Comentários

0%

NÃO PODE FALTAR

RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS DAS SENTENÇAS

Monique Bisconsim Ganasin
Valéria Adriana Maceis 

Orações coordenadas ou subordinadas?

Não fique em dúvida! Aprenda a diferenciá-las.

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

Praticar para aprender

Caro aluno, nesta disciplina estudamos itens constituintes do que a gramática tradicional (GT) denomina período simples, ou seja, estudamos as classes morfológicas e suas respectivas funções sintáticas em períodos que apresentam apenas uma oração.

Tão importante para você, como futuro educador, é o estudo tanto do período simples quanto do período composto – aquele que apresenta duas ou mais orações, ou seja, dois ou mais verbos, bem como as relações de sentido que uma sentença tem com a outra dentro de tais porções textuais compostas por mais de uma oração.

Dessa forma, nesta seção, o conteúdo a ser visto volta-se ao estudo das orações que formam o período composto. Em outras palavras, como o próprio nome da seção enuncia, trataremos das relações lógico-semânticas das sentenças.

Nesta seção, primeiramente serão resgatados os estudos acerca das chamadas orações coordenadas, as quais, tradicionalmente, são divididas em assindéticas e sindéticas. O prefixo “a”, que introduz o termo “assindética”, indica “negação”, e síndeto refere-se a conectivo, conjunção, uma vez que vem do grego syndeto, significando laço, união e junção.

Lembrando que uma oração é assindética quando não apresenta síndeto, ou seja, não apresenta conectivos que unem as orações. As sindéticas, por sua vez, dispõem de síndetos, isto é, são encabeçadas por conectivos, tais como: “entretanto”, “por isso”, “ou”.

Tais orações constituídas por síndeto podem ser do tipo aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

A seguir, nosso estudo volta-se às orações subordinadas, começando pelas subordinadas que apresentam funções próprias da classe dos substantivos, logo, classificadas como subordinadas substantivas, as quais dividem-se em subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, predicativa e apositiva.

Na sequência, nosso olhar se volta àquelas cláusulas que desempenham funções equivalentes às dos adjetivos, sendo, portanto, nomeadas de subordinadas adjetivas – restritivas e explicativas.

Por fim, estudaremos a classe dos advérbios e sua função tanto em períodos simples, como adjunto adverbial, quanto em períodos compostos, em forma de oração subordinada adverbial, a qual, segundo a GT, pode ser classificada como temporal, proporcional, final, causal, comparativa, conformativa, condicional, concessiva e consecutiva – a depender da relação de sentido que indicar ao período em que se encontra.

A fim de colocarmos em prática os conhecimentos a serem aprendidos, vamos analisar a seguinte situação-problema: você é professor das séries finais do ensino fundamental II e seus alunos têm apresentado dificuldades para diferenciar as orações adjetivas restritivas das adjetivas explicativas. Você já os orientou; propôs monitorias em contraturno; ofertou atividades com esse tema, porém o problema de uso persiste. Que estratégias didático-pedagógicas podem ser utilizadas para ajudar seus alunos na compreensão dessa distinção entre as orações adjetivas – compreensão muito importante no que tange à interpretação e apreensão de sentidos em um texto?

Mais uma vez, tendo em vista todas as informações estudadas acerca de tais sentenças e seu conhecimento prévio voltado à didática em sala construído até então, e considerando também a sua experiência como aluno-usuário da Língua Portuguesa, pesquise e pense a respeito.

Sabemos que o estudo das orações coordenadas e subordinadas não é simples e, por tal razão, vem sendo, ao longo dos anos, temido por muitos estudantes. Mas esse é o momento de vencer qualquer dificuldade que porventura você possa ter com relação à compreensão de como se relacionam essas sentenças dentro dos períodos, frases, parágrafos, porções e gêneros textuais diversos. Bons estudos!

conceito-chave

ORAÇÕES COORDENADAS

Lembre-se de que as orações coordenadas são independentes sintaticamente, já que, diferentemente das subordinadas, elas não desempenham função sintática alguma em qualquer outra oração presente no período.

