lorem ipsum dolor sit amet
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nunc dignissim euismod urna tincidunt sagittis. Vivamus id vehicula eros, non scelerisque eros.

Fonte: Shutterstock.
Deseja ouvir este material?
Áudio disponível no material digital.
Praticar para aprender
Caro aluno, nesta seção iremos entender o conceito de interpolação polinomial, que consiste em aproximar uma função usando polinômios. Para isso, dois métodos serão considerados: o método de Lagrange e o método de Newton. A vantagem do uso da interpolação polinomial, por exemplo, é que se uma dada função com forma complexa puder ser aproximada por um polinômio, então o nosso trabalho na modelagem facilita bastante, pois os polinômios são mais flexíveis para se trabalhar.
Como exemplo do uso do polinômio interpolador, considere a situação em que você precisa modelar o lucro trimestral de sua empresa. Como, em geral, a curva do lucro é complexa, você pode utilizar o polinômio de Lagrange para aproximá-la e fazer a previsão do lucro. Uma alternativa a isso são os métodos estatísticos que serão trabalhados posteriormente em outras seções.
Em determinada empresa de solventes químicos, deseja-se achar uma forma mais eficiente de trabalhar com a demanda dos produtos. Pensando nisso, a empresa resolveu ajustar o modelo que descrevia a demanda usando um polinômio interpolador a partir método de Lagrange. No entanto, nenhum dos funcionários tinha conhecimento sobre como fazer isso. Devido a essa carência, a empresa então lhe contratou para resolver o problema. Sabendo que os pontos de demanda eram baseados nos pontos , foi lhe requisitado a equação do polinômio interpolar que passava por esses pontos a fim de entender como estava funcionando a demanda da empresa. Dessa forma, você deveria apresentar a solução passo a passo de como foi encontrado tal polinômio sem o uso de métodos computacionais.
Que tal começar esse entendimento agora? Você será acompanhado em todo o processo! Iniciaremos com os conceitos fundamentais de interpolação polinomial. Em seguida, trabalharemos com métodos de interpolação, especialmente o mais popular, que é o de Newton!
conceito-chave
Anteriormente, exploramos os conceitos relativos a erros e encontrar soluções de a partir de métodos iterativos. Agora, o nosso foco será encontrar um polinômio que aproxima a função , chamado de polinômio interpolador. Para começar nossos trabalhos neste tópico, vamos supor que que temos pontos distintos , que iremos chamar de “nós”, e que os pontos foram obtidos por meio de alguma função desconhecida, isto é, . Queremos, então, conhecer ou estimar para algum valor que não seja necessariamente tabelado. Um modo de fazer isso é interpolar f por uma função polinomial, uma vez que, em geral, temos conhecimento apenas dos pares de pontos e não da expressão de f em si.
Inicialmente, então, vamos verificar a questão da existência do polinômio interpolador. Isto é, dados os pontos , onde são pontos distintos. Nosso objetivo é encontrar uma função polinomial , de grau máximo , que satisfaça:
Como tem a forma
então se transforma em:
Com base nos conceitos de Álgebra Linear, podemos reescrever o sistema anterior em forma de matriz como:
Em que é a matriz, tal que , pois os pontos são distintos e A é necessariamente uma matriz de Vandermonde. Desse modo, o sistema linear em questão admite uma única solução . Em outras palavras, existe apenas um polinômio de grau menor ou igual a que interpola a função . Esse polinômio é chamado de polinômio interpolador.
Assimile
Matematicamente, uma matriz é dita matriz de Vandermonde se todos os termos de cada uma de suas linhas formam uma progressão geométrica.
Assim, podemos enunciar o seguinte resultado (ANDRADE, 2012):
Teorema: Dados pontos distintos, existe um único polinômio , de grau máximo , que interpola nos pontos .
Existem diversos métodos para encontrar o polinômio interpolador, no entanto, nesta seção, iremos trabalhar com dois desses métodos: (i) o método de Lagrange e (ii) o método de Newton.
Iniciemos, então, com o método de Lagrange. Para esse método, vamos considerar dados pontos distintos e . Para cada seja:
Ou resumidamente,
É fácil notar que:
- ,
- ,
- é um polinômio de grau .
