lorem ipsum dolor sit amet
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nunc dignissim euismod urna tincidunt sagittis. Vivamus id vehicula eros, non scelerisque eros.

Fonte: Shutterstock.
Deseja ouvir este material?
Áudio disponível no material digital.
Convite ao estudo
Você já parou para pensar do que somos formados? É comum dizermos que todos os seres vivos são compostos por células, sendo esta a unidade fundamental da vida, mas de onde surgiu este conceito? Será que todas estas células são iguais nos diferentes tipos de organismos? Como elas estão organizadas e como se comunicam?
A citologia ou biologia celular é a ciência que estuda as estruturas celulares e suas funções permite a compreensão da fisiologia celular e seus mecanismos de controle interno e a interação com o meio externo no funcionamento celular, seja ele humano, animal, vegetal ou mineral. O estudo detalhado desta ciência só foi possível a partir de 1590, quando foi inventado o microscópio que permitiu a visualização da célula.
As células em geral possuem estruturas semelhantes em sua composição, no entanto, algumas estruturas estão presentes apenas em células específicas. Existem seres vivos que são compostos por uma única célula e outros como nós, por trilhões de células.
Nesta unidade abordaremos os conteúdos que permitirão a você identificar e distinguir as células animais das células vegetais, assim como a composição e as funções da membrana plasmática. Vamos também compreender o complexo processo de comunicação entre as células, a sinalização celular. Ao final da unidade, você saberá explicar a teoria celular, identificar e diferenciar as células eucarióticas e procarióticas, descrever detalhes sobre a membrana plasmática e os tipos de sinalizações celulares.
Na Seção 1.1, estudaremos a teoria celular, o início da microscopia e o estudo dos organismos vivos, conhecendo os tipos celulares e as diferenças entre eles. Já na Seção 1.2, daremos enfoque para a membrana plasmática, suas características, composição e funções. Por fim, na Seção 1.3, conheceremos as classes de receptores da membrana plasmática e os tipos de sinalizadores celulares.
Graças a esta ciência é possível compreender mais sobre nossa composição, criarmos medicamentos mais eficientes e avançarmos nos estudos de tratamentos para inúmeras doenças.
Bons estudos!
Praticar para aprender
Caro aluno, vamos iniciar a nossa jornada buscando compreender em detalhes as células, uma vez que elas fazem parte da estrutura dos organismos, e nós as possuímos em grande quantidade em nosso corpo.
As células, por se tratar de unidades funcionais, têm a responsabilidade de manter o adequado funcionamento do organismo. Mas será que todas elas são iguais e têm a mesma função? Veremos que diante da grande diversidade existente dos seres vivos, as células participam de sua formação de modos distintos, assim como há diferentes tipos celulares.
Muitas das técnicas altamente sofisticadas utilizadas hoje, encontradas na biotecnologia e aplicadas à diversas áreas da saúde, envolvem o estudo das células. Desde as descobertas significativas na cura de doenças, o desenvolvimento de medicamentos e fármacos, alimentos transgênicos, células-tronco usadas em diferentes tratamentos, até mesmo no rendimento de atletas as células estão envolvidas, você sabia? Um dos fatores do rendimento físico está relacionado à quantidade e funcionalidade dos glóbulos vermelhos presentes no corpo, que são as células transportadoras de oxigênio para os tecidos do corpo, incluindo os músculos.
Um dos primeiros passos para os futuros profissionais da área da saúde está relacionado ao conhecimento sobre as células: como diferenciá-las, quais são suas características fundamentais e como é sua estrutura. Esse é o momento inicial para compreender o vasto universo dos organismos vivos, por isso da importância deste estudo.
É importante estar ciente que o estudo das células só foi possível após a criação do microscópio, instrumento óptico de alto poder de resolução, capaz de ampliar imagens de objetos muito pequenos. A microscopia foi fundamental também para a formulação da teoria celular, possibilitando o estudo dos microrganismos, tornando-se um marco para a ciência. Estudaremos um pouco da história desta invenção para conhecermos a trajetória e evolução dos microscópios e a relação com o estudo das células e a consequente origem da citologia.
