobre a evolução histórica e aplicada na prática de cabos de rede no padrão Ethernet.

IPv6 (Internet Protocol version 6)

Conforme sustentam Kurose e Ross (2013), o projeto de endereçamento IPv6 teve início na década de 1990, mediante um aumento expressivo de número de computadores e dispositivos que se interconectavam às redes de computadores. Atualmente, o conceito de IoT (Internet of Things) corrobora com um aumento exponencial no número de sensores e dispositivos que estão sendo conectados à internet. Importante observar que o esgotamento do IPv4 ocorreu em 2014.

O projeto do IPv6 foi liderado pela IETF (Internet Engineering Task Force) e contou com a participação da LACNIC (Latin American and Caribbean Internet Addresses Registry), com um estudo e monitoramento a respeito do esgotamento de endereços IPv4 disponíveis no mundo.

Com a intenção de desenvolver um novo protocolo de endereçamento e roteamento de rede, o IPv6 veio para suprir algumas necessidades além das possibilidades do protocolo IPv4:

  1. Resolver a escassez de endereços IPs na internet.
  2. Simplificar o cabeçalho do endereço IP.
  3. Deixar como opcional alguns campos de cabeçalho IP, para facilitar o roteamento de pacotes na rede.
  4. Melhorar a segurança das transmissões, adicionando o IPSec (Internet Protocol Secure).

A Figura 2.30 apresenta o formato de um datagrama IPv6.

Figura 2.30 | Formato do datagrama IPv6
A imagem mostra na parte superior um texto 32 bits, abaixo há três retângulos com os respectivos textos: Versão, Classe de tráfego e rótulo de fluxo, abaixo há outros três retângulos com os textos, comprimento da carga útil, próximo cabeçalho (Hdr) e limite de saltos, abaixo há outro retângulo com o texto Endereço de origem (128 bits), baixo há outro retângulo com o texto Endereço de destino (128 bits) e por último um retângulo com o texto Dados.
Fonte: Kurose e Ross (2013, p. 264).

É importante salientar que o datagrama IPv6 também pode ser composto por 64 bits, conforme sustenta IPv6.BR (2020).

A seguir, é apresentada uma breve descrição dos campos do datagrama IPv6.

Comer (2015) sustenta que, da mesma forma que o IPv4, o IPv6 atribui um endereço exclusivo para cada conexão entre um computador e uma rede física. Um endereço IPv6 possui 128 bits, o que permite um total de 340 undecilhões de endereços (2128), em um formato de oito grupos de quatro dígitos hexadecimais. Conforme apresenta Stallings (2016), a combinação de endereços longos e diversos por interface permite melhor eficiência de roteamento pelo IPv4. Ainda de acordo o mesmo autor, a notação para um endereço IPv6 usa oito números hexadecimais para representar os oito blocos de 16 bits no endereço de 128 bits, com os números separados por dois pontos (:). Exemplo: 835C:5B9D:BC27:0000:0000:0000:C4B8:1FBB. Este número realmente é muito grande e suficiente para que possamos endereçar os dispositivos das redes pessoais, locais, metropolitanas, globais e os dispositivos de IoT na internet. A Figura 2.31 apresenta a composição de um endereço IP de 128 bits.

Figura 2.31 | Formato do endereço IPv6
Fonte: elaborada pelo autor.

Um endereço IPv6 tem sua composição diferenciada de um endereço IPv4, apesar de ter uma mesma abordagem na atribuição aos hosts. Como nos endereços em notação CDIR (Classless Inter-domain Routing), a divisão entre parte da rede (prefixo) e parte do host (sulfixo) no endereço ocorre em limites flexíveis na utilização de seus bits. O endereço IPv6 possui três níveis de hierarquia, conforme sustenta Comer (2015). Um prefixo inicial é um valor único e global usado para roteamento na internet, atribuído a uma organização. A segunda parte do endereço identifica a sub-rede (ou seja, a própria rede) da organização. A terceira parte especifica o host de rede.