As coordenadas assindéticas são aquelas que não apresentam síndeto, ou seja, não apresentam conectivos – conjunções ou pronomes – ao se organizarem dentro de um período composto. As coordenadas sindéticas, por sua vez, apresentam síndeto, isto é, relacionam-se umas com as outras com o uso de conectivos.

Veja o exemplo:

  1. “Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.” (LISPECTOR, 1992, [s.p.]).

Vemos que tal exemplo se refere a um período composto por apresentar mais de uma oração. No caso, trata-se de um período composto por coordenação, uma vez que, por exemplo, “Não tenho tempo pra mais nada” – oração formada pelo sujeito oculto “(eu)”, acompanhado do advérbio de negação “não”, e do predicado “tenho tempo pra mais nada” – não exerce nenhuma função sintática nem em “ser feliz me consome muito” – e vice-versa. Assim, fica claro que são coordenadas.

Mas são coordenadas de que tipo: sindéticas ou assindéticas? Em outras palavras: apresentam ou não conectivo? Como você pôde conferir no Exemplo I, as orações são separadas apenas por vírgulas, isto é, não apresentam conjunção fazendo a ligação entre uma e outra sentença nos enunciados. Logo, trata-se de orações coordenadas assindéticas.

O QUE SÃO CONJUNÇÕES?

Vamos relembrar essa classe de palavras.

As conjunções, tradicionalmente, são definidas como palavras invariáveis que ligam palavras, grupos de palavras, orações e frases, exprimindo relações de sentido entre as unidades ligadas. São exemplos de conjunções: que, e, mas, portanto, se, embora, quando.

Tal classe invariável também pode se apresentar em forma de locução, isto é, locuções conjuntivas, que se referem a conjuntos de duas ou mais palavras com valor de conjunção. As locuções conjuntivas geralmente terminam em que. Exemplos: à medida que, visto que, desde que, já que, mesmo que.

Veja no Quadro 2.24 os critérios de análise da conjunção.

Quadro 2.24 | Critérios de análise da conjunção
Critérios
Definição de conjunção
Semântico Do ponto de vista semântico, criam relações de sentido entre as orações interligadas (causa, consequência, condição, finalidade, adição, alternância, conclusão e outras).
Morfológico Do ponto de vista morfológico, são sempre palavras invariáveis.
Sintático Do ponto de vista sintático, estabelecem relação entre orações do período ou mesmo entre unidades maiores do texto. 
Tais conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas, justamente por introduzirem ou orações coordenadas ou subordinadas.
Fonte: elaborado pelas autoras.

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

Vejamos então, com exemplos, as orações coordenadas sindéticas, isto é, aquelas introduzidas por conjunções, e os respectivos valores semânticos que elas podem expressar. Elas se dividem em cinco tipos, conforme se observa no Quadro 2.25.