Com isso, temos o seguinte resultado:
Teorema (Lagrange): Sejam pontos distintos e , dados. Então, existe um polinômio de grau menor ou igual a que interpola nesses pontos. Além disso, é dado por:
onde:
Exemplificando
Vamos colocar em prática o método de Lagrange para encontrar o polinômio que interpola os pontos . Assim, pelo método de Lagrange, obtemos:
Portanto, segue que o polinômio interpolador, segundo o método de Lagrange, é dado por .
E como estimamos o erro com base no método de Lagrange? Vamos considerar nós distintos no intervalo e de uma função. Então, para cada existe , tal que:
Assim, o erro para o polinômio de Lagrange é dado pela diferença .
Dessa forma, encerramos as questões teóricas do método de Lagrange. Mas, para encerrar o conteúdo do método de Lagrange, vamos escrever um código que pode ser utilizado no software Maple para encontrarmos o polinômio interpolador de Lagrange (ANDRADE, 2012).
> restart;
> interpoLa := proc(pts) local i, j, k, polin, gr1, gr2, ‘check arguments’;
> if type(pts, ‘list’) = false then
ERROR(‘o argumento deve ser uma lista de pontos do R^2’) fi;
> ‘check arguments’ := (pt) -> if type(pt, ‘list’) = false or nops(pt) <> 2 then
ERROR(‘o argumento não é um ponto do R^2’, pt) else pt fi;
> map(‘check arguments’, pts);
> polin := sort(expand(sum(product((x-pts[j][1])/(pts[i][1]-pts[j][1]), j = 1..i-1) * product((x-pts[k][1])/(pts[i][1]-pts[k][1]), k= i+1...nops(pts)) * pts[i][2], i =1..nops(pts))),x);
print(polin);
> gr1 := plot(polin, x = 0..pts[nops(pts)][1];
> gr2 := plot(pts, style = point, symbol = circle, color = blue);
> plots[display]({gr1, gr2});
>end:
# Exemplo
interpoLa([[0,5], [1,3], [2,1], [3,3], [4,-3]])
Esse código transcreve exatamente o método de Lagrange aplicado no Exemplificando dado anteriormente. Mas note que o método de Lagrange ainda apresenta uma problemática grande quando adicionamos um ponto no sistema. Por quê? Note que ao usar esse método, adicionar um novo ponto implica que devemos recalcular todos os polinômios . Como resolver essa questão? Bem, trabalhamos com o método de Newton (ou método das diferenças divididas).
No método de Newton para o polinômio interpolador, ele é obtido a partir de uma construção recursiva utilizando um operador que chamamos de operador das diferenças divididas. Assim, para encontrar o polinômio interpolador que interpola nos pontos pelo método de Newton, utilizamos (ANDRADE, 2012):
Chamamos de diferença dividida de ordem entre os pontos . Um ponto importante que podemos destacar é que as diferenças divididas são funções simétricas nos seus argumentos (ANDRADE, 2012). Com base nesse operador, podemos construir a seguinte tabela de diferenças divididas para o método de Newton:
Lorem ipsum | Lorem ipsum | Column 3 | Column 4 | |
---|---|---|---|---|
Ou, no caso geral,
Lorem ipsum | Lorem ipsum | Column 3 | Column 4 | |
---|---|---|---|---|
ORDEM 0 | ORDEM 1 | ... | ORDEM N | |
Bom, agora que sabemos como funciona o operador de diferenças divididas, vamos trabalhar com a construção do polinômio que interpola nos pontos segundo o método de Newton. Começando com o polinômio que interpola em e assim sucessivamente, construiremos , que interpola em . Assim, seja então o polinômio de grau zero, que interpola em , tal que . Nesse caso, para e , temos que:
tal que:
onde . Então, chamaremos de erro ao se aproximar por . Agora, seja o polinômio de grau menor do que 1 que interpola em e . Temos que:
tal que:
onde . Então, chamaremos de erro cometido ao se aproximar por . De modo geral, repetindo o procedimento anterior vezes, obtemos:
, onde e são o erro cometido ao se aproximar por .
Assimile
A forma de Newton para o polinômio que interpola em pontos distintos é dada por , onde são as diferenças divididas de ordem dadas por . Além disso, se é vezes diferenciável no intervalo que contém os pontos , o erro é dado por (ANDRADE, 2012).
