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Compreender para julgar

Marisa Rossafa

Fonte: Shutterstock.

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PRATICAR PARA APRENDER

Em frente ao shopping no qual você atua como gestor de segurança privada, quase todas as noites abriga-se um homem idoso em situação de rua. Lá o homem sente-se seguro, principalmente porque o shopping possui a proteção de uma cobertura externa. 

O gerente do shopping chama você para discutir a situação do homem e decidir como proceder nesse caso, pois muitas vezes o homem está alcoolizado e é difícil retirá-lo da entrada pela manhã. Nessa discussão é preciso levar em conta os direitos humanos que protegem essa pessoa, mas também julgar a situação a partir de diferentes pontos de vista. É necessário também que se conheçam as alternativas oferecidas pelo governo para a proteção e promoção dos direitos humanos de pessoas em situação de vulnerabilidade.

conceito-chave

Faculdade de julgar em Hannah Arendt

Como vimos anteriormente, o julgamento de Eichmann em Jerusalém fez com que Hannah Arendt percebesse que a forma de se evitar o mal extremo, derivado principalmente do cumprimento de ordens e de leis injustas de maneira irrefletida, fosse parar para pensar e refletir sobre nossas ações.

Hoje, vamos além da faculdade de pensar e estudaremos a faculdade de julgar, que é um dos desdobramentos dessa ideia de Hannah Arendt sobre o mal.

Hannah Arendt percebeu que a faculdade de pensar – que, como vimos, consiste no diálogo do eu comigo mesmo – podia nos dizer o que não podemos fazer, até onde podemos ir, mas dificilmente poderia nos indicar o que fazer, qual ação tomar. O pensamento nos alerta qual o limite que não podemos ultrapassar para não incorrermos no mal, ou seja, nos indica quando devemos nos abster ou recusar a fazer algo.

Arendt também percebeu que o diálogo do eu comigo mesmo dificilmente incluía em suas considerações a perspectiva de outros, diferentes de nós, e por esse motivo era muito centrado no indivíduo, no eu.

Assim, ela começou a pensar a respeito de uma outra faculdade que não apenas pode nos orientar sobre como agir, como também não leva em consideração apenas o eu, mas também a comunidade e o mundo em que vivemos: a faculdade de julgar.

E como funciona essa faculdade? O que devemos fazer para tomar uma decisão baseada em um julgamento?

É importante ressaltar que, assim como para a faculdade de pensar, a faculdade de julgar não nos fornece respostas universais, ou seja, os limites que estabelece e suas orientações podem mudar consideravelmente de pessoa para pessoa conforme o lugar ou época em que se apresentam; no entanto, o mal ilimitado e extremo só é possível quando nos recusamos a pensar e a julgar. 

Arendt passa a desenvolver uma teoria sobre a faculdade de julgar porque, como vimos, em momentos de crise, como era o caso do regime nazista, ou mesmo em determinados contextos de normalidade, não é possível confiar em padrões universais, ou mesmo nas leis. É preciso aprender a julgar e a tomar decisões por nós mesmos, desconfiando muitas vezes das ordens que recebemos de autoridades ou mesmo de algumas leis que podem ser injustas.

A faculdade de julgar de Arendt é diferente da faculdade de julgar determinante de Kant porque esta última consistia na subsunção de situações particulares a pressupostos universais. No entanto, como julgar em uma situação de ruptura ou de inversão completa dos valores que conhecíamos como certos? Não é mais possível subsumir uma situação particular a “universais” normativos, não é mesmo? Como julgar sem balizas? 

É a isto que a faculdade de julgar de Hannah Arendt procura responder e para isso ela vai importar o julgamento de gosto, o juízo estético de Kant, para o campo da ética. Esse juízo é reflexivo e não determinante. Ele é reflexivo porque não parte de normas universais e não determinante porque cada julgamento é particular, depende de reflexões individuais. 

Uma das habilidades fundamentais que deve ser exercitada para a faculdade de julgar é a mentalidade alargada, que significa o poder pensar no lugar de outra pessoa, sair em visita do outro e voltar a nós mesmos. 

Devemos nos perguntar: o que aquela pessoa, que é diferente de mim, e está em uma situação diferente, pensaria a respeito de determinado assunto? É evidente que nunca saberemos ao certo o que aquela pessoa pensa, ou sente, mas podemos imaginar o que pensaríamos se estivéssemos em seu lugar. 

Assimile

É importante destacar que não se trata de empatia, uma vez que não devemos sentir como o outro sente, mas imaginar como se sentiriam, pensariam. Deve-se pensar seus próprios pensamentos, mas no lugar de outra pessoa.