Quadro 2.25 | Coordenadas sindéticas
Tipos de coordenadas sindéticas
Exemplos
Aditivas
Adicionam, ou seja, acrescentam fatos, informações ao período. 
Os conectivos que introduzem orações aditivas são, em geral: “e” e “nem”, além da estrutura correlativa “não só/mas também”.
“Eduardo não beijou, nem chegou perto” (SABINO, 1981)
Observe que a oração “nem chegou perto”, encabeçada pela conjunção “nem”, adiciona uma informação à oração anterior “Eduardo não beijou”, ou seja, há duas ações que o sujeito não executou: não beijou e não chegou perto. O mesmo ocorre nos exemplos seguintes:
“Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar” (EDUARDO…,1986).
"Não só a gente de Cascavel, mas também todo o povo brasileiro está aliviado com essa notícia" (COISSI, 2014, [s.p.]).
Alternativas
Exprimem alternância de ações, opções ou mesmo ausência de alternativas. 
São conjunções comuns das sindéticas alternativas: “ou” e os pares “ora/ora”; “quer/quer”; “seja/seja”.
Marcelo é muito dedicado, ora está trabalhando, ora está estudando.
Nesse exemplo, observa-se que se apresenta uma alternância de ações (trabalhar e estudar), realizada mediante o uso do par de conjunções “ora/ora”. 
Ou você intimida o mundo / Ou o mundo intimida você.” (RET, 2012, [s.p.])
Já nesse exemplo, o falante parece expor para seu ouvinte as opções que ele tem: intimidar o mundo ou se deixar ser intimidado por ele.
Quer você queira, quer não, preciso lavrar sua ocorrência.
Nesse exemplo, o falante aparentemente deixa o ouvinte sem alternativas e/ou escolha – de uma forma ou de outra, a ocorrência será lavrada.
Adversativas
Indicadoras de ideias que se opõem ao que se declara na oração anterior. 
As conjunções clássicas dessas orações são: “mas”, “porém”, “contudo”, “entretanto”, “todavia”, “no entanto”, além da conjunção “e”, que também tem sido usada com ideia de oposição.
Além das ideias de adição e oposição, a conjunção “e” pode indicar consequência.
“Somos suspeitos de um crime perfeito / Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos” (PRA SER…, 1990).
Marcelo está doente e foi trabalhar.
Vemos que as sentenças introduzidas por “mas” e “e”, respectivamente, sinalizam algo oposto ao esperado: se o crime é perfeito, o esperado é “não deixar suspeitos”, mas a forma como o período foi construído direciona o leitor a pensar que o crime deixou suspeitos sim; se alguém está doente, o normal é que não vá trabalhar, no entanto, ao contrário disso, a sentença com “e” indica que Marcelo, mesmo doente, não faltou ao trabalho.
Faça o que eu digo e será bem-sucedido.
Perceba que nesse caso a conjunção “e” indica a consequência.
Explicativas
Expressam explicações, justificativas de uma afirmação ou de uma ordem, pedido, sugestão, suposição. Aponta o que levou alguém a proferir uma proposição anterior. 
“Porque”, “que”, “pois” (usado antes do verbo da oração) correspondem às conjunções mais comuns em tais orações.
“Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.” (LISPECTOR, 1981).
Estude, que amanhã tem prova.
Percebeu o tom de justificativa nas cláusulas incorporadas por “pois” e “que”, respectivamente? Na primeira, justifica-se o fato de não se ter medo de chuvas e ventanias; na segunda, percebe-se a justificativa para o pedido “estude”, constante na oração anterior.
Conclusivas
Apresentam conclusões lógicas garantidas com base no que consta na sentença anterior. 
As conjunções mais comuns nessas orações são: “portanto”, “por isso”, “logo” e “pois” (usado após o verbo da oração).
“O ex-petista não disputou a reeleição, portanto seu mandato termina nesta legislatura.” (SEM QUÓRUM, 2014).
Vê-se que a oração começada por “portanto” expressa uma conclusão lógica para o fato apresentado na oração anterior, ou seja, é coerente pensarmos que um político que não se candidatou novamente encerre seu mandato ao fim da gestão atual, no caso, ao fim da legislatura corrente.
Fonte: elaborado pelas autoras.

Vale destacar que alguns gramáticos não diferenciam coordenadas explicativas de adverbiais causais.

Pesquise mais! 

Para saber mais a respeito das orações coordenadas, acesse o artigo indicado a seguir, de Jaqueline de Souza e de Maria Jaceni Soares. As autoras propõem reflexões acerca da característica de “independência” conferida às orações coordenadas.

  • SOUZA, J; SOARES, M. J. Orações Coordenadas. Artigos.etc.br, [s.d.].

Para visões menos tradicionais desse assunto, indicamos as seguintes leituras:

  • ROSÁRIO, I. C. Reflexões sobre o critério da (in)dependência no âmbito da integração de orações. Línguas & Letras, Cascavel, v. 17, n. 35, 2016. 
  • ROSÁRIO, I. C.; BARROS, L. M. M. Construções proverbiais justapostas: parataxe ou hipotaxe? Revista Entrepalavras, Fortaleza, ano 8, v. 8, n. 2, p. 361-380, maio/ago. 2018. 
  • RODRIGUES, V. V. (Org.) Articulação de orações: pesquisa e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2017.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Para iniciar nosso estudo, observe este exemplo:

  1. “O importante é que emoções eu vivi.” (EMOÇÕES, 2012).

