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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

ELEMENTOS NOTACIONAIS DA ESCRITA: ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO

Monique Bisconsim Ganasin
Valéria Adriana Maceis

Acento gráfico

Conheça algumas possibilidades de trabalhar acento gráfico de maneira lúdica. 

Fonte: Lorem ipsum

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sem medo de errar

Nesta seção, nosso desafio é encontrar uma solução para o seguinte desafio: Como fazer para instigar nos alunos o desejo de ser proficiente em sua língua materna, tendo domínio das regras de acentuação, para um bom uso em situações comunicativas diversas?

Para a resolução da situação-problema, você, como educador dessa turma, pode propor a realização de jogos – atividades lúdicas que motivem os alunos a participar e que, se possível, propiciem que o aprendizado ocorra de modo natural e divertido. Com planejamento, organização e objetivos bem delineados, essas atividades podem ser realizadas com determinada frequência, a fim de que, a médio ou a longo prazo, já rendam resultados positivos no que tange à superação de deficiências na escrita.

Sugestão: primeiramente, faça um levantamento das palavras que mais comumente têm sido grafadas sem acento (você pode aproveitar essa atividade para trabalhar outras questões ortográficas também). Identificadas tais palavras, você pode escrevê-las da forma correta e da forma incorreta em papéis que, a seguir, podem ser distribuídos pela sala e por toda a escola, para a realização de uma espécie de “caça ao tesouro”. Os alunos terão um tempo determinado para essa busca e, ao fim desse tempo, concluída a busca, todos voltam à sala e podem entregar a você, um de cada vez, os “tesouros” encontrados, isto é, as palavras corretas.

Nesse momento, você pode propor a leitura em voz alta de cada termo, com a participação da sala toda. Com isso, motiva-se a identificação da sílaba tônica. Logo após, tais termos podem ser inseridos por você no quadro e copiados por eles no caderno. É válido ressaltar que o estudo da acentuação em Língua Portuguesa corresponde ao campo das regularidades, ou seja, há uma regra que precisa ser compreendida pelo aluno (no caso das irregularidades não há uma regra e, portanto, exige memorização).

Dessa forma, no caso do uso dos acentos, procure ajudá-los a identificar a sílaba tônica “chamando” a palavra, por exemplo, “professoooora”. Quando chamamos, a sílaba tônica se prolonga, o que facilita sua identificação. Ademais, procure destacar as terminações de cada termo, já que os sinais gráficos são inseridos, como se viu, a depender da posição da sílaba tônica e da terminação de cada vocábulo. Em oportunidade de uso, fique à vontade para adaptá-la a seu modo e tenha muito sucesso em sua prática educativa!

avançando na prática

VENCENDO DEFICIÊNCIAS NA ESCRITA

Vamos a mais uma possível situação-problema, a fim de contextualizar sua aprendizagem. Sendo assim, desta vez imagine que você leciona para uma turma de adolescentes do 8º ano do ensino fundamental II. Você está preocupado com a quantidade de problemas ortográficos de toda ordem que eles têm apresentado em atividades e produções. Alunos que, por exemplo, iniciam respostas de questões com “porquê”; que não acentuam palavras; que trocam comprimento por cumprimento; acento por assento; absolver por absorver; e ainda não sabem, com clareza, quando devem ou não empregar o hífen.

Você já fez reuniões com pais, alunos e coordenação; já descontou nota em prova devido a esses deslizes gramaticais; já solicitou monitorias para quem apresenta casos mais críticos; já fez correções resolutivas, indicativas e classificatórias. Mesmo assim os problemas persistem. Você não se sente confortável em deixar seus alunos seguirem para o 9º ano apresentando essas dificuldades de escrita. Que ações precisam ser tomadas para auxiliar esses alunos a vencer tais deficiências na escrita? Com base em tudo que já leu até aqui, reflita sobre esta questão.

Primeiramente, é importante ter consciência de que todo conhecimento ortográfico tem como base uma convenção social, isto é, algo que a criança e o adolescente não aprendem sozinhos – a internalização de tais regras ortográficas se dá em processo conjunto, que é longo e progressivo. Dessa forma, é importante que, apesar de todas as outras atribuições que o professor já tem em seu dia a dia, o trabalho com a ortografia não seja esquecido; ele deve fazer parte de um projeto gradual e contínuo. Em todo caso, seguem duas sugestões para auxiliá-lo nesse desafio.

Uma primeira iniciativa que tende a gerar resultados positivos seria a abordagem de uma correção textual-interativa (e não apenas resolutiva, indicativa ou classificatória). Neste tipo de correção o professor tece comentários, deixa recados ou, nas palavras Ruiz (2001), deixa “bilhetes” para seu aluno em uma linguagem não codificada. Desta maneira, os dois sujeitos envolvidos na correção de atividades, avaliações e afins conseguem, juntos, discutir os possíveis acertos e problemas do texto (do texto como um todo, mas, é claro, focando na questão da escrita nesse caso). Com isso, juntos podem encontrar soluções ou sugestões para que se realize uma reescrita de qualidade.

Além disso, outra estratégia seria a organização de um concurso. Sim! Um concurso ortográfico! Acreditamos que os alunos demonstrariam interesse em participar. Esse concurso pode ser organizado em três etapas. Primeiramente, é relevante se fazer uma avaliação diagnóstica – por meio perguntas ou produções textuais – com os alunos, para observar quais são as questões mais críticas e que merecem mais atenção dentro do sistema ortográfico. Logo após, considerando os resultados percebidos na avaliação inicial, pode-se realizar atividades que ajudem os alunos a terem mais domínio das normas gramaticais. Por exemplo: realização de quiz, jogos, exercícios de repetição e memorização. Essas duas etapas seriam uma espécie de preparação para a prova final do concurso. Caso perceba avanços por parte deles, motive-os a valorizar isso! Por fim, a etapa de realização do concurso em si. Aqui, pode-se fazer uma retomada das etapas anteriores, a fim de que os discentes reflitam sobre o percurso desse projeto e sobre a importância de se conhecer bem as regras ortográficas de sua língua materna. Depois, você pode propor a atividade decisiva: a produção de um texto, cujo gênero já seja de conhecimento deles: uma crônica, um artigo de opinião, um texto narrativo. Ganhará o concurso aquele que tiver o texto mais bem escrito, isto é, o texto de quem se mostrar mais proficiente quanto à norma ortográfica em uso. Nesse projeto, o aluno terá a oportunidade de se desafiar, de ampliar seus conhecimentos linguísticos e de refletir sobre sua própria escrita.

Bons estudos!

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