A mentalidade alargada depende, portanto, da faculdade de imaginação que, por seu turno, torna presente em nossas mentes o que está de fato ausente. Devemos treinar nossa imaginação para “sair em visita”. Esse “sair em visita” objetiva conversar com distintas perspectivas. O exercício da imaginação e da mentalidade alargada pode se dar quando lemos um livro, vemos um filme, admiramos uma obra de arte. Tudo isso nos ajuda a treinar a capacidade de representação de outros pontos de vista a partir de nós mesmos. 

Segundo Arendt, “quanto maior for o número das posições de pessoas que posso tornar presentes no meu pensamento e, assim, levar em consideração no meu julgamento, mais representativo ele será” (ARENDT apud LAFER, 2007, p. 300). Não se trata, portanto, de um juízo universal, mas sim de um juízo representativo, que parte da complementaridade de diversas perspectivas.

Outra questão importante para a faculdade de julgar é o valor do exemplo. Em exemplos de condutas − biográficos de personagens históricos ou fictícios, do presente ou do passado – devemos nos basear para julgar nossas próprias condutas. Nesse sentido, surge a questão da companhia que queremos, com quem desejamos estar, pois é a partir desses exemplos que realizamos essa escolha, que pauta também nossa conduta, nossas ações. A validade exemplar, portanto, revela uma dimensão geral que de outra forma não poderia ser capturada, nos obrigando a sair de uma visão meramente subjetiva.

O que Hannah Arendt teme é a indiferença em relação a esta preferência, que ela conecta com o que chama de “recusa de julgar”:

A partir da recusa ou da incapacidade de escolher os seus exemplos e a sua companhia, e a partir da recusa ou incapacidade de estabelecer uma relação com os outros pelo julgamento surgem os skandala reais [...]. Nisso reside o horror e, ao mesmo tempo, a banalidade do mal. 

(ARENDT, 2004, p. 212)

Precisamos, portanto, escolher nossos exemplos entre pessoas que conhecemos, personagens históricos ou mesmo fictícios e nos perguntar: o que essa pessoa faria ou pensaria se estivesse em meu lugar?

Reflita

Você já pensou em quais são os seus exemplos? Eles são pessoas reais, figuras religiosas, personagens históricos, personagens fictícios? Por que essa pessoa constitui um exemplo para você? O que a distingue?

E assim, a partir da capacidade de considerar diferentes perspectivas em nosso pensamento e de eleger nossas companhias e exemplos é que podemos emitir um julgamento a respeito de determinada situação ou conduta, ou tomar uma decisão baseada na faculdade de julgar. Essa faculdade possibilita também que tomemos decisões em casos inéditos e imprevisíveis, para os quais ainda não há uma regra estabelecida, como é o caso de diversas situações que envolvem direitos humanos, ou direitos humanos que estão aparentemente em conflito. 

É preciso reconhecer que vivemos em uma sociedade em constante transformação, em que irrompem fatores que rapidamente tornam inadequados os modelos tradicionais, entre os quais está o conjunto de regras e valores transmitidos. Assim sendo, as normas de direitos humanos devem ser pensadas a partir de uma interpretação constante, criativa, que atente para as particularidades de cada situação e de cada comunidade. 

Pesquise mais

Assista ao vídeo Uma História Severina, que conta a história que deu ensejo à discussão acerca do aborto de fetos anencéfalos (ADPF n. 54).

UMA HISTÓRIA Severina. [S.l.: s.n.], 2010. 1 vídeo (22:37 min.). Publicado pelo canal Imagens Livres. 

Teoria do reconhecimento

A teoria e as políticas do reconhecimento partem da tese de que nossa identidade é formada, em parte, pela existência ou inexistência do reconhecimento. Assim, uma pessoa ou grupo podem ser realmente prejudicados se aqueles que os rodeiam, seja no âmbito familiar ou no social, os desprezarem, por não os reconhecerem pelo que são ou por os considerarem inferiores. Essa teoria parte do pressuposto de que nossas identidades são definidas não apenas por nós mesmos, mas também na existência com os outros, e seu não reconhecimento pode ser prejudicial. No nível íntimo, é fácil verificar até que ponto uma identidade necessita e é vulnerável ao reconhecimento concedido, ou não, por aqueles que são importantes e próximos. Mas isso pode ser transposto para o plano social: a recusa de reconhecimento pode constituir uma forma de opressão.

Ocorreram duas mudanças na modernidade de extrema importância para que se desenvolvesse uma preocupação com o reconhecimento. A primeira delas foi a noção moderna de dignidade, que, como vimos, hoje possui um sentido universalista e igualitário. Antes de a dignidade humana ser considerada universal, o reconhecimento era associado exclusivamente à posição social ocupada por uma determinada pessoa ou grupo na sociedade. Decorrem da concepção moderna de dignidade a concepção igualitária e universal dos direitos humanos. O conteúdo de uma política de dignidade universal visa à igualdade de direitos. O que se deve evitar a todo custo é a existência de cidadãos de primeira classe e de segunda classe.