A indústria farmacêutica é um dos setores que mais vem recebendo destaque por investir em inovação. A busca constante pelo desenvolvimento e pela produção de novos medicamentos faz com que ela invista nas atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Assim para contextualizar as temáticas dessa seção junto às possíveis atividades profissionais, veremos o contexto em que uma multinacional farmacêutica abriu um processo seletivo de trainee para diversos setores.
Nesta situação-problema, você foi um dos candidatos selecionados para uma das vagas de trainee. Você irá atuar no setor de produção, na área de pesquisa, desenvolvimento e testes dos medicamentos. Você irá trabalhar com uma equipe de farmacêuticos, biólogos, biomédicos, médicos, engenheiros químicos e biotecnólogos. Para tanto, você precisará se dedicar muito e estar disposto a aprender com esta nova experiência.
Para auxiliar na contextualização da sua aprendizagem, você foi encaminhado para um dos laboratórios da empresa, para acompanhar o trabalho de um biólogo experiente e aprender um pouco do trabalho dele.
O biólogo Jean, para iniciar a condução do seu treinamento, lhe apresentou para a equipe, fez algumas perguntas para conhecê-lo e passou algumas atividades. Jean questionou qual o seu entendimento em relação à célula, pois vocês trabalhariam muito com elas nos próximos dias. O que você poderia responder ao biólogo para demonstrar o seu conhecimento relacionado às células?
Jean lhe mostrou ainda os diferentes microscópios presentes no laboratório, com os quais eles trabalham para fazer as análises dos materiais em estudo. Você conhece diferentes tipos de microscópio e a vantagem de utilizar cada um deles? Sabe a importância deles na história e evolução da ciência?
Para finalizar, o biólogo lhe entregou três lâminas para você analisar ao microscópio e caracterizá-las. A partir das imagens das lâminas a seguir, quais são as características das células observadas por você? Identifique as principais estruturas e tome nota para posteriormente apresentá-las ao Jean.



A todo instante uma nova descoberta científica se dá! O estudo das células permite ampliar o potencial de pesquisas relacionadas à saúde, além de trazer mais evolução para o ramo da ciência e esta é a sua oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o tema.
conceito-chave
A citologia (do grego kytos: célula, e logos: estudo), atualmente designada biologia celular, é a ciência que estuda a célula (unidade funcional de todo o ser vivo) e seu comportamento (composição, estruturas e fisiologia). O estudo desta ciência só foi possível com a invenção dos primeiros equipamentos de visualização microscópica, permitindo a observação de estruturas não visíveis a olho nu, como células e microrganismos.
Para auxiliar nosso estudo, faremos um breve histórico com os principais eventos ocorridos no ramo da biologia celular desde a invenção do microscópio até a descoberta da célula, e a formulação da teoria celular, uma vez que a história da biologia celular está diretamente ligada ao desenvolvimento tecnológico que tornou possível o estudo da célula.
• 1590: Hans Janssen e Zacharias Janssen, os holandeses fabricantes de óculos, criaram lentes capazes de ampliar imagens, permitindo uma visão de detalhes impossíveis de serem visualizados a olho nu. Acredita-se terem sido os inventores do primeiro microscópio.
• 1665: Robert Hook, cientista inglês, inventa o microscópio composto (com lente ocular e objetiva). A partir de observações realizadas em finos cortes de cortiça (material de origem vegetal), descreveu pequenas cavidades preenchidas por ar, no caso as paredes celulares das células mortas do tecido observado por ele, nomeando-as “célula” (do latim cella: pequeno compartimento), sendo a descoberta de maior divulgação do século XVII.
• 1673: Anton Van Leeuwenhock, holandês, construiu o seu próprio microscópio simples e conseguiu visualizar pela primeira vez células vivas (em material biológico humano: sangue, fibras musculares, espermatozoides etc.).
• 1831: Robert Brown, botânico escocês, descreveu pela primeira vez o núcleo, constatando que a maioria das células possuía uma estrutura interna ovoide ou esférica.
• 1838: Mathias Jakob Schleiden, botânico alemão, defende que as plantas e seus órgãos eram formados por células e relaciona o núcleo à divisão celular.
• 1839: Theodor Schwann, fisiologista alemão, por meio de estudos com tecidos animais, descobre a enzima pepsina, o metabolismo celular e a fisiologia de células musculares e nervosas.
