Comentários

0%

FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

COMO TRADUZIR PESQUISAS PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL?

Amanda Soares de Melo

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

sem medo de errar

Você foi contratado por uma empresa a fim de promover melhorias na produção de uma peça metálica. Aplicando o método científico do início ao fim dos estudos, você tira algumas conclusões e elabora um teste de hipótese baseado em duas observações: I. A peça metálica possui um grande risco em um dos seus componentes. II. Foi constatado que a máquina responsável pela manufatura estava suja durante a produção do componente. Sua hipótese básica pode ser a de que o risco foi ocasionado pela sujeira da máquina. Com base nessa hipótese, temos de elaborar um teste para que ela seja corroborada ou falseada.

Intuitivamente, a predição é que após a máquina ser limpa, não irá ocorrer mais riscos. Assim, a experimentação será feita em um ambiente controlado com a utilização de uma máquina em condições semelhantes àquela inicial que passe por uma limpeza padronizada. Após esse procedimento, deve-se verificar em uma certa amostragem, como em uma amostragem de 1.000 peças, se há algum risco semelhante ao reportado inicialmente.

Após a realização dos testes, inicia-se a análise dos dados e resultados. Alguns dos resultados possíveis podem ser:

  1. O risco sumiu em todas as peças e ao final da produção a máquina estava limpa.
  2. O risco não sumiu em todas as peças e ao final da produção a máquina estava suja.
  3. O risco não sumiu em todas as peças e ao final da produção a máquina estava limpa.

A análise aponta que se o resultado for A, então provavelmente a hipótese pode ser corroborada.

Caso o resultado seja B, então a máquina está se sujando durante a produção e produzindo o risco em algumas peças. Se C for verdadeiro, então a sujeira pode não ser a causa dos riscos, ainda que possa ser um efeito secundária da causa.

Caso B seja verdadeira, precisamos reformular as hipóteses. A nova hipótese para B, pode ser: a máquina está se sujando durante o processo e a sujeira é responsável pelo defeito.

Assim, o novo teste de predição poderia ser a elaboração de um novo procedimento que limpe a máquina durante o seu funcionamento.

Caso C seja verdadeira, também precisamos reformular as hipóteses. A nova hipótese para C depende do levantamento de outras possíveis causas para o defeito da máquina, uma vez que a sujeira é, nesse caso, descartada como agente causador do risco. Ela pode ser um efeito secundário do mal funcionamento ou estar relacionada com a manutenção de outro componente que foi corrigido durante a limpeza.

Avançando na prática

Pensamento Científico aplicado aos negócios

O diretor do RH de uma empresa elabora um novo treinamento para os funcionários com uma metodologia de ensino que se baseia no pensamento científico. O objetivo desse treinamento é promover entre os funcionários a criatividade, a inovação, o espírito colaborativo e uma maneira mais produtiva de lidar com os desafios. Para auxiliá-lo, você deve indicar quais possíveis fundamentos e pilares que esse treinamento deve ter, visando o alcance dos objetivos definidos pelo diretor.

Para a situação problema em questão, a partir da aplicação do pensamento científico à esfera profissional, temos pelo menos três posturas que podem ser incentivadas no treinamento a serem adotadas pelos funcionários da empresa. São elas:

  1. Questionar sempre: os cientistas precisam ser céticos. Como seus colegas de negócios e da indústria, eles também devem inovar. À medida que questionam o estabelecido, os cientistas inovam, surgem novos produtos, designers, áreas. Inovação e questionamento andam juntos.
  2. Competitividade colaborativa: os melhores cientistas competem e colaboram prontamente uns com os outros. Em muitos casos, a elaboração de uma equipe ou a colaboração de outras pessoas é necessária para desenvolver a solução de um problema complexo.
  3. Não ter medo de problemas: para o cientista, o desconhecido é uma oportunidade a ser perseguida e não evitada. Nesse sentido, quando surgem problemas, deve-se racionalizar: dividir o problema em hipóteses menores a serem testadas, avaliar racionalmente as probabilidades e a inter-relação entre os fatores causadores do problema.
Bons estudos!

AVALIE ESTE MATERIAL

OBRIGADO PELO SEU FEEDBACK!