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O sistema nervoso periférico é constituído por nervos, plexos, terminações nervosas e gânglios.
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Nesta unidade, serão abordados os temas relacionados ao sistema nervoso periférico. Vamos estudar todas as estruturas que compõem o sistema nervoso periférico e sua divisão em sistema nervoso somático e autônomo, bem como a classificação dos principais fármacos que atuam no sistema nervoso central e no sistema nervoso autônomo e as principais patologias que acometem o sistema nervoso.
Thiago, Lucas e Gustavo ingressaram esta semana no segundo semestre de um curso da área da saúde e, a cada dia que passa, eles estão mais interessados em aprender ainda mais sobre a anatomia, embriologia, fisiologia, farmacologia, histologia e patologia, procurando relacionar todos os conhecimentos adquiridos ao seu dia a dia.
Em cada seção desta segunda unidade, você vai acompanhar os três estudantes em uma nova situação-problema e vai conseguir encontrar respostas junto com eles.
Preparado? Então, vamos começar a segunda unidade?
Boa sorte nos estudos!
Thiago, Lucas e Gustavo estavam em um churrasco com um grupo de amigos da universidade e começaram a falar de música, principalmente dos grupos de rock brasileiro. No meio dessa conversa, foi citado o cantor e compositor Herbert Vianna, líder da banda Os Paralamas do Sucesso.
Herbert sofreu um traumatismo cranioencefálico, devido a um acidente com ultraleve no dia 04/02/2001, no litoral sul do Rio de Janeiro, tendo uma hemorragia craniana. Ele ficou em estado gravíssimo, com a probabilidade de vida na época do acidente de apenas 10%. No entanto, em poucos dias, ele saiu do coma e, mais tarde, recuperou a memória, a qual havia perdido. O que justifica a sua incrível recuperação?
Nesta seção, você vai aprofundar-se no estudo do sistema nervoso periférico através do estudo dos nervos cranianos e espinhais, plexos, lesão medular e todas as suas consequências.
Com certeza, todo esse conteúdo vai dar condições para os três alunos e você conseguirem responder à pergunta sobre a recuperação do cantor Herbert.
O sistema nervoso periférico é constituido por nervos, terminações nervosas, plexos e gânglios.
Os 12 pares de nervos cranianos são numerados em numeral romano de I a XII e emergem todos da base do encéfalo. Todos eles estão listados no quadro a seguir.
NERVOS CRANIANOS |
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I – Nervo olfatório | V – Nervo trigêmeo | IX – Nervo glossofaríngeo |
II – Nervo óptico | VI – Nervo abducente | X – Nervo vago |
III – Nervo oculomotor | VII – Nervo facial | XI – Nervo acessório |
IV – Nervo troclear | VIII – Nervo vestibulococlear | XII – Nervo hipoglosso |
A maioria dos pares de nervos cranianos estão associados com o tronco encefálico e podem estar no bulbo, ponte ou mesencéfalo.
O bulbo contém os núcleos associados com os nervos cranianos: vestibulococleares (VIII), glossofaríngeo (IX), vagos (X), acessórios (XI) e hipoglossos (XII), já a ponte contém os nervos cranianos: trigêmeos (V), abducentes (VI) faciais (VII) e vestibulococleares (VIII), e o mesencéfalo contém os nervos: oculomotores (III) e trocleares (IV).
Os nervos espinhais são considerados como as vias de comunicação entre a medula espinhal e os nervos que suprem as regiões específicas do corpo. Existem 2 feixes de axônios que recebem o nome de raízes (anterior e posterior) e vão conectar cada nervo espinhal a uma parte da medula espinhal. A raiz anterior contém os axônios dos neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos a partir do sistema nervoso central para as células e os órgãos efetores, enquanto na raiz posterior os axônios sensitivos vão conduzir os impulsos nervosos a partir dos receptores sensoriais na pele, músculos e órgãos para o sistema nervoso central.
Plexo: é uma expressão originada do latim, plexu, que significa “enlaçamento”, designando a anatomia em rede relacionada com o sistema nervoso.
As terminações nervosas são divididas em livres e encapsuladas, sendo que as livres são os receptores para a dor, temperatura, cócegas, coceira e sensações táteis, enquanto as encapsuladas são os receptores para o tato, pressão e vibração. Os principais receptores são:
É definida como uma lesão na medula espinhal, com a presença de alterações na parte motora e na sensibilidade, as quais dependem da localização e da extensão da lesão. Quanto mais alta é a lesão, ou seja, quanto mais próxima do cérebro, maior é a perda, e quanto mais baixa é a lesão ou mais distante do cérebro, menor é a perda. Dependendo, então, do nível atingido, os movimentos e as sensações corporais poderão estar parcialmente reduzidos ou totalmente perdidos abaixo do nível da lesão.
A lesão medular pode ser reversível ou irreversível, sendo que a irreversível pode ser causada por um corte transversal da medula ou por causas congênitas, e a reversível pode ser causada por compressão medular (quando ainda é possível intervir a tempo para remover cirurgicamente a causa da compressão) ou por doenças infecciosas ou degenerativas. Existem três causas de lesão medular, que são:
Paraplegia
A paraplegia é a perda do controle e da sensibilidade dos membros inferiores. Ela pode ser de dois tipos: flácida ou espástica, sendo que a flácida é quando ocorre a perda de tônus muscular, sendo acompanhada habitualmente por anestesia cutânea e abolição dos reflexos tendinosos, enquanto na espástica é observada a hipertonia dos músculos.
Para conhecer um pouco mais sobre lesão medular, leia o seguinte artigo:
BAMPI, Luciana Neves da Silva; GUILHEM, Dirce; LIMA, David Duarte. Qualidade de vida em pessoas com lesão medular traumática: um estudo com o WHOQOL-bref. Rev. Bras. Epidemiol., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 67-77, mar. 2008.
Atualmente, sabe-se que o sistema nervoso é muito flexível e plástico. O que explica cada vez mais a recuperação dos pacientes após uma lesão medular é a capacidade do sistema nervoso de se recuperar, que pode ser chamada de plasticidade neuronal. Isso significa que o sistema nervoso tem a capacidade de mudar, adaptar-se e moldar-se a novas situações, pois os circuitos neuronais são muito maleáveis, conseguindo adaptar-se após as lesões.
Após todas as informações apresentadas, procure colocar em uma folha tudo o que você julga importante com relação a uma lesão medular, destacando as consequências dessa lesão.
Em tratamento nos Estados Unidos, recebeu injeções de células-tronco na medula, sendo, então, a primeira brasileira tetraplégica a receber tratamento com células-tronco nos Estados Unidos, trazendo, então, para ela uma maior sensibilidade em algumas partes do corpo, como pés, mãos, braços, abdome e costela.
De volta ao Brasil, ela continuou o seu tratamento com células-tronco, e 10 meses após a lesão foi detectado que a lesão foi convertida de completa para incompleta. De acordo com o seu médico, a partir de agora será possível o acesso a outros tipos de tratamentos inovadores.
Tetraplegia: perda do controle e da sensibilidade dos membros superiores e inferiores.
Gânglios nervosos: estruturas constituídas por aglomerados de corpos celulares de neurônios situados fora do sistema nervoso central.