Teoria celular
Considerado um marco na biologia, a teoria celular foi formulada por meio do estudo das propriedades das células. Esse conceito surgiu no século XIX, pelo botânico alemão Mathias Jakob Shleiden e o fisiologista, também alemão, Theodor Schwann, entre os anos de 1838 e 1839, que formularam a hipótese de que todos os seres vivos são constituídos por uma ou mais células, e a célula é a unidade estrutural da vida, sendo esta a base da teoria celular.
Mais tarde, em 1855, o médico polonês Rudolf Virchow propôs a ideia de que todas as células são provenientes de outra célula pré-existente. Em 1878, Walther Flemming estudou o processo de divisão celular e a distribuição dos cromossomos no processo que chamou de mitose, conseguindo comprovar como a multiplicação das células ocorria.
Os princípios gerais que fundamentam a teoria celular, são:
• Todos os seres vivos são formados por uma ou mais células.
• Toda célula se origina de outra preexistente.
• A célula é a menor unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos.
Sabe-se que a atividade de um organismo depende da atividade de suas células, e todas as reações metabólicas e bioquímicas ocorrem no interior das células. As células contêm informações genéticas e hereditárias que são passadas para outras células durante o processo de divisão celular.
Atualmente, afirma-se que as células são formadas por três partes básicas: a membrana, o citoplasma e o núcleo, e possuem basicamente a mesma constituição química.
Microscopia
Como vimos anteriormente, o estudo das células não seria possível sem a descoberta do microscópio, instrumento essencial para o desenvolvimento da citologia, o qual revolucionou o conhecimento científico.
O objetivo da microscopia é permitir que possamos distinguir detalhes não observáveis a olho nu, por meio de imagens ampliadas de um objeto. As células, além de minúsculas, são também incolores e transparentes, e a descoberta de suas principais características internas está relacionada com a evolução dos microscópicos, assim como a derrubada da teoria da geração espontânea e os “seres invisíveis” causadores de doenças. O microscópio possibilitou a evolução no conhecimento sobre o funcionamento e tratamento de doenças.
Vamos conhecer um pouco destes instrumentos tão importantes e revolucionários para a ciência?
Os primeiros microscópios eram muito simples, com apenas uma lente, restringindo os resultados dos trabalhos realizados. Mais tarde, no final do século XIX, surgiram os primeiros microscópios binoculares e com um conjunto de lentes objetivas que permitiram uma visualização melhor. Trata-se dos microscópios ópticos (MO) ou também conhecidos como microscópios de luz. O feixe luminoso projetado pelo microscópio, ao atravessar a célula ou material de estudo, penetra na lente objetiva (de cristal) e refrata a luz, projetando uma imagem aumentada do material de 100 a 1000 vezes.
Em 1933, Ernst Ruska inventou o microscópio eletrônico, um grande avanço na microscopia que o rendeu um Prêmio Nobel de Física. O microscópio eletrônico (ME), possui um poder de resolução muito maior e utiliza em sua tecnologia feixes de elétrons e lentes eletromagnéticas para observar o objeto, com possibilidade de ampliação em até 300 mil vezes, contribuindo para a detecção de estruturas não visíveis pelo microscópio óptico.

Nota: Os tamanhos das células e de seus componentes estão representados em uma escala logarítmica, indicando a amplitude de objetos que podem ser prontamente resolvidos a olho nu e nos microscópios ópticos e eletrônicos.
É importante sabermos que existem vários tipos de microscópios ópticos (de fluorescência, de polarização, ultravioleta etc.) e microscópios eletrônicos (de varredura e de transmissão) e cada um deles é utilizado para uma determinada finalidade, sendo possível visualizar diferentes níveis de estruturas, dependendo do tamanho, espessura, origem, dentre outras características (Figura 1.4).
Assimile
No microscópio eletrônico de transmissão (MET), a imagem é formada simultaneamente à passagem do feixe de elétrons através do material. A imagem final é visualizada em uma tela fosforescente ou placa fotográfica, uma vez que os feixes de elétrons são imperceptíveis ao olho humano. O MET é utilizado no estudo de materiais biológicos, com alto poder de definição permite estudos de morfologia celular, organelas e interações entre as células e outros organismos.
