lorem ipsum dolor sit amet
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nunc dignissim euismod urna tincidunt sagittis. Vivamus id vehicula eros, non scelerisque eros.

Fonte: Shutterstock.
Deseja ouvir este material?
Áudio disponível no material digital.
praticar para aprender
Caro aluno, nesta seção vamos trabalhar basicamente com dois tópicos: regra dos trapézios e regra de Simpson. Ambos os tópicos são ferramentas para aproximar o valor de uma integral, consequentemente de uma área, usando métodos numéricos. Essas ferramentas são importantes, pois, na prática, raramente temos figuras regulares ou até mesmo funções bem-comportadas. A maioria dos problemas são resolvidos usando métodos numéricos devido à versatilidade desses métodos. Imagine só ter que lidar com a modelagem do crescimento populacional ou até mesmo o aumento dos casos de Covid-19 sem fazer o uso de métodos numéricos. Seria extremamente complexo!
Em um estudo envolvendo Engenharia Biomédica, um determinado pesquisador realizou um trabalho voltado para modelagem de marca-passo no coração de pessoas idosas. Em sua pesquisa, ele tinha por interesse achar a área abaixo da curva gerada pelos dados do marca-passo. Sabe-se que a função que governa o marca-passo é descrita por:
no intervalo de 0,2 até 0,8 horas. Uma vez que ele tiver a área abaixo dessa curva e sabendo que essa função tem certos padrões de repetição, ele conseguirá estimar a área total para mais do que 0,6 horas, considerada em seu experimento para avaliar a qualidade do marca-passo. Então, baseando-se nos conceitos de integração numérica, como você calcularia a área abaixo da função dada assumindo uma margem de erro de no máximo 1%?
Conseguiu ver a importância desses conceitos? Que tal começarmos a trabalhar com eles e entender melhor sob o ponto de vista matemático e prático? Não se preocupe, vamos lhe acompanhar em todo o processo e os conceitos serão construídos de forma gradual!
conceito-chave
Já vimos anteriormente como trabalhar com os erros de aproximações e também com formas de resolver a equação . Agora, nos interessa saber como resolver numericamente as integrais, uma vez que elas, assim como a equação , têm diversas aplicações em Engenharia, como no cálculo aproximado da área de placas de metais em construção civil. Nesse aspecto, a ideia da integração numérica consiste, basicamente, na aproximação da função integranda por um polinômio em que a escolha desse polinômio e dos pontos usados em sua determinação vai resultar nos diversos métodos numéricos de integração.
Em Cálculo Diferencial e Integral, é visto que as fórmulas de integração numéricas são somatórios, em que suas parcelas são, necessariamente, valores de calculados em pontos escolhidos e multiplicados por pesos convenientes, isto é,
onde são pontos de integração e os são os pesos. Então, para iniciar nossos estudos, nesta seção vamos considerar apenas as fórmulas fechadas, isto é, os extremos de integração coincidem com e .
Dessa forma, dada uma função , seja um número natural e , dizemos que os pontos são igualmente espaçados (ANDRADE, 2012). Assim, seja o polinômio de grau que interpola os pontos . Pelo método de interpolação de Lagrange, sabemos que:
e o erro:
onde é um ponto em . Assim, integrando em , obtemos que:
onde é um ponto em . Nesse caso, podemos chamar:
a fim de simplificar a expressão de como:
,
que é conhecida como fórmula de Newton-Cotes para integrais numéricas. Como caso particular dessa fórmula, obtemos as famosas fórmulas dos trapézios e de Simpson, que são estabelecidas com polinômios de grau 1 e grau 2, respectivamente. Vamos iniciar então com a fórmula dos trapézios, ou regra dos trapézios.
A fórmula dos trapézios corresponde, basicamente, à interpolação da função a ser integrada por um polinômio de grau 1 (ANDRADE, 2012). A interpolação linear, nesse caso, necessita de dois pontos, então, vamos trabalhar com os extremos do intervalo de integração, isto é, e . Logo, o polinômio linear interpolador é dado por:
em que são as coordenadas de y. E os pesos são dados por:
Para uma melhor visualização dessa ideia, vamos trabalhar com o gráfico exposto na Figura 2.1.

