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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

ASPECTOS SINTÁTICOS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Monique Bisconsim Ganasin
Valéria Adriana Maceis 

Vírgula

Qual é o poder dessa pontuação?

Fonte: Shutterstock.

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sem medo de errar

Nesta seção, você precisa resolver a seguinte situação-problema: Que estratégias didático-pedagógicas podem ser utilizadas para ajudar seus alunos na melhor utilização das vírgulas ao construírem seus textos?

Uma sugestão que pode ser bastante eficaz é, primeiramente, retomar, trabalhando e explicando de maneiras variadas, as funções sintáticas que são isoladas por vírgulas, por exemplo: aposto, vocativo, adjunto adverbial deslocado, elementos de mesma função sintática, orações e outras. Quando o aluno tem domínio da sintaxe, sua compreensão do uso das vírgulas é facilitada.

Portanto, para reforçar tais conceitos sintáticos entre os alunos, em uma aula você pode listar no quadro, com ajuda deles, todas as funções sintáticas que são isoladas por vírgulas, ou seja, as que listamos há pouco. Logo após, você pode propor que, em duplas, eles realizem uma pesquisa em que cada integrante da dupla sugere – um ao outro – a busca (por meio de celular, sala de informática, revistas velhas, o que estiver disponível para pesquisa) de um exemplo dos usos da vírgula e, depois, em círculo ou no modo “seminário”, apresentem tais ocorrências encontradas. Por exemplo, em uma dupla, um aluno indica a busca por um exemplo de uso da vírgula em aposto e, o outro, em orações coordenadas. Caso você perceba que houve um resultado positivo, pode realizar novamente outras vezes, trocando as duplas.

Outra sugestão de atividade para se trabalhar o emprego das vírgulas de forma dinâmica em sala de aula, a fim de tornar seus alunos ainda mais aptos neste emprego sintático-textual, você pode encontrar no artigo 2 ótimas dinâmicas para trabalhar o uso da vírgula (MEIRELES, [s.d., s.p.]).

Avançando na prática

COMPREENDENDO – DE UMA VEZ – O EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE

Nesta situação-problema, imagine que você é professor da EJA – Educação de Jovens e Adultos.

Seus alunos têm apresentado, em produções textuais, variados problemas de ordem ortográfica e sintático-semântica, mas chama a sua atenção a dificuldade que eles têm demonstrado quanto ao correto emprego do acento indicativo de crase – uso que é alvo de recorrentes queixas dos usuários em geral de nossa Língua Portuguesa.

O que poderia ser feito para que, ainda que a longo ou a médio prazo, fosse possível resolver e/ou amenizar tal situação? Ou seja, que seus alunos conseguissem, de fato, ultrapassar barreiras quanto ao entendimento e funcionamento de nossa língua materna, sobretudo em se tratando de saber corretamente quando devemos ou não inserir o sinal indicador de crase?

Certamente, é possível imaginar os grandes desafios encarados por professores que atuam nessa modalidade de ensino, uma vez que o público é bastante diversificado, formado por jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional em idade apropriada. Além disso, talvez sejam trabalhadores que já chegam um tanto cansados para a classe e que já não têm a mesma condição cognitiva da criança, no que se refere à rapidez para aprender. Dessa forma, a heterogeneidade – comum em qualquer sala de aula – sem dúvida acentua-se em salas como as do EJA e, por consequência, pode intensificar a dificuldade dos profissionais da educação no que diz respeito a obterem bons resultados quanto ao aprendizado.

Porém, apesar de tudo isso, em geral, as salas de EJA oferecem algo que as turmas com crianças e adolescentes nem sempre apresentam: o interesse em aprender, a vontade de recuperar o tempo perdido, e esse empenho e comprometimento fazem toda a diferença. Sendo assim, para procurar resolver a situação-problema descrita anteriormente – a qual não tem uma solução a curto prazo – uma sugestão é trabalhar em duplas com apresentações de casos reais de uso em que se empregou adequadamente ou não o acento e por quê.

Você pode escolher, a depender de sua turma, como prefere proceder: se você mesmo separa antes; se solicita a pesquisa prévia para eles ou se eles podem utilizar o período de aula para pesquisar com o seu auxílio, por meio de possíveis recursos tecnológicos disponíveis ou em livros e revistas. A pesquisa seria acerca de alguns casos de construções diversas de uso do acento de modo correto e incorreto, para que eles reflitam a respeito e depois expliquem para os demais o porquê de estar correto ou não aquele emprego, naquela situação. Quando o aluno explica, ele aprende mais. Além dessa atividade, certamente o uso de listas de exercícios estruturais sobre o assunto, com sua correção, deve ser intensificado. Em geral, tal prática tradicional costuma funcionar ainda mais no que tange à fixação dos conteúdos, quando se trata do público adulto.

Bons estudos!

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