O microscópio eletrônico de varredura (MEV) é muito semelhante ao MET, no entanto, a sua principal característica é que o feixe de elétrons não atravessa o material, ele varre a superfície da amostra, fornecendo uma imagem tridimensional. O MEV é geralmente utilizado de forma complementar ao MET, para estudos de morfologia e taxonomia, e o seu poder de resolução é menor do que o MET.
Desta forma, verificamos que com o avanço da microscopia foi possível o aprofundamento no conhecimento das células, tecidos e órgãos, permitindo ampliar e aplicar pesquisas na área da saúde em geral, mas também em outras áreas de conhecimento.
Reflita
Com a invenção do microscópio eletrônico, mais evoluído e potente, por que os microscópios ópticos não deixaram de ser utilizados? Qual a vantagem deles em relação ao microscópio eletrônico?
Estudo dos organismos vivos
A vida está presente por toda parte e fazemos parte de um grupo de seres vivos muito diversificado. Apesar de sabermos que todo organismo vivo é formado por células e que as células são a unidade fundamental de todos os seres vivos, podemos dizer que elas são todas iguais? Todos os organismos vivos possuem as mesmas células e em quantidade igual?
Realmente a célula faz parte da estrutura de um organismo e nós, por exemplo, as possuímos em grande quantidade. Nosso corpo é composto por tecidos, órgãos, músculos, sangue, os quais são, todos, compostos por células.
Quando qualquer célula tem o seu papel prejudicado, seja estrutural ou funcional, o organismo vivo apresenta alterações que podem inclusive gerar o desenvolvimento de patologias.
Exemplificando
Vamos pensar no nosso corpo como um grande quebra-cabeça, e cada uma das peças é uma célula. Todos os seres vivos são formados por células. Desta forma, quando o quebra-cabeça está montado forma-se uma imagem, assim como a união de várias células forma um ser vivo. Quando alguém perde uma peça, o quebra-cabeça fica incompleto e a imagem não pode ser formada, ou se uma peça se danifica, a imagem completa não ficará tão nítida. Ocorre o mesmo com o nosso corpo, quando uma célula morre ou é danificada, dependendo do papel que ela exerce, pode haver alterações e desenvolvimento de patologias, como ocorrem com as células cancerígenas por exemplo.
O corpo humano é formado por milhares de células, e cada uma delas tem funções e formatos distintos, no entanto, elas precisam trabalhar em conjunto para que o nosso corpo se mantenha estruturado e em ótimo funcionamento. A diferenciação celular é o processo na qual as células se especializam para desempenhar funções diferentes. Como exemplo, podemos pensar nas milhares de células que se unem e formam os tecidos, e estes por sua vez formam os órgãos, que unidos formam os sistemas, que juntos fazem parte da composição do nosso corpo.
Uma vez que a célula é a unidade de todo ser vivo, existem os seres vivos que são formados por uma única célula, os unicelulares, como as bactérias, os protozoários e alguns tipos de fungos e algas, os quais são considerados os seres mais simples. E os seres vivos formandos por muitas células são chamados de pluricelulares ou multicelulares, como os animais, as plantas, algumas algas e fungos, todos caracterizados por possuírem células diferenciadas capazes de formar tecidos. Cada célula possui todas as estruturas responsáveis pela nutrição, produção energética, metabolismo e reprodução e, desta forma, cumprem o ciclo vital do ser vivo.
Independentemente do formato da célula, todas são constituídas pela membrana plasmática, citoplasma e material genético, o qual pode estar disperso no citoplasma (células procariontes) ou em um núcleo delimitado por uma membrana nuclear, a carioteca (células eucariontes).
Células procariontes e eucariontes
Há apenas dois tipos básicos de células: as procariontes e as eucariontes.
As células procariontes (pro: primeiro, e cario: núcleo), também chamadas de procarióticas, são células bem simples, consideradas primitivas, e quando comparadas a outro tipo de célula, são consideradas bem menores. Estas células são caracterizadas pela escassez de membranas – em geral, a membrana plasmática é a única membrana presente nesse tipo de célula. O seu material genético fica disperso no citoplasma, uma vez que ela não tem núcleo, e o DNA se apresenta na forma de anel e não está associado a proteínas (histonas). A molécula de DNA se enrola formando um bloco denso chamado de nucleoide. O citoplasma não é compartimentado, por essas células não possuírem citoesqueleto, e sua forma é definida por uma parede celular, cobertura resistente que serve como proteção para a célula (proteção mecânica). Estas células possuem formas simples e variadas, como esferas, bastonetes ou hélices e, em alguns casos, podem formar colônias.