Exemplificando
Vamos colocar em prática o método de Newton para encontrar o polinômio interpolador nos pontos . Assim, pelo método de Newton, obtemos:
Lorem ipsum | Lorem ipsum | Column 3 | Column 4 | |
---|---|---|---|---|
ORDEM 0 | ORDEM 1 | ORDEM 2 | ORDEM 3 | |
-1 |
0 | |||
0 |
1 | |||
1 | ||||
1 | 2 | 2 | ||
5 | ||||
2 | 7 |
Dessa maneira, o polinômio interpolador é dado por:
Reflita
Pensando no método de Lagrange e no método de Newton, qual dos dois trazem uma aproximação mais concisa de ? Em qual deles o erro cometido é menor? Na prática, qual é mais viável usar? Pense sobre essas questões, especialmente em âmbito de custo computacional de tempo de processamento.
Por fim, é válido ressaltar que os erros de interpolação são fundamentais, especialmente quando trabalhamos com modelagem. Em qualquer trabalho que envolva aproximação numérica, sempre estamos buscando pelo menor erro possível e a magnitude desse erro nos traz a versatilidade do nosso modelo. Pensando nesse aspecto, em métodos numéricos, existe um conceito chamado fenômeno Runge que consiste em dizer que o erro é menor na zona central do intervalo e maior nos extremos. Para evitar esse fenômeno, podemos considerar pontos não igualmente espaçados juntamente com polinômios ortonormais, splines ou aproximação por mínimos quadrados.
Com isso, finalizamos a nossa seção sobre polinômio interpolador, que é um dos objetos fundamentais quando trabalhamos aproximações numéricas.
Faça valer a pena
Questão 1
Interpolação de polinômios é baseada em métodos numéricos simples que nos traz diversas informações sobre a função em questão. Dentre os métodos de interpolação, destacam-se dois deles: o método de Lagrange e o método de Newton.
Sobre o método de Lagrange, assinale o que for correto.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
No método de Lagrange, para cada seja:
Ou resumidamente,
É fácil notar que:
a. ,
b. ,
c. é um polinômio de grau .
Questão 2
Uma das grandes desvantagens do método de Lagrange é que a adição de mais um ponto nos obriga a realizar todos os cálculos dos novos polinômios L, o que pode ser um grande problema caso tenhamos muitos pontos. Porém, usando o método de Newton, não temos esse problema.
A respeito do método de Newton, assinale o que for correto.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Pela própria definição do método de Newton, concluímos que para o polinômio interpolador, com diferenças divididas, podemos acrescentar ou retirar pontos, uma vez que esse método faz uma construção recursiva simples utilizando um operador de diferença dividida.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 3
Quando trabalhamos com interpolação polinomial, devemos ter em mente que, em geral, não melhoramos a precisão aumentando a quantidade de pontos ou nós e, portanto, aumentando o grau do polinômio interpolador. Nesses aspectos, temos grandes perdas na aproximação quando se trata dos extremos do intervalo. Esse fenômeno é chamado de fenômeno Runge.
Sobre o fenômeno Runge, assinale o que for correto.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Em geral, o fenômeno Runge pode ser simplesmente definido como: o erro é menor na zona central do intervalo e maior nos extremos. Para evitar esse fenômeno, podemos considerar pontos não igualmente espaçados juntamente com polinômios ortogonais, splines ou aproximação por mínimos quadrados.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Referências
ANDRADE, D. Cálculo numérico. In: NOTAS de aula. [S. l.], 2012.
FERNANDES, D. B. Cálculo Numérico. São Paulo: Editora Pearson, 2015.
FRANCO, N. B. Cálculo Numérico. São Paulo: Editora Pearson, 2006.
LOPES, Á. P.; COSTA, M. J. S. Comparação entre métodos de aproximação numérica utilizando o programa MATLAB. Revista Margens Interdisciplinar, v. 11, n. 17, p. 14, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/5447. Acesso em: 23 jun. 2021.
VALLE, M. E. MS211 - Cálculo Numérico Aula 15 – Interpolação Polinomial. [s. d.]. Campinas: Unicamp. Disponível em: https://www.ime.unicamp.br/~valle/Teaching/MS211/Aula15.pdf. Acesso em: 26 mar. 2021.