Você consegue identificar quantas orações há nesse período? Os verbos utilizados foram “é” e “vivi”, logo, concluímos que há duas orações – trata-se também de um período composto. A primeira delas: “O importante é” é considerada uma oração principal (também conhecida como oração matriz), e a segunda, “que emoções eu vivi.” uma oração subordinada substantiva.

É possível observar que a oração principal (doravante “OP”), nesse caso, é dependente da segunda oração, ou seja, a segunda completa a primeira; atribui uma função sintática para a primeira. Que função sintática é essa? Como a oração subordinada completa o verbo “é” presente na OP, isto é, um verbo de ligação, podemos afirmar que a tal oração exerce a função sintática de predicativo, sendo, por isso, denominada oração subordinada substantiva predicativa. Observou o quanto esse tipo de oração é diferente das anteriormente estudadas, as coordenadas?

As orações subordinadas substantivas recebem essa denominação por desempenharem, em relação à OP, funções sintáticas próprias de substantivos, isto é, funções que, em geral, têm como núcleo um substantivo.

  1. É imprescindível a sua presença. (substantivo)
  2. É imprescindível que você esteja presente. (oração subordinada substantiva)

Função sintáticas como de sujeito, de objeto direto, de objeto indireto, de predicativo, de complemento nominal e de aposto – são essas as funções que as orações conclamadas subordinadas substantivas podem exercer.

Dessa forma, com base nas postulações da GT, tais orações substantivas costumam ser divididas em substantiva subjetiva, substantiva objetiva direta, substantiva objetiva indireta, substantiva predicativa, substantiva completiva nominal e substantiva apositiva.

O gramático Bechara (2010) classifica as orações subordinadas como orações complexas e, ao tratar, em específico das orações substantivas, chama-as de: “orações complexas de transposição substantiva”. O autor pontua:

A oração subordinada transposta substantiva aparece inserida na oração complexa exercendo funções próprias do substantivo, ressaltando-se que “a conjunção” que pode vir precedida de preposição, conforme exerça função que necessite desse índice funcional […]. (BECHARA, 2010, p. 342)

Autor da citação

Tratemos, então, de cada uma dessas orações substantivas, as quais se ligam à oração principal por meio de conjunções subordinativas integrantes. Mais comumente usamos a conjunção “que” para introduzir orações substantivas, às vezes, “se” e mais raramente “como”, “quando”, “onde” e “por que”. Tais conectivos estão sempre no início das orações substantivas.

SUBSTANTIVA SUBJETIVA

Primeiramente, serão estudadas as orações com função de sujeito, isto é, as subjetivas. De modo geral, as sentenças que desempenham função sintática de sujeito subordinam-se a outras, tidas como orações principais – que dispõem de estruturas bem marcadas. Tais orações podem completar OPs, por exemplo, que apresentam verbos chamados de unipessoais, tais como: acontecer, constar, convir, importar, parecer, urgir, suceder. Veja:

  1. “Não importa o que vão dizer.” (EU QUERO…, 2012). (OP/oração subordinada substantiva subjetiva)

Conseguiu identificar quais são os verbos desse período? Vamos a eles: “importar” e a locução “vão dizer”. Agora, tente identificar os sujeitos de cada um desses verbos. O sujeito da oração com a locução “vão dizer” é indeterminado, não se explicita quem vai dizer. Mas qual é o sujeito do verbo “importar”? Ele é representado por toda a oração: “o que vão dizer”. Nesse exemplo, a OP – formada pelo verbo unipessoal “importa” – não apresenta sujeito, necessitando de um complemento para ser compreendida. Tal complemento aparece na forma da oração “o que vão dizer” – introduzida pela conjunção “o que”, funcionando como sujeito para a OP, tradicionalmente classificada como subordinada substantiva subjetiva.

As sentenças subordinadas substantivas subjetivas encaixam-se também a OPs que apresentam um verbo de ligação seguido de um predicativo do sujeito. Exemplo:

  1. ”[…] é importante que você leia este artigo até o final […]” (QUATRO DEMANDAS…, 2020), [s.p.]). (OP/subordinada substantiva subjetiva)

Nesse caso, a oração “que você leia este artigo até o final” funciona como sujeito da OP “É importante”, constituída pelo verbo de ligação “é” e pelo predicativo “importante”.