Um endereço IPv4 tem tamanho variável e definido por um ISP (Internet Service Provider), ou servidor de serviços de internet, em conformidade com a necessidades de volume de hosts de uma empresa cliente. A terceira parte do endereço tem tamanho fixo de 64 bits, formando um prefixo global de /64. A Figura 2.32 apresenta a estrutura de um endereço IPv6.

Figura 2.32 | Formato do endereço IPv6
Fonte: Comer (2015, p. 316).

Segundo Stallings (2016), o protocolo IPv6 permite a definição de três tipos de endereços: unicast, anycast e multicast.

Assimile

Os blocos de um endereço IPv4 são chamados de octetos, pois possuem oito símbolos binários (bits), que variam de 00000000 a 11111111. Os blocos de um endereço IPv6 são chamados de decahexateto ou duocteto, pois possuem quatro símbolos hexadecimais, os quais variam de 0000 até FFFF. Veja a composição do endereço IPv6 exemplificado no texto: 835C:5B9D:BC27:0000:0000:0000:C4B8:1FBB.

Com o objetivo de manter os dois protocolos coexistentes e interoperáveis, ou seja, que possam ser utilizados e se prover de endereçamento e roteamento nas redes de computadores que podem ser configuradas apenas com endereços IPv4, apenas com endereços IPv6 ou com os dois protocolos, o que se chamou de Pilha Dupla (Dual Stack). Dispositivos de rede que suportam o conceito de Pilha Dupla defendido por Kurose e Ross (2013) os hosts configurados com IPv6 também devem possuir uma implementação IPv4 completa, o que os determinará como IPv6/IPv4. Na operação de um dispositivo configurado como Pilha Dupla, as mensagens oriundas da camada de Aplicação serão encapsuladas na Pilha Dupla, para que a mensagem enviada à camada de enlace e física (host de rede no TCP/IP) seja enviada ao meio disponível, onde podem ocorrer duas situações: 1. Mensagem com formato IPv4 é encapsulada com Ipv6; 2. Mensagem com formato IPv6 é encapsulada com IPv4.

Exemplificando

Dispositivos de rede, ou seja, hosts que estiverem configurados com o protocolo IPv6, deverão também ter uma implementação IPv4. Ao interagir um host IPv4, um host IPv6/IPv4 poderá usar datagramas IPv4; ao interagir com um host IPv6, poderá utilizar o IPv6. Hosts IPv6/IPv4 possuem endereços IPv6 e IPv4. Dispositivos de rede, como computadores, câmeras IP, impressoras, smartphones e dispositivos de IoT, devem estar configurados com a opção de Pilha Dupla.

Os endereços IPv6s e as máscaras (e sub-rede, se desejado) precisam ser informados em cada host da rede. Segue, na Figura 2.33, um exemplo de configuração de endereço IPV6 e máscara de rede (e/ou sub-rede) em um sistema Windows. Os servidores DHCP também podem ser configurados para configuração automática de endereços em hosts em uma rede.

Figura 2.33 | Exemplo de configuração de endereço IPv6
 A imagem mostra uma captura de tela de configuração, propriedades de protocolo IP Versão 6 (TCP IP v6),  na guia Geral, há um texto descritivo e em seguida há duas opções: Obter um endereço IP v6  automaticamente e Usar os seguintes endereços de servidor DNS, ambas estão marcadas, na primeira opção há os itens: Endereço IP v6: 2005 : A0CB : EF : : 1005, comprimento do prefixo da sub-rede: 64 e Gateway padrão: 2005 : 0DB : A0C8 : EF : : 1. Na segunda opção há dois itens: Servidor DNS preferencial: 2005 : 0DB : A0C8 : EF : : 100 e Servidor DNS alternativo: não preenchido.
Fonte: captura de tela elaborada pelo autor.

