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NÃO PODE FALTAR

TOPOLOGIAS DE REDES

Sergio Eduardo Nunes

Como definir a infraestrutura de uma rede?

Para definir a estrutura de uma rede é necessário identificar os equipamentos de hardware, as topologias possíveis, o nível de abrangência das redes (PAN, LAN, MAN, WAN e SAN), a definição das redes distribuídas e sem fio.

Fonte: Shutterstock.

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Praticar para aprender

A compreensão dos equipamentos utilizados nas redes de computadores e as suas funcionalidades e características são pontos essenciais para que os profissionais de Tecnologia da Informação possam planejar a topologia, os serviços providos e os recursos que serão compartilhados. 

Além disso, a identificação das redes quanto ao nível de abrangência possibilitará efetuar o gerenciamento de redes geograficamente distribuídas, de forma eficaz. 

Retomando o nosso contexto de aprendizagem. A empresa já está instalada em seu novo endereço na cidade de Campinas, para desenvolvimento de jogos educacionais voltados aos estudantes das escolas desse município. A fim de que não ocorresse atraso no projeto, o diretor de TI solicitou que fossem instalados alguns equipamentos disponibilizados pela matriz localizada na cidade de São Paulo. Porém, no decorrer da semana, relatou-se pelos desenvolvedores e demais colaboradores lentidão no compartilhamento dos arquivos e na impressão. 

Como já era previsto, esses problemas ocorreram graças ao cascateamento efetuado com os Hubs. Para solucionar esses problemas e garantir a QoS (Qualidade de Serviços), os seguintes equipamentos foram adquiridos pela Empresa:

Dessa forma, os dois hubs da rede devem ser substituídos pelo switch, fazendo com que se reduza o tráfego de mensagens inúteis. Além disso, deve ser instalado um Servidor na sala do gerente de projetos, para que futuramente sejam configurados alguns serviços de redes. Por fim, precisa ser disponibilizada conexão sem fio na recepção para os notebooks da sala de desenvolvimento e para o gerente de projetos e no roteador já instalado (anteriormente) na sala de reunião. 

Para que ocorram todas essas mudanças, você deve utilizar os novos equipamentos no software de simulação de redes Cisco Packet Tracer, a fim de garantir a qualidade de conexão da rede. Para isso, modifique a rede estruturada com os Hubs e demais equipamentos para que os colaboradores da empresa possam desenvolver os jogos educacionais dentro do prazo estipulado.

Dessa forma, com a substituição dos equipamentos e a mudança da topologia, quais tipos de melhorias podem ocorrer na rede?

Ficou curioso? Vamos, então, encarar mais esse desafio.

conceito-chave

As redes utilizadas diariamente possuem em suas infraestruturas alguns equipamentos essenciais para prover a comunicação entre os dispositivos independentemente da sua localização geográfica. Tais equipamentos e as suas respectivas configurações são imperceptíveis para o usuário final, porém o desempenho dos seus serviços pode ser sentido (positivamente ou negativamente).

Com base nisso, é necessário que você saiba identificar os equipamentos de hardware, as topologias (pode-se ser definido como mapa da rede) possíveis em algumas redes, o nível de abrangência das redes (PAN, LAN, MAN, WAN e SAN), a definição das redes distribuídas e sem fio.

É importante destacar que os equipamentos que serão discutidos nesta seção não serão detalhados ao nível de camadas do modelo de referência OSI.

Roteador

Forouzan (2006) define que os roteadores são hardwares de redes que contêm microprocessadores, responsáveis pelo gerenciamento dos tráfegos de pacotes de dados, porém, diferentemente do Hub, ele tem a capacidade de analisar o endereçamento lógico (TCP/IP). 

O roteador forma tabelas lógicas dos equipamentos disponíveis nas redes, como: roteador, switch, computadores, dispositivos móveis, impressoras IP e câmeras IP. Para auxiliar nesse processo, é utilizado um mecanismo de descoberta de dispositivos “vizinhos”, é efetuado por roteadores e switches por meio dos protocolos de comunicação:

Dessa forma, um roteador envia periodicamente um protocolo de atualização de vizinhança aos roteadores conhecidos e um vai enviando a atualização aos outros sucessivamente, fazendo com que a tabela lógica de endereçamento dos equipamentos continue sempre atualizada.