Esse tipo de subordinada substantiva também pode completar OPs que tenham o verbo na voz passiva analítica ou sintética. Veja:

  1. Foi recomendado que eu agisse dessa forma. (OP/subordinada substantiva subjetiva)
  2. “Infelizmente, desde o ano passado, sabe-se que a gestão do MEC sempre pode dar uma resposta ruim, do ponto de vista administrativo, sobre qualquer coisa.” (MELO, 2020, [s.p.]).

Verifique que, em ambos os casos, não há sujeito nas OPs “Foi recomendado” e “sabe-se”. Com isso, as orações seguintes “que eu agisse dessa forma” e “que a gestão do MEC sempre pode dar uma resposta ruim, do ponto de vista administrativo, sobre qualquer coisa.” completam as OPs e funcionam como sujeitos dessas. Note que a primeira OP, formada pelo verbo ser + um verbo transitivo direto e indireto no particípio “Foi recomendado” está na voz passiva analítica – o sujeito em forma de oração “que eu agisse dessa forma”, de certo modo, recebe a ação de ser recomendado. A segunda OP forma-se com o verbo transitivo direto “saber” na 3ª pessoa do singular e na voz passiva sintética: “[…], sabe-se”.

Vamos conhecer as demais orações subordinadas substantivas no Quadro 2.26.

Quadro 2.26 | Orações subordinadas substantivas
Tipos de subordinadas substantivas
Exemplos
Objetivas diretas
Funcionam como complemento do verbo principal das OPs, sem o auxílio de uma preposição.
“Se você quisesse ia ser tão legal
Acho que eu seria mais feliz
Do que qualquer mortal.” (NÃO É FÁCIL, 2000).
Veja que, nesse caso, a OP sublinhada “Acho” dispõe de sujeito, ou seja, o sujeito oculto “eu”, que pratica a ação do verbo “achar” – (eu) acho. Dessa forma, a oração principal não pede um sujeito, mas sim um objeto, isto é, um complemento para o verbo “achar”. A subordinada “que eu seria mais feliz do que qualquer mortal”, por sua vez, completa a OP, funcionando como objeto direto a essa – direto porque não apresenta preposição antes da conjunção “que”, já que o verbo “achar” é transitivo direto.
Objetivas indiretas 
Podemos afirmar que essas também se encaixam às OPs funcionando como complemento do verbo principal dessas, mas diferem-se das objetivas diretas por apresentarem preposição.
“[…] lembre-se de que o uso de máscara é obrigatório.” (ALVES, 2020, [s.p.]).
Verifique que a OP “lembre-se” apresenta sujeito indeterminado para o verbo transitivo indireto: “lembrar-se”. O complemento desse verbo vem em forma de oração: “de que o uso de máscara é obrigatório”, ou seja, uma oração subordinada substantiva objetiva indireta, uma vez que completa o verbo transitivo indireto “lembrar-se”, com intermédio da preposição “de”.
Predicativas
Integram as OPs, inserindo um predicativo ao verbo de ligação que tais OPs apresentam.
“[…] o meu maior desejo é que possamos vencer a guerra contra o novo Coronavírus […]” (VICE-PREFEITA…, 2020, [s.p.]).
Em tal exemplo, a OP “o meu maior desejo é” apresenta o sujeito “o meu maior desejo” e o verbo de ligação “é”. A sentença subordinada “que possamos vencer a guerra contra o novo Coronavírus” funciona sintaticamente como predicativo para a OP – a OP depende da subordinada a fim de expressar sentido.
Completivas nominais
Orações – sempre regidas por preposições, as quais se relacionam com OPs que apresentam ou um substantivo abstrato ou um adjetivo ou um advérbio, necessitando de complemento, isto é, OPs que apresentam as classes de palavras consideradas nomes em nossa Língua Portuguesa.
Em orações que apresentam apenas um verbo, a função de complemento nominal aparece em ocorrências como “Tenho medo do escuro”. Nesse caso, a expressão “do escuro” completa o substantivo abstrato “medo”, com auxílio de uma preposição. Veja agora um complemento nominal em forma de oração:
“Babu Santana revela que tinha medo de que o "BBB" prejudicasse sua carreira” (BABU…, 2020, [s.p.]).
Nesse período, a oração “de que o ‘BBB’ prejudicasse sua carreira”, regida pela preposição “de”, integra-se à principal “[…] tinha medo” – que apresenta o sujeito oculto “Babu Santana”, o verbo “ter” e o substantivo abstrato “medo”. Por essa razão, ou seja, por completar o substantivo abstrato “medo”, a oração “de que o ‘BBB’ prejudicasse sua carreira” é classificada como substantiva completiva nominal.
Apositiva
Funcionam como aposto para a OP, que, normalmente, apresenta dois-pontos. 
“Eu só te suplico isto: que não tenha pena de você”.
Observe que a oração “que não tenha pena de você” explica o pronome demonstrativo “isto” presente na OP, e explicar um outro termo é uma das funções próprias do aposto. Com isso, a sentença: “que não tenha pena de você” classifica-se como substantiva apositiva, pois funciona como aposto para a OP anterior.
Fonte: elaborado pelas autoras.
Pesquise mais! 