Tradução de endereços e coexistência

A comunicação entre hosts que operam em um ambiente onde as duas versões do protocolo IP são utilizadas também pode contar com um protocolo de tradução de endereços, como o Network Address Translation (NAT). Este protocolo implementa um mecanismo de tradução de endereços IPv4 em endereços IPv6 com equivalência de valor.

Como exemplo de tradução de endereço IP, tomaremos o número IPv4 192.168.0.1. Para fazer a conversão do endereço, faça as seguintes etapas:

192.168.0.1 = 11000000.10101000.00000000.00000001

1100 0000 . 1010 1000 . 0000 0000 . 0000 0001

1100 = 12 e 0000 = 0

1010 = 10 e 1000 = 8

0000 = 0 e 0000 = 0

0000 = 0 e 0001 = 1

1100 = 12 = C e 0000 = 0 ➔ O primeiro duocteto fica C0.

1010 = 10 = A e 1000 = 8 ➔ O segundo duocteto fica A8.

0000 = 0 e 0000 = 0 ➔ O terceiro duocteto fica 00.

0000 = 0 e 0001 = 1 ➔ O quarto duocteto fica 01.

C0A8:0001.

0:0:0:0:0:FFFF:COA8:0001.

::FFFF:C0A8:0001.

Com os dispositivos configurados nas redes, os hosts devem ter também um mecanismo para que o roteamento das mensagens ocorra. Os hosts configurados com IPv4/IPv6 possuem suporte aos dois protocolos, não necessitando de técnicas de transição. Já um dispositivo configurado apenas com IPv4 ou IPv6 suportará operações de roteamento somente conforme o protocolo configurado.

Outra técnica adotada para a coexistência e interoperabilidade entre as diferentes versões do IP é o mecanismo de 6to4, o qual permite que redes IPv6 tenham a comunicação entre os roteadores de forma automática. Roteadores 6to4 encaminham os dois endereços (Ipv4 e Ipv6) dos hosts, e os dispositivos clientes (hosts) devem estar configurados com os endereços IPv4. A Figura 2.34 apresenta uma topologia com exemplo de implementação de mecanismo 6to4.

O tunelamento na rede permite que o IPv4 possa encaminhar pacotes ao IPv6 através de algumas possibilidades:

  1. Roteador a roteador: o IPv6 é encapsulado dentro de um pacote IPv4 no início da transmissão.
  2. Roteador a host: um host com IPv4 envia pacotes a um host IPv6, e o pacote utiliza-se da configuração de Pilha Dupla do roteador para alcançar o host de destino através de um túnel entre o roteador e o host destino.
  3. Host a host: um host configurado com Pilha Dupla se comunica com outro host em uma rede configurada com o protocolo IPv4 via tunelamento entre os hosts.

Outro mecanismo, chamado de Tunel Broker, encapsula o pacote IPv6 dentro do pacote IPv4 e permite que seja realizado o roteamento do pacote na rede através de um túnel em redes configuradas como IPv4 e necessidade de interoperabilidade com sites IPv4/IPv6.

A última técnica utilizada para interoperabilidade entre o IPv4 e IPv6 é a Intra-Site Automatic Tunnel Addressing Protocol (ISATAP). Ela possibilita utilizar endereços atribuídos pelo servidor DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol) com IPv4 para dispositivos com tunelamento de IPv6. Interessante observar que o ISATAP é default para sistemas operacionais Windows. Você pode reconhecer o endereço ISATAP com a utilização do comando ipconfig no prompt de comando. A Figura 2.34 apresenta um exemplo com topologia de túnel 6to4.