Os seres vivos que possuem células procariontes são denominados procariotas: são as bactérias (Figura 1.5) e cianobactérias (cianofíceas ou algas azuis). A bactéria Escherichia coli é a célula procariota mais estudada, por sua estrutura simplificada e a sua rápida multiplicação.

A E. coli tem a forma de bastão, é separada pelo meio externo por uma membrana plasmática, por fora desta membrana ainda possui uma parede rígida composta de proteínas e glicosaminoglicanas, com função protetora. As células procariontes não possuem organelas, com exceção dos ribossomos, que podem se ligar a moléculas de RNAm (formando os polirribossomos). Também não se dividem por mitose e meiose, utilizam um mecanismo bem mais simples, a reprodução assexuada binária ou por bipartição. Neste processo de reprodução, a bactéria duplica o seu material genético e se divide em duas, ambas as partes terão a mesma quantidade de DNA. Em alguns casos, a membrana plasmática sofre invaginações que penetram no citoplasma e se enrola, originando estrutura chamadas de mesossomos (auxiliam na respiração). Algumas células procariontes autotróficas (realizam fotossíntese) possuem em seu citoplasma membranas paralelas entre si, associadas à clorofila ou a outros pigmentos responsáveis pela captação de energia luminosa. A maioria, no entanto, são células heterotróficas, que dependem de uma fonte externa de energia, e utilizam mecanismos de absorção de alimentos por meio da fermentação ou respiração celular. As células procariontes podem, ainda, possuir flagelos (auxiliam na locomoção) e fímbrias ou pili (auxiliam na aderência às células hospedeiras).
Já as células eucariontes (eu: verdade, e cario: núcleo), possuem um núcleo bem individualizado e delimitado pelo envoltório nuclear. Em geral, há um núcleo por célula, mas algumas células podem ter mais de um núcleo. São células mais complexas e maiores do que as células procariontes e estão presentes nos protozoários, fungos, algas, plantas e animais.
As células eucarióticas são caracterizadas pela riqueza de membranas, além da membrana plasmática e da membrana nuclear, possuem compartimentos internos menores, denominados organelas citoplasmáticas, responsáveis por processos metabólicos. O material genético está separado do citoplasma por uma membrana dupla chamada de carioteca. Nesta célula, os filamentos de DNA se ligam a proteínas histonas e formam filamentos chamados de cromatina, por sua vez dentro da cromatina são encontrados os nucléolos. As células eucariontes realizam um processo de divisão mais complexo, que envolvem os mecanismos de mitose e meiose, que serão estudados mais adiante. A variabilidade de formas das células eucarióticas é grande e, geralmente, a sua função específica é que a determina.
Com o sistema de organelas, as células eucariontes aumentaram a sua eficiência, permitindo atingirem tamanhos maiores sem prejuízo de suas funções.
Agora que já conhecemos as principais diferenças entre as células procariontes e eucariontes, como podemos diferenciar a célula animal da célula vegetal, sendo que ambas são células eucariontes? A presença ou a ausência de determinadas organelas citoplasmáticas é que as diferenciará, vejamos a seguir.
Célula animal e célula vegetal
Muitos componentes celulares são comuns às células animais e às células vegetais, mas a distribuição das organelas difere uma célula de outra. O aspecto ou distribuição das organelas também pode ser diferente, inclusive dentro de uma mesma célula. No entanto, ao analisarmos os componentes de ambas as células, é possível notarmos algumas diferenças marcantes. Vamos conhecê-las:

A célula animal (Figura 1.6) é uma célula eucarionte presente nos animais do Reino Animalia e é caracterizada por não ter parede celular, sendo delimitada pela membrana plasmática, responsável por delimitar e proteger a célula. A célula animal, assim como vimos nas bactérias, possui membrana plasmática, citoplasma e ribossomos. O citoplasma é constituído pelo citosol, composto por água, proteínas, íons, aminoácidos, enzimas, entre outros. Dispersos no citoplasma, diferentemente das bactérias, nestas células encontramos as organelas citoplasmáticas. Estas organelas são estruturas intracelulares com funções bem definidas, responsáveis pelo funcionamento das células: digestão, respiração, sintetização e transporte de proteínas, dentre outras. Estudaremos mais adiante cada uma delas: ribossomos, vesículas, retículo endoplasmático liso e rugoso, aparelho de Golgi, microtúbulos, citoesqueleto, lisossomos (organela exclusiva das células animais), centríolos, vacúolos, mitocôndrias e peroxissomos.