Para um estudo mais aprofundado e funcionalista acerca das orações substantivas, indicamos as seguintes leituras:

  • A sociolinguística da oração substantiva em português (WHERRITT, 1978).
  • As orações completivas subjetivas e objetivas (SOUSA et al., 2016).

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Sentenças com função própria dos adjetivos. Analise os exemplos:

  1. O professor que se dedica é mais respeitado pelos alunos.
  2. O professor dedicado é mais respeitado pelos alunos.

Observe que o primeiro período contém duas orações: a OP “O professor é mais respeitado pelos alunos” e a subordinada em destaque “que se dedica”, a qual “corta” a OP. Tal subordinada tem a função de especificar a categoria de professor que é mais respeitado, ou seja, somente o que se dedica.

Em termos semânticos, pode-se afirmar que o adjetivo “dedicado”, que aparece na segunda construção, corresponde à oração “que se dedica”, já que igualmente restringe o tipo de professor que é mais respeitado, ou seja, só o professor dedicado.

Com isso, em termos sintáticos, cláusulas como esta “que se dedica” desempenham, com relação à OP, função de adjunto adnominal, própria de adjetivos; classificam-se, portanto, como orações subordinadas adjetivas.

As orações adjetivas não são encabeçadas por conjunções como as substantivas e as adverbiais. As sentenças adjetivas não dispõem de conjunções, mas sim de pronomes relativos, tais como: que, cujo, onde, o qual, quem e outros.

Essas cláusulas adjetivas podem ser classificadas como restritivas, tal qual essa do Exemplo IX, ou como explicativas, como a que apresentaremos a seguir:

  1. Meu namorado, que é professor, trabalha em duas escolas.

Nesse período, a OP é “Meu namorado trabalha em duas escolas”, e a subordinada adjetiva é “que é professor”. Nesse caso, trata-se de uma adjetiva explicativa. Diferentemente da adjetiva restritiva, a explicativa não tem função de restringir, mas de explicar algo a mais para o leitor a respeito de um dos termos da OP. No Exemplo XI, a sentença entre vírgulas acrescenta uma informação a mais sobre o sujeito da OP “meu namorado”. Perceba que a OP sobreviveria perfeitamente sem a presença da oração “que é professor”, uma vez que tal oração tem função mais acessória dentro do período.

Nas orações substantivas, como vimos, as OPs dependiam das subordinadas; as cláusulas subordinadas substantivas apresentam função considerada mais essencial e/ou integrante com relação à OP.

No que tange às orações adjetivas, vê-se que o comportamento é outro, sobretudo em se tratando das adjetivas explicativas.

DIFERENÇAS ENTRE ADJETIVAS RESTRITIVAS E ADJETIVAS EXPLICATIVAS

Para as autoras Abaurre e Pontara (2006), as orações subordinadas adjetivas restritivas restringem o significado do termo ao qual se referem, particularizando-o. Já as explicativas, segundo as autoras, acrescentam alguma explicação ou informação suplementar a um termo já suficientemente definido e delimitado. Essas orações são geralmente separadas da OP por meio de vírgulas.