Figura 2.34 | Exemplo de topologia para implementação de técnica de túnel 6to4
A imagem mostra na parte 3 roteadores, um ao centro chamado de internet, um à esquerda chamado de Roteador – SP e outra à direita chamado de Roteador RJ, eles estão ligados por uma linha vermelha e com o endereço 203.0.113.5 /30. Abaixo e ligado ao roteador SP há um switch, chamado de SW 1 com uma identificação ::1, ligados a eles há 2 computadores um com endereço 2001:DB8:CAFE:1:: e o outro 2001:DB8:CAFE:1::12. Em volta do switch e dos dois computadores há um círculo com o endereço 2001:DB8:CAFE:1:: /64. Abaixo e ligado ao roteador RJ há um switch, chamado de SW 2 com uma identificação ::1, ligados a eles há 2 computadores um com endereço 2001:DB8:CAFE:2:: e o outro 2001:DB8:CAFE:2::12. Em volta do switch e dos dois computadores há um círculo com o endereço 2001:DB8:CAFE:2:: /64
Fonte: adaptada de LabCisco.

Diferenças entre IPv4 e IPv6

As principais diferenças entre os protocolos IPv4 e IPv6 referem-se ao tamanho do endereço, à quantidade de endereços disponíveis para utilização, à representação do endereço, ao roteamento, à segurança e às questões de qualidade de serviço (Quality of Services – QoS). O Quadro 2.7 apresenta um comparativo de algumas características entre o endereço IPv4 e IPv6.

Quadro 2.7 | Comparação entre os protocolos IPv4 e IPv6
Área IPv4 IPv6
Endereços 232 2128
Campos 14 8
MTU mínimo 576 bytes 1280 bytes
Representação 4 grupos de 8 bits 8 grupos de 16 bits
Roteamento Tabela grande Cabeçalho
Segurança Não há IPSeg
QoS Não há Com garantia
Fonte: adaptado de Forouzan (2010).

Segundo Tanenbaum (2011), os administradores de redes e os provedores de internet deverão suportar a interoperabilidade entre os dois protocolos, o IPv4 e o IPv6, por algum tempo ainda, porém esta coexistência deverá trazer alguns problemas de gerenciamento. Alguns deles são:

As informações técnicas apresentadas suportam a configuração de ambientes de rede de computadores com protocolos IPv4, IPv6 e, principalmente, com a coexistência e interoperabilidade dos dois protocolos no mesmo ambiente.

Reflita

Um endereço IPv4 é composto por quatro blocos de oito bits cada, totalizando 32 bits, o que resulta em uma quantidade de endereços para hosts diretamente interligados à internet de aproximadamente 4.3 bilhões, ou seja, 232 endereços. A sua utilização em redes locais privadas, porém, pode incrementar este número de endereços, por serem redes isoladas da internet, através de seus servidores e controles de atribuição de endereços pelos provedores de serviços de conexão à internet.

Já um endereço IPv6 é composto por oito blocos de 16 bits cada, totalizando 128 bits, o que representa uma quantidade de endereços para hosts diretamente interligados à internet de 340 undecilhões. O número é grande, mesmo considerando previsões de termos mais de 10 trilhões de dispositivos de IoT (Internet of Things) interconectados até o ano de 2030, conforme previsto por Diamandis e Kotler (2018).

Qual deverá ser a versão de IP para endereçamento de dispositivos de IoT adequado? 

Caro aluno, esta seção trouxe para você importantes conceitos a respeito do padrão Ethernet (IEEE 802.3) e suas diferentes versões utilizadas para implementação de sistemas de redes de computadores locais através de cabos, com uma tecnologia amplamente utilizada nos últimos 30 anos. De forma complementar, e com grande importância, trouxe também informações sobre o IPv6 como uma versão atualizada do protocolo IP para endereçamento e roteamento de redes, que deverá ser utilizado como padrão de endereçamento de redes junto à versão IPv4. Estas informações são fundamentais para que um profissional de tecnologia da informação possa projetar e implementar uma rede de computadores com performance adequada.