Lembre-se
Os lisossomos são organelas citoplasmáticas com a função de degradar partículas, auxiliando na digestão intracelular de células animais eucariontes. As células vegetais como são autótrofas, capazes de produzir o seu próprio alimento, possuem os plastídeos, organela exclusiva destas células, que auxiliam no processo de fotossíntese, síntese de aminoácidos e ácidos graxos, além de armazenamento.
A célula vegetal (Figura 1.6) também é uma célula eucarionte e é muito semelhante à célula animal: tem núcleo, ribossomos, retículo endoplasmático rugoso e liso, complexo de Golgi, citoesqueleto, mitocôndrias, dente outros. Contudo, por apresentarem diferenças estruturais e metabólicas, elas possuem alguns componentes exclusivos. As células vegetais possuem a parede celular, responsável pela proteção das células e dos vacúolos, uma vez que os vacúolos das células vegetais são muito maiores do que os das células animais e podem ocupar quase todo o volume celular. Devido a sua capacidade de produzir o próprio alimento, ou seja, por ser autotrófica, para realizar a fotossíntese as células possuem uma organela específica, os plastos (ou plastídeos). Os plastos são diferenciados de acordo com a função que exercem e podem ser classificados como cromoplastos (possuem pigmentos coloridos, como carotenoides e xantofilas), leucoplastos (ausente de pigmentos, armazenam lipídeos, amido e proteínas) e cloroplastos (possuem o pigmento da clorofila, responsável pela absorção da luz e realização da fotossíntese). Outra organela presente somente em células vegetais é o glioxissomo, semelhante ao peroxissomo, porém especializado, o qual é importante na germinação de sementes.
Estamos chegando ao fim desta seção, mas não podemos deixar de comentar a respeito de um grupo biológico extremamente discutido, os vírus. Afinal, eles são considerados um organismo vivo?
Os vírus são estruturas muito pequenas, visíveis somente com a microscopia eletrônica. São conhecidos pelas doenças que causam aos seres humanos, animais e plantas. Uma das principais características destes organismos que os diferencia de outros seres vivos é não possuírem células, ou seja, são acelulares. Mas nós acabamos de estudar que todos os seres vivos são formados por células, não é mesmo?
Os vírus são formados por uma molécula de DNA ou RNA (material genético), envoltos por uma estrutura conhecida por capsídeo, composta por proteínas. Os vírus precisam de uma célula hospedeira viva para replicar o seu material genético, porque eles não possuem metabolismo próprio e acabam utilizando todas as organelas e enzimas de uma célula para se reproduzir, prejudicando, assim, as funcionalidades da célula.
Estes organismos seriam uma exceção à regra? Há controvérsias em relação à classificação dos vírus. Segundo as considerações científicas, se analisarmos a característica dos seres vivos de se reproduzirem, a capacidade de evoluírem em resposta ao ambiente e apresentarem uma variabilidade, os vírus devem, então, ser considerados organismos vivos. No entanto, por não possuírem metabolismo próprio, muitos cientistas acreditam que deveriam ser considerados somente partículas infecciosas, entidades sem vida, ao invés de seres vivos propriamente ditos.
Faça valer a pena
Questão 1
Ao analisarmos o percurso histórico da construção da teoria celular, é possível notarmos que as estruturas visíveis ao microscópio óptico não conduziram à noção da célula como unidade morfofuncional da vida. Desde a primeira observação da célula até a publicação da teoria celular, passaram-se quase dois séculos (SILVA, 2016).
Muitos pesquisadores deram a sua contribuição para a formulação da teoria celular, mas quem foi o primeiro a observar uma estrutura ao microscópio e denominá-la de célula?
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Alternativa correta: Robert Hooke. Em 1665, foi o primeiro cientista a observar ao microscópio pequenas células de cortiça morta.