Vejamos estes exemplos:

  1. “Composto pode ter causado explosão que matou 78 e feriu 4 mil.” (EXPLOSÃO…, 2020, [s.p.]).
  2. “Um fotógrafo da agência norte-americana Associated Press, que trabalha perto do porto de Beirute, contou ver pessoas feridas no chão e uma destruição generalizada no local.” (EXPLOSÃO…, 2020, [s.p.]).

O Exemplo XII apresenta destacada uma oração adjetiva restritiva, visto que particulariza o termo anterior à “explosão”. Entende-se que não se trata de qualquer explosão, mas sim uma em específico, a qual, fatalmente, matou 78 pessoas.

Já o Exemplo XIII apresenta uma sentença adjetiva explicativa, pois a oração destacada introduz uma informação suplementar ao período. Nesse caso, ao que parece, não há necessidade de se especificar esse fotógrafo citado na oração principal (que já está devidamente especificado na própria OP “da agência norte-americana “Associated Press”). Com isso, afirmar que ele “trabalha perto do porto de Beirute” serve apenas como um acréscimo de informação.

Veja como as vírgulas atuam na mudança de sentido e na classificação de orações aparentemente iguais:

  1. Os professores que estavam em greve já voltaram ao trabalho.
  2. Os professores, que estavam em greve, já voltaram ao trabalho.

Percebeu a diferença entre esses períodos? O primeiro período (Exemplo XIV) traz em destaque uma oração adjetiva restritiva, não isolada por vírgula. Nesse caso, imagina-se uma situação em que certos professores entraram em greve e outros não. A oração adjetiva restritiva especifica e restringe quais são os professores que voltaram ao trabalho, isto é, somente os que estavam em greve.

Já no Exemplo XV há uma oração adjetiva explicativa. Nesse caso, há uma generalização: todos os professores estavam em greve e todos voltaram ao trabalho. Com isso, a inserção dessa oração adjetiva explicativa ao período apenas confere uma informação a mais – não se deseja restringir algo. Posto que introduz tal informação com função um tanto acessória e com uso de vírgulas, certos autores postulam que essa oração explicativa tem função de aposto.

Assimile

Para ficar bem claro, confira mais um exemplo, retirado de Bechara (2010, p. 345):

O homem, que vinha a cavalo, parou defronte da igreja.

(OP: O homem parou defronte da igreja; oração adjetiva explicativa: que vinha a cavalo – entre vírgulas.).

O homem que vinha a cavalo parou defronte da igreja.

(OP: O homem parou defronte da igreja; oração adjetiva restritiva: que vinha a cavalo – sem vírgulas).

Bechara (2010) ressalta que a oração “que vinha a cavalo” do primeiro período,

[…] denuncia que, na narração, só havia um homem, de modo que a declaração que vinha a cavalo pode ser dispensada, é mera explicação adicional (adjetiva explicativa). Já, no segundo caso, a oração adjetiva, proferida sem pausa e não indicada na escrita por sinal de pontuação a separá-la do antecedente, demonstra que, na narração, havia mais de um homem, mas só o “que vinha a cavalo” parou defronte da igreja. A esta subordinada adjetiva se chama restritiva. (BECHARA, 2010, p. 345).

Autor da citação

Você deve ter notado que o vocábulo “que” pode ser usado tanto como conjunção quanto como pronome relativo, certo? E como diferenciá-los? Uma forma simples de saber se o “que” de uma oração é conjunção ou pronome relativo consiste na troca de “que” por “o qual” ou suas flexões.

Exemplificando

Considere os dois exemplos a seguir:

Este é o texto que eu li.

Quero que você leia este texto.

Há um “que” em cada exemplo: qual deles é pronome e qual é conjunção? O primeiro é pronome e o segundo é conjunção. No primeiro exemplo, em que há a oração adjetiva restritiva “que eu li”, o “que” pode ser trocado por “o qual”, veja: “Este é o texto o qual eu li.”. E, mesmo com a troca, a oração ainda contém sentido, é coerente. Já no segundo exemplo, no qual o “que” inicia uma oração subordinada substantiva objetiva direta, se trocarmos “que” por “o qual” a frase nos causará estranheza e ficará um tanto agramatical: “Quero o qual você leia este texto.”.