Faça valer a pena

Questão 1

O padrão Ethernet para redes de computadores pode utilizar cabos metálicos e cabos ópticos na implementação física do meio de transmissão em camada de host de rede do conjunto de protocolos TCP/IP (ou camada física no modelo de referência OSI). A comunicação de dados em nível de enlace ocorre utilizando um protocolo de acesso múltiplo ao meio compartilhado nestas redes, de forma que um único cabo é utilizado para a comunicação entre hosts.

Assinale a alternativa que apresenta o nome do protocolo de acesso ao meio compartilhado utilizado no padrão Ethernet:

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Correto!

O CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection) é o protocolo padrão utilizado em redes Ethernet que compartilham o mesmo meio físico de transmissão com a gestão de colisões. Este padrão é definido por IEEE 802.3. A tecnologia Ethernet foi padronizada pelo IEEE em 1985 e vem sendo utilizada por 35 anos como a principal tecnologia de rede local. É um protocolo que faz a transmissão em um meio compartilhado via três algoritmos:

  1. CSMA não persistente: se o meio de transmissão estiver ocupado, o dispositivo aguarda um tempo para retransmitir.
  2. CSMA 1 persistente: o dispositivo verifica a rede até que o meio fique livre para transmissão.
  3. CSMA p-persistente: o algoritmo calcula a probabilidade de colisão e, quando livre e com baixa possibilidade de colisão, realiza a transmissão.

Vamos recordar que o CSMA/CD utilizado no padrão Ethernet tem um mecanismo de detecção de colisão, com o qual os dispositivos da rede verificam colisões e controlam a retransmissão dos dados no canal compartilhado.

O CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Access with Collision Avoidance) é um protocolo de camada física/enlace do modelo OSI ou host de rede na arquitetura TCP/IP, porém não é o padrão de redes Ethernet, e sim de redes Wi-Fi, utilizado na comunicação wireless. Este padrão é definido por IEEE 802.11.

O PPP (Point to Point Protocol) é um protocolo de camada de enlace/física, ou host de rede na arquitetura TPC/IP, utilizado em ligações diretas entre dois hosts (ou nós de rede), porém não é o padrão Ethernet.

O UDP (User Datagram Protocol) é um protocolo de camada de transporte.

O HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) é um protocolo de camada de aplicação (TANENBAUM, 2011). 

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Questão 2

Conforme sustentam Kurose e Ross (2013), a partir da década de 1990, a comunidade responsável pelas tecnologias de rede de computadores, especificamente pelo protocolo IP, passou a buscar uma alternativa para substituição do protocolo utilizado no final do século XIX, que já vinha sendo utilizado desde o surgimento da ARPAnet (Advanced Research Project Agency Network).

Com a intenção de desenvolver um novo protocolo de endereçamento e roteamento de rede, o ____________ veio para suprir algumas necessidades além das possibilidades do protocolo __________, que eram: 1. Resolver a ____________ de endereços IPs na internet; 2. Simplificar o cabeçalho do endereço IP; 3. Deixar como opcionais alguns campos de cabeçalho IP para facilitar o roteamento de pacotes na rede; 4. Melhorar a segurança das transmissões, adicionando o ____________ para prover segurança ao protocolo.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Correto!

Com a intenção de desenvolver um novo protocolo de endereçamento e roteamento de rede, o IPv6 veio para suprir algumas necessidades além das possibilidades do protocolo Ipv4, que eram: 1. Resolver a escassez de endereços IPs na internet; 2. Simplificar o cabeçalho do endereço IP; 3. Deixar como opcionais alguns campos de cabeçalho IP para facilitar o roteamento de pacotes na rede; 4. Melhorar a segurança das transmissões, adicionando o IPSec (Internet Protocol Secure) para prover segurança ao protocolo.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Questão 3

O planejamento de topologia de uma rede padrão Ethernet precisa levar em consideração o volume de dispositivos conectados e endereçados na rede mediante a utilização de dispositivos chamados de comutadores, os quais buscam comutar a transmissão com os hosts na rede. Os dispositivos estão dentro de um ambiente de acesso múltiplo ao meio compartilhado e têm um importante papel referente à performance da rede.