A segunda mudança diz respeito ao conceito de autenticidade, segundo o qual cada ser humano tem um modo singular de existir e ser no mundo, sendo que devemos reconhecer igualmente todas as formas particulares de ser. O desenvolvimento da noção moderna de identidade deu origem a uma política de diferença. É claro que essa política também tem uma base universalista, sendo que todas as pessoas devem ser reconhecidas por suas identidades únicas. Há, no entanto, uma diferença entre a política de igual dignidade e a política de diferença: “em relação à política de igual dignidade, aquilo que se estabelece visa a igualdade universal, um cabaz idêntico de direitos e imunidades; quanto à política de diferença, exige-se o reconhecimento da identidade única deste ou daquele indivíduo ou grupo, do caráter singular de cada um” (TAYLOR, 1998, p. 58).

O equívoco se comete frequentemente ao implantar políticas de igual dignidade em detrimento de políticas de diversidade, é que estas acabam por ignorar a singularidade, sendo esta assimilada a um padrão, alegadamente universal, mas que na realidade é a identidade dominante de uma maioria. Por outro lado, a política de diferença também suscita outro tipo de conflito: enquanto a política de dignidade universal lutava por formas de não discriminação que ignoravam consideravelmente as diferenças entre as pessoas, a política de diferença redefine frequentemente a não discriminação como uma exigência que nos leva a fazer dessas distinções a base do tratamento diferencial. 

No entanto, as políticas do reconhecimento buscam encontrar um equilíbrio. Algumas medidas destinadas a melhorar a situação das minorias podem ser justificadas com base na dignidade humana. Algumas políticas de “ação afirmativa” ou de “discriminação positiva”, por exemplo, possibilitam às pessoas provenientes de grupos desfavorecidos terem um certo nivelamento competitivo no que diz respeito a empregos e vagas. Essa prática é justificada pelo fato de a sociedade herdar uma discriminação histórica que dá origem a uma condição de desvantagem para os desfavorecidos. Além disso, elas colaboram para que haja representantes desses grupos ocupando posições de destaque na sociedade, colaborando para que no longo prazo haja mudanças na forma como essas pessoas são vistas e, portanto, para que sejam reconhecidas. Há também outras formas de se buscar o reconhecimento que também procuram mudar a imagem de determinados grupos para que estes passem a ser reconhecidos e respeitados pela sociedade. 

Exemplificando

Muitas ações afirmativas já foram implantadas no Brasil. Dentre elas podemos citar: aumento da participação dos grupos discriminados em determinadas áreas de emprego ou no acesso à educação por meio de cotas; concessão de bolsas de estudo; prioridade em empréstimos e contratos públicos; distribuição de terras e moradias; medidas de proteção diferenciada para grupos ameaçados etc.

Instrumentos de apoio à promoção de Direitos Humanos

A promoção dos direitos humanos e da diversidade ocorre, principalmente, com a utilização da legislação em vigor em defesa dos direitos, em especial, dos segmentos mais vulneráveis e discriminados, como as crianças e adolescentes, mulheres, pessoas com deficiência, idosos(as), negros(as), indígenas, gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais. Nesse sentido, o Brasil, que sempre contou com atuação intensiva de organizações de defesa de direitos, pode contar com um arcabouço legal nacional e internacional valioso para a defesa dos direitos humanos, dos quais destacamos os seguintes:

Faça valer a pena

Questão 1

Leia o texto a seguir atentamente:

A crítica que a primeira faz à segunda consiste na violação que esta comete do princípio de não discriminação. Inversamente, a primeira é criticada pelo fato de negar a identidade, forçando as pessoas a justarem-se a um molde que não lhe é verdadeiro. Já seria suficientemente mal se se tratasse de um molde neutro [...]. Mas, geralmente, as pessoas [...] queixam-se do fato de o conjunto, supostamente neutro, de princípios que ignoram a diferença [...] ser, na verdade, um reflexo de uma cultura hegemônica. Se assim é, então só a minoria ou as culturas subjugadas são forçadas a alienarem-se. Consequentemente, a suposta sociedade justa e ignorante das diferenças é, não só inumana (porque subjuga as identidades), mas também é ela própria extremamente discriminatória, de uma maneira sutil e inconsciente.

(TAYLOR, 1998, p. 63)

Considerando o conteúdo aprendido nesta seção sobre a Teoria do Reconhecimento, o que são a “primeira” e a “segunda” às quais Charles Taylor se refere? Marque a alternativa correta:

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Correto!