Você sabia que as orações adjetivas também são conhecidas como orações relativas? Pesquisadores funcionalistas, como Decat (2016), argumentam que as adjetivas restritivas são orações consideradas como encaixadas, bem como as substantivas. Já as explicativas são chamadas de hipotáticas por Decat (2001) e por outros estudiosos que analisam e investigam cláusulas complexas e que se preocupam com a análise da língua em uso. Caso sinta interesse em saber mais a respeito desse conteúdo, vale a pena aprofundar-se nele por meio do olhar da Teoria Funcionalista da Linguagem.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

ADVÉRBIO

Tradicionalmente, os advérbios são conhecidos como palavras invariáveis que podem modificar um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, exprimindo determinadas circunstâncias, como tempo, lugar, modo, causa, dúvida, negação, intensidade, meio ou instrumento, assunto, companhia, finalidade.

Observe os exemplos a seguir, que evidenciam um advérbio se referindo a um verbo, a um adjetivo e a um outro advérbio, respectivamente.

  1. Estudei muito para esse concurso.
  2. Estou muito feliz com o resultado da prova.
  3. Você mora muito longe daqui.

No Exemplo XVI, o advérbio “muito” se refere ao verbo da oração e intensifica a ação de estudar. No Exemplo XVII, esse mesmo advérbio refere-se agora ao adjetivo feliz e indica intensidade. Note que como o uso de “muito” intensifica o fato de o sujeito estar feliz. E, no Exemplo XVIII, o advérbio “muito” também indica intensidade e se refere ao outro advérbio, “longe”, que indica lugar.

O advérbio, sintaticamente, tem função de adjunto adverbial e pode ser representado por uma locução: as locuções adverbiais. Exemplos: Vou sair à noite (indicando tempo); Vamos viajar no dia 2 de janeiro (indicando tempo); Moro em São Paulo (indicando lugar); O pagamento foi à vista (indicando modo); A encomenda foi feita pela Internet (indicando meio).

Com relação aos critérios de análise, o advérbio pode ser assim descrito:

Quadro 2.27 | Critérios de análise do advérbio
Critérios
Definição de advérbio
Semântico Do ponto de vista semântico, designa as circunstâncias atribuídas aos verbos e à intensidade das qualidades.
Morfológico Do ponto de vista morfológico, é invariável.
Sintático Do ponto de vista sintático, é satélite do verbo (como também do adjetivo ou de outros advérbios). Os advérbios e as locuções adverbiais funcionam sintaticamente como adjuntos adverbiais.
Fonte: elaborado pelas autoras.

TIPOS DE ORAÇÕES ADVERBIAIS

Vamos conferir, então, como empregamos o advérbio em forma de oração. Comumente, nas gramáticas e livros didáticos, apresentam-se nove tipos de orações adverbiais:

Quadro 2.28 | Tipos de orações adverbiais
Oração subordinada adverbial
Valor semântico
Causal Causa
Condicional Condição
Concessiva Concessão
Conformativa Conformidade
Comparativa Comparação
Consecutiva Consequência
Final Finalidade
Proporcional Proporção
Temporal Tempo
Fonte: elaborado pelas autoras.

Alguns gramáticos acrescentam, na classificação das adverbiais, as orações locativas e modais.

As orações adverbiais são empregadas antes ou após as OPs. A seguir, discorreremos, com exemplos, acerca de cada um desses tipos de adverbiais citados. 

Quadro 2.29 | Tipos de orações subordinadas adverbiais
Tipos de subordinadas adverbiais
Exemplos
Causais
Apresentam a causa do acontecimento constante na OP. 
Conjunções ou locuções conjuntivas comuns nesse tipo de oração: porque, como, uma vez que, visto que, já que, quando, como (a conjunção “como” pode indicar causa, conformidade ou comparação).
“Segundo Lindôra, as investigações podem ser mantidas, uma vez que os processos podem ser remetidos ao Supremo