Considerando as características de uma rede Ethernet e os dispositivos comutadores que pertencem a este padrão de rede, analise as afirmativas a seguir:

  • Em uma rede Ethernet, podem ocorrer colisões de duas formas, sendo uma pelo domínio de colisão e outra pelo domínio de broadcast.
  • No domínio de colisão, os pacotes da rede têm a possibilidade de efetuar colisão uns com os outros, o que leva à degradação da performance da rede, pois faz com que muitas retransmissões sejam necessárias.
  • Um hub é um dispositivo que faz comutação em uma rede com a repetição das mensagens para todas as suas portas de conexão, formando um único domínio de colisão e broadcast.
  • Um switch é um dispositivo capaz de formar um domínio de colisão em cada porta de comunicação e formar um único domínio de broadcast. Dispositivo fundamental na operação das redes de computadores na atualidade.

Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em:

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar novamente.

Correto!

Todas as assertivas estão corretas.
Em uma rede Ethernet, podem ocorrer colisões de duas formas, sendo uma pelo domínio de colisão e outra pelo domínio de broadcast.
No domínio de colisão, os pacotes da rede têm a possibilidade de efetuar colisão uns com os outros, o que leva à degradação da performance da rede, pois faz com que muitas retransmissões sejam necessárias. Esta situação se agrava ainda mais quando há equipamentos de comutação (hubs) em formato de cascata, ou seja, interligados, formando uma topologia híbrida de estrela e árvore para expansão do número de dispositivos na rede. Já no domínio de broadcast, é possível determinar o limite que o pacote pode chegar utilizando-se um dispositivo comutador de rede local que operacionalize a comunicação com outro dispositivo sem que seja utilizado um roteador.

  • Hub: são dispositivos concentradores que fazem comutação em uma rede com a repetição das mensagens para todas as suas portas de conexão, formando um único domínio de colisão e broadcast. Estes dispositivos foram muito importantes no cenário das redes, mas encontram-se praticamente em desuso na implantação de novas redes.
  • Switch: dispositivo capaz de formar um domínio de colisão em cada porta de comunicação e formar um único domínio de broadcast. Dispositivo fundamental na operação das redes de computadores na atualidade.
  • Router: ou roteador, dispositivo que opera na camada 3 (inter-rede) do conjunto de protocolos TCP/IP e quebram o domínio de broadcast, pois operacionalizam roteamento na rede. São dispositivos utilizados nas redes de computadores da atualidade.
  • Bridge: ou ponte, são dispositivos que podem separar domínios de colisão e estão presentes dentro dos switches.

Referências

COMER, D. E. Redes de Computadores e Internet. 6. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2016.

DIAMANDIS, P. H.; KOTLER, S. Oportunidades Exponenciais: um manual prático para transformar os maiores problemas do mundo nas maiores oportunidades de negócio. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.

FILIPPETTI, M. A. CCNA 4.1: Guia completo de estudos. Florianópolis, SC: Visual Books, 2008.

FOROUZAN, B. A. Comunicação de dados e redes de computadores. 4. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2010.

GOMES, A. IPv6: entenda por que este padrão é indispensável. Olhar Digital, 2020. Disponível em: https://olhardigital.com.br/video/ipv6-entenda-por-que-o-padrao-e-indispensavel/109920. Acesso em: 1º out. 2020.

IPV6.BR. Cabeçalho. 2020. Disponível em: http://ipv6.br/post/cabecalho/. Acesso em: 14 nov. 2020.

KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de computadores e a internet: uma abordagem top-down. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

NUNES, S. E. Redes de Computadores. Londrina, PR: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2017.

STALLINGS, W. Redes e Sistemas de Comunicação de Dados. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156708/. Acesso em: 21 out. 2020.

TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

Bons estudos!

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