Assim, observando a Figura 2.1 e partindo dos pesos, temos que:
,
onde o erro é descrito pela seguinte equação:
onde é um ponto entre e . Agora, usando o teorema do valor médio para integrais, obtemos que existe , tal que:
Portanto, podemos escrever a fórmula dos Trapézios para integração numérica como:
,
onde não é conhecido.
Reflita
Como você acha que fica a fórmula dos trapézios se for aplicada diversas vezes sobre subintervalos de um intervalo geral [a, b]?
Vimos então como resolvemos a regra dos Trapézios usando um polinômio interpolador de grau 1. E para a regra de Simpson, como procedemos? Nesse caso, vamos interpolar usando um polinômio de grau 2 que coincida com essa função em , e . Assim, o polinômio interpolador de grau 2 é dado pela equação:
em que são as coordenadas de y. Para uma melhor visualização dessa ideia, vamos trabalhar com o gráfico exposto na Figura 2.2.

Dessa forma, a partir dos polinômios de Lagrange, obtemos os pesos da fórmula de Simpson:
Assim, obtemos a seguinte solução para a integral:
,
onde o erro é dado pela seguinte expressão:
para algum . Portanto, a fórmula de Simpson para integração numérica é descrita pela equação:
Reflita
Como você acha que fica a fórmula de Simpson se for aplicada diversas vezes sobre subintervalos de um intervalo geral [a, b]?
Assimile
Embora as fórmulas dos trapézios e de Simpson usem polinômios de grau baixo, note que, em termos de erros, a regra de Simpson não apresenta termos simples como acontece na regra dos trapézios.
Agora, vamos avaliar outros aspectos dessas fórmulas: intervalos de integração grandes. Quando o intervalo de integração é grande, em geral, não é conveniente aumentar o grau do polinômio interpolador para obter fórmulas mais precisas, pois podemos deixar o problema ainda mais complexo. A alternativa mais usada é subdividir o intervalo de integração e aplicar fórmulas simples repetidas vezes, obtendo-se as fórmulas compostas. Vamos começar com a regra dos trapézios composta.
Nesse caso, de acordo com Andrade (2012), dado o intervalo dividindo-o em subintervalos de comprimento e fazendo , , e , obtemos:
que é chamada de fórmula composta para a regra dos trapézios. Nesse caso, o erro final dessa fórmula tem como base os erros parciais da fórmula simples dos trapézios que são dados por:
Logo, o erro final é dado por:
Isto é,
E para a regra de Simpson, como procedemos? Nesse caso, dado o intervalo dividindo-o em subintervalos de comprimento e fazendo , e , obtemos:
que é conhecida como fórmula composta para a regra de Simpson. Da mesma forma que na regra dos trapézios composta, o erro final da regra composta de Simpson pode ser obtido pela soma dos erros parciais. Portanto, o erro final da regra composta de Simpson é dado por:
Assimile
Se f é um polinômio no qual seu grau é menor que 3, então o erro é nulo, isto é, a regra de Simpson é exata para polinômios de grau menor que 3 (ANDRADE, 2012).
Para finalizar nosso estudo de integração numérica, vamos trabalhar com um exemplo de cálculo de integral com base nas regras de Simpson e dos trapézios com erro menor que .
Exemplificando
Vamos trabalhar com a integral usando as regras de Simpson e dos trapézios. Quantos subintervalos devemos usar para calcular essa integral com uma tolerância de até ?
Começamos então com a regra dos Trapézios. Nesse caso, o erro total é dado por:
pois . Assim, segue que e, portanto, , isto é, precisamos de aproximadamente 41 intervalos. Agora, para a regra de Simpson, temos que o erro total é:
pois . Assim, segue que e então , isto é, precisamos de apenas 6 intervalos para calcular a integral por métodos numéricos.