Charles Taylor está descrevendo as seguintes problemáticas abordadas nesta seção: primeiramente, o equívoco que se comete ao implantar políticas de igual dignidade em detrimento às políticas de diversidade. Nesse caso, a singularidade acaba sendo assimilada a um padrão, alegadamente universal, mas que na realidade é a identidade dominante de uma maioria. Em segundo lugar ele aborda a crítica da política de igual dignidade à política de diversidade, porque esta supostamente violaria o princípio de não discriminação.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Questão 2

Leia a citação a seguir:

Com base nessas indicações, pode-se dizer que o juízo, como uma faculdade distinta do pensar e do querer, no pluralismo do cogito arendtiano, é a capacidade de lidar com o particular sem perder o horizonte do seu significado geral. É uma habilidade política porque capacita o ator a se orientar no espaço público avaliando o que nele se passa. […] Requer, à maneira de Kant, um juízo de tipo reflexivo e não determinante, porque numa época de ruptura não é possível subsumir o específico a ‘universais’ normativos esgarçados e fugidios. 

(LAFER, 2007, p. 299)

Sobre a faculdade de julgar em Hannah Arendt, marque V para verdadeiro e F para falso:

(    ) A mentalidade alargada depende da faculdade de imaginação, que nos permite representar os pontos de vista dos outros em nossa mente. 

(    ) O juízo da faculdade de julgar de Hannah Arendt é determinante e universal. 

(    ) A validade exemplar revela uma dimensão universal que de outra forma não poderia ser capturada, nos obrigando a sair de uma visão meramente subjetiva.

(    ) Essa faculdade possibilita também que tomemos decisões em casos inéditos e imprevisíveis, para os quais ainda não há uma regra estabelecida.

Agora, assinale a alternativa que contém a sequência correta:

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Correto!

A alternativa correta é a C porque o juízo da faculdade de julgar de Hannah Arendt é não determinante e reflexivo, pois não parte de universais normativos e pode variar de pessoa para pessoa. A dimensão alcançada por esse juízo é uma dimensão geral, mais representativa, mas nunca universal.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Questão 3

Segundo Taylor (1998, p. 85):

[a] novidade reside na formulação explícita que agora é feita da exigência de reconhecimento. E o que tem contribuído para esse caráter explícito, da forma que eu indiquei atrás, é a divulgação da ideia de que o reconhecimento é essencial para a nossa formação. [...]
Um dos autores responsáveis por essa transição é, sem dúvida alguma, o falecido Frantz Fanon, cuja obra marcante [...] (Os Condenados da Terra) defendia que a principal arma dos colonizadores era a imposição da imagem que eles concebiam dos colonizados sobre os povos subjugados. Estes, para se libertarem, deveriam, primeiro expurgar-se dessas imagens autodepreciativas. [...] [A] noção de que a mudança da imagem adotada implica uma luta, que tem lugar dentro do indivíduo subjugado e contra o dominador, tem conhecido uma aceitação generalizada.

Autor da citação

Lapa (2013, [s.p.]) afirma:

Todo mundo já sabe: em comerciais de cerveja, estará sempre muito calor e as mulheres vestirão um biquíni fio dental nos corpos belíssimos. Corpos esses sem língua, diga-se, porque elas nunca falam nada. Quer vender detergente, sabão em pó ou qualquer outro produto de limpeza? Direcione as propagandas para as mulheres, porque elas ainda não saíram da cozinha.
Vemos isso o tempo todo, tomamos como verdade absoluta, e nem ligamos muito para a representação da mulher nos comerciais. Fúteis, vazias, competitivas com outras mulheres, rainhas do lar, vaidosas em nível tóxico. [...] 
Nos Estados Unidos há uma iniciativa chamada The Representation Project, que cuida justamente de analisar como a mídia mostra as mulheres. Aqui no Brasil não temos nada parecido, mas grupos feministas online costumam questionar as empresas quanto aos seus anúncios sexistas e muitas, muitas vezes misóginos. 

Autor da citação

Analise atentamente o excerto da reportagem da Carta Capital (LAPA, 2013) a partir do texto de Charles Taylor (1998) e assinale a alternativa correta:

Correto!

Como vimos, há inúmeras formas de se buscar o reconhecimento que procura mudar a imagem de determinados grupos para que estes passem a ser reconhecidos e respeitados pela sociedade. Esse é o caso das mulheres. Segundo o próprio Charles Taylor, a ideia de que a mudança da imagem adotada implica uma luta, que tem lugar dentro do indivíduo subjugado e contra o dominador, tem conhecido uma aceitação generalizada e tornou-se decisiva para certas correntes do feminismo que se esforçam para mudar a autoimagem depreciativa imposta às mulheres e sua imagem na sociedade em geral. The Representation Project é uma iniciativa que parte dessa ideia e promove uma luta pelo reconhecimento.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Referências

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