O mercado possui diversos tipos de roteadores, que podem apresentar funcionalidades básicas para SOHO (Small Office Home Office - rede doméstica ou de pequeno escritório), ou equipamentos que permitem regras de tráfego, tabelas de rotas, programação de funções e possuem “linguagens de programação” própria. Um exemplo de roteador pode ser observado a seguir:

Figura 1.21 | Roteador doméstico ou para pequeno escritório
Fonte: Shutterstock.

Segundo Kurose (2006), o roteador (sem fio) recebe a mensagem pela porta de entrada, repassa o pacote para o processador que efetua o roteamento, em que há a análise do endereçamento destino e encaminha para a porta de saída, na verdade apontando a interface de rede (placa ethernet). 

Switch

Este tipo de equipamento é comumente encontrado em empresas, faculdades, ou seja, redes que necessitam de maior número de dispositivos. Segundo Tanenbaum (1997), quando a mensagem chega a uma das interfaces de rede, o sistema do equipamento lê o endereço destino do cabeçalho e envia para a interface apropriada. Switches normalmente possuem diversas portas, como pode ser observado a seguir:

Figura 1.22 | Exemplo de switch
Fonte: Shutterstock.

A grande diferença do hub para o switch é o fato de que neste cada uma das portas possuem o seu domínio de colisão, já o Hub manda a mensagem para todas as portas, podendo ser encontrado com velocidades que podem variar 10/100 Mbps e 1000 Mbps, ou seja, gigabit.

Assimile

O termo “Domínio de Colisão” é comumente utilizado por profissionais de redes de computadores para designar que aquelas mensagens que são replicadas para todos os dispositivos não conseguem atravessar equipamentos como o roteador e o switch

Dessa forma, se uma rede possuir um roteador em cada departamento, as mensagens replicadas para os dispositivos não serão enviadas para outros departamentos, pelo limite imposto pelos equipamentos, formando assim o domínio de colisão.

Bridges (pontes)

Quando o administrador de redes necessita conectar duas redes distintas, uma solução viável pode ser utilizar as bridges (pontes), tipo de equipamento que tem características muito parecidas com o switch. Porém, as suas aplicações em uma infraestrutura são bem distintas, conforme pode ser observado a seguir:

Figura 1.23 | Aplicação de switch versus bridge
Fonte: Tanenbaum (1997, p. 255).

Enquanto o switch é utilizado para conectar dispositivos da rede, a bridge é empregada para interligar duas redes (LAN), mas nada impede que o administrador utilize o switch para interligar duas redes, desde que devidamente configurado e planejado. A vantagem de utilizar as bridges é que a sua configuração é mais simples, necessitando apenas fazer o apontamento do endereço das interfaces dos equipamentos das redes que estão sendo conectadas. Por sua vez, com o switch, o ganho no processamento das informações pode proporcionar melhor desempenho na comunicação entre os dispositivos de redes distintas. 

Gateway

Este conceito está diretamente ligado a um termo muito utilizado por profissionais de redes de computadores, que é “borda de rede”. Para a compreensão desse termo, observe a Figura 1.24 a seguir:

Figura 1.24 | Exemplo de gateway
Fonte: elaborada pelo autor.

A Figura 1.24 demonstra a estrutura da maioria das redes disponíveis nos lares das pessoas. Os dispositivos PC2, Laptop0 e Laptop1, ao enviar uma mensagem, utilizam como primeiro destino, de forma padronizada, o Wireless Router0, equipamento esse considerado o gateway da rede em questão, o que explica o nome “borda de rede”, pois após o roteador, o dispositivo já está conectado à internet (rede mundial e não interna).