• Robert Brown descobriu a existência do núcleo celular, presente em células eucariotas.
• Theodor Schwann e Mathias Schleiden foram os idealizadores da teoria celular.
• Antonie van Leeuwenhoek foi o primeiro a observar material biológico e microrganismos.
• Ernst Ruska era engenheiro elétrico e inventou o microscópio eletrônico.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 2
A célula é a unidade que constitui os seres vivos, a qual pode existir isoladamente ou formar arranjos ordenados. Existem duas classes de células nas quais os organismos vivos podem ser classificados, são elas: procariontes e eucariontes (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012. p. 376).
Analise as afirmativas a seguir e assinale a correta.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Alternativa correta: as algas fotossintetizantes são células eucariontes. Elas têm muitas características semelhantes às plantas: são eucariontes, autótrofas e normalmente são unicelulares, mas existem alguns representantes pluricelulares.
• “A célula procarionte possui mitocôndrias” está incorreta, pois as células procariontes não possuem núcleo e o seu material genético fica disperso no citoplasma. Trata-se de seres vivos mais simples com ausência de organelas citoplasmáticas, com exceção dos ribossomos.
• “Os cactos e as cianobactérias são exemplos de seres pluricelulares” está incorreta porque os cactos são constituídos por células vegetais, eucariontes e pluricelulares, no entanto as cianobactérias são procariontes unicelulares.
• “Os vírus são considerados unicelulares” está incorreta porque os vírus são acelulares.
• “A célula eucarionte é caracterizada pela presença de parede celular” é incorreta porque as células eucariontes têm um núcleo bem individualizado e somente os fungos e as plantas possuem parede celular, formadas por quitina e celulose, respectivamente.
Questão 3
Sabemos que os seres vivos são compostos por uma ou mais células, e as células podem ser de diferentes tipos. Observe o quadro a seguir:
Membrana plasmática | Ribossomos | Parede celular | Mitocôndria | Centríolos | |
---|---|---|---|---|---|
Célula A | + | + | + | + | - |
Célula B | + | + | - | + | + |
Célula C | + | + | + | - | - |
O quadro está assinalado com (+) indicando a presença e (-) a ausência da estrutura.
Com base nos dados apresentados no quadro, identifique a classificação das células A, B e C, respectivamente.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
A resposta correta é: Célula vegetal; célula animal; célula procarionte.
A célula A é vegetal, pois possui parede celular, a qual está presente em células vegetais, procariontes e alguns eucariontes, no entanto apresenta mitocôndrias (organela ausente em procariontes) e ausência de centríolos (presente em células animais e algumas células vegetais de organismos inferiores.
A célula B é animal visto que apresenta todas as estruturas comuns a todas as células, com ausência de parede celular (presente em células vegetais e procariontes) e presença de centríolos, comum às células animais.
A célula C é procarionte, pois possui parede celular e ausência de organelas (exceto ribossomos).
A membrana plasmática é a estrutura que delimita todas as células vivas, tanto as procarióticas como as eucarióticas. Os ribossomos, responsáveis pela produção de proteínas, estão presentes também em células procarióticas e eucarióticas.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Referências
ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
COELHO, S. Os curingas do corpo humano. Fiocruz. Disponível em: https://bit.ly/3w2oufF. Acesso em: 23 set. 2020.
DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, J. Biologia celular e molecular. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
ENGELKIRK, P. G.; DUBEN-ENGELKIRK, Janet. Burton, microbiologia para as ciências da saúde. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
MENEGUETTI, D. U. O.; FACUNDO, V. A. Vírus ser vivo ou não? Eis a questão! Rev. Epidemiol. Control. Infect., v. 4, n. 1, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3eZVvBZ. Acesso em: 5 out. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coronavírus. Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3eYUtX7. Acesso em: 23 set. 2020.
SILVA, E. C.; AIRES, J. A. História da ciência e ensino: panorama histórico da teoria celular. V. 14, 2016.
SIMI, L. D. Biologia celular e molecular. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2018.
VIERA, F. S. Introdução à microscopia. Microscopia Eletrônica – Aula 4. Universidade Federal de Sergipe / CESAD. São Cristóvão, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3epG9aP. Acesso em: 22 set. 2020.