Como exercício prático, você pode escrever a aproximação da integral considerando pela regra de Simpson e pela regra dos trapézios usando 6 intervalos. Para finalizar, deixo a reflexão: qual desses métodos é mais viável quando eu tenho uma integral mais complexa?
Faça a valer a pena
Questão 1
As aplicações de integração numérica envolvem um rol de áreas e podem ser encontradas em tipos de situações mais comuns, em geral. No entanto, existem aplicações bem específicas para seu uso em algumas áreas, como Topografia e Engenharia.
Com base em aplicações de integração numérica, assinale a alternativa que contém exemplos dessas aplicações na área de Topografia e Engenharia.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
- O cálculo da força resultante devido a um vento não uniforme soprando contra a lateral de um arranha-céu que, geometricamente, simboliza um cálculo de área (Topografia); área de um campo delimitado por um córrego sinuoso e duas estradas (Engenharia Urbana). Errado, pois a primeira aplicação não se refere à Topografia.
- Área entre duas curvas que representam as veias próximas ao coração (Topografia); o cálculo da força resultante de um corpo em trajetória oblíqua, isto é, a área abaixo da trajetória (Engenharia Química). Errado, pois a primeira aplicação corresponde à Cardiologia e a segunda à Física.
- Área de um campo delimitado por um córrego sinuoso e duas estradas (Topografia); o cálculo da força resultante devido a um vento não uniforme soprando contra a lateral de um arranha-céu que, geometricamente, simboliza um cálculo de área (Engenharia Estrutural). Correto.
- Área de um campo delimitado por um córrego sinuoso e duas estradas (Topografia); área da seção transversal de um rio (Engenharia Civil). Errado, pois a segunda aplicação é de Engenharia Ambiental ou Topografia, não se enquadra necessariamente em Engenharia Civil.
- Área da seção transversal de um rio (Topografia); o cálculo da força resultante devido a um vento não uniforme soprando contra a lateral de um arranha-céu que, geometricamente, simboliza um cálculo de área (Engenharia Mecânica). Errado, pois a segunda aplicação se refere à Engenharia Estrutural e não à Engenharia Mecânica.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 2
Quando trabalhamos com áreas que, em geral, são estimadas por integrais, devemos levar em conta que nem sempre é possível obter o valor exato dessa integral, fazendo-se assim os métodos numéricos necessários para a solução do problema. Nesse aspecto, há duas situações que é impossível encontrar o valor exato de uma integral.
A respeito dessas situações, assinale a alternativa correta.
Correto!
Quando estudamos Cálculo Numérico, especialmente Integração Numérica, nos deparamos com duas situações: a primeira decorre do fato de que, para usar o Teorema Fundamental do Cálculo, precisamos conhecer uma antiderivada de f e às vezes isso é impossível. E a segunda ocorre quando a função é determinada a partir de um experimento científico ou dados coletados.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 3
Antes de aplicar uma das regras de integração numérica, é fundamental que encontremos o número de subintervalos a serem considerados para a aplicação de cada uma das regras. Para entender melhor esse conceito, considere a integral:
Com uma precisão de 5 casas decimais.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Vamos trabalhar com a integral usando as regras de Simpson e dos trapézios. Começamos então com a regra dos trapézios. Nesse caso, o erro total é dado por:
pois . Assim, segue que e, portanto, , isto é, precisamos de aproximadamente 719 intervalos. Agora, para a regra de Simpson, temos que o erro total é:
pois . Portanto, segue que e assim , isto é, precisamos de apenas 4 intervalos para calcular a integral por métodos numéricos.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Referências
ANDRADE, D. Cálculo numérico. In: NOTAS de aula. [S. l.], 2012.
FERNANDES, D. B. Cálculo Numérico. São Paulo: Editora Pearson, 2015.
FRANCO, N. B. Cálculo Numérico. São Paulo: Editora Pearson, 2006.
HFM. Integração Numérica. CN15. 2010. Disponível em: https://homepages.dcc.ufmg.br/~hfmatos/CN/mirlaine/aula15.pdf. Acesso em: 26 mar. 2021.