Tanenbaum (1997) define que o gateway pode ter funções específicas nas redes, dependendo do planejamento do administrador de redes, entre as quais estão:

Reflita

Todo dispositivo conectado em uma rede deve possuir alguns endereços lógicos, como: IP (versão 4 ou 6), máscara de rede, gateway e DNS, configurados. 

Mas de que forma os endereços lógicos podem ser verificados em dispositivo Windows, Linux, Mac ou Android? Quais devem ser os mecanismos e os comandos utilizados para esse fim?

Segundo Forouzan (2006), a topologia de uma rede pode ser dada como uma representação geométrica da relação dos links entre os dispositivos. Estão divididas em: 

Figura 1.25 | Exemplo de topologia malha
Fonte: elaborada pelo autor.

O número de links de entrada/saída dos dispositivos (nodos) é dado por (n(n-1))/2, onde n é o número de switches no exemplo da Figura 1.25.

Exemplificando

Uma rede necessita de links entre todos os seis switches da empresa, a fim de garantir a continuidade dos seus serviços na ocorrência de falha de um ou mais dos seus links. O administrador da rede sabe que pode contar com 10 portas em cada um dos equipamentos. Porém, para desenvolver a rede com uma topologia do tipo malha, é necessário calcular o número que será utilizado, em que:

(n(n - 1)) / 2

(6(6 -1)) / 2, ou seja, 15 links.

Figura 1.26 | Exemplo de topologia estrela
Fonte: elaborada pelo autor.

Os dispositivos não estão diretamente ligados entre si, porém ainda assim é possível efetuar o compartilhamento de seus recursos.

Figura 1.27 | Exemplo de topologia barramento
Fonte: Forouzan (2006, p. 11).

Na maioria das residências onde há internet cabeada, as operadoras utilizam esse tipo de topologia, em que o backbone da rede é o cabo instalado nos postes nas ruas e as estações são os modems que estão diretamente ligados ao tronco principal.

Figura 1.28 | Exemplo de topologia anel
Fonte: elaborada pelo autor.

A topologia em anel é uma das mais fáceis de ser instalada e configurada em razão de cada um dos nodos possuir somente duas conexões.

Forouzan (2006) defende que as aplicações das topologias podem variar conforme a disponibilidade de recursos e as necessidades que cada rede deve possuir. Outro fator importante é que, independentemente da topologia adotada pelo administrador de uma rede, todas elas apresentam algumas vantagens e desvantagens. Veja:

As redes podem ser classificadas quanto ao seu nível de abrangência, ou seja, podem ser categorizadas pelo alcance dos seus links e serviços. Segundo Forouzan (2006), as categorias estão divididas em: 

Após a definição das redes pelo nível de abrangência, é possível a compreensão de dois modos como as redes podem estar estruturadas para prover os seus serviços, sendo na forma de redes distribuídas e sem fio. 

Tenenbaum (2006) define que as redes distribuídas podem abranger uma área geográfica dentro de uma organização, cidade, país ou continente, tendo como objetivo interligar um conjunto de dispositivos a fim de que algumas aplicações sejam executadas aos usuários. De uma forma mais abrangente, as redes podem ser definidas como geograficamente distribuídas (WAN), em que diversas LANs estão interligadas.

A internet sem fio se popularizou na maioria dos lares e locais de grande fluxo de pessoas, como terminais, restaurantes, praças, etc. A tecnologia parece nova, porém a sua primeira aplicação data de 1901 (Marconi) segundo Tanenbaum (1997), tendo sido utilizada para transmissão de um navio para o litoral por código Morse. Nas redes atuais há dois tipos de aplicações: 

referências

CARISSIMI, A. Redes de Computadores. Instituto de Informática UFRGS. Porto Alegre: Bookman, 2009. 

COMER, D. E. Computer and Networks Internet with Internet Applications, São Paulo: Artmed, 2007..

FOROUZAN, A. Comunicação de Dados e Redes de Computadores. Porto Alegre: Bookman, 2006. 

KUROSE, J. F. Redes de Computadores e a Internet: Uma abordagem top-down. 3. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley 2006. 

TANENBAUM, A. S. Redes de Computadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

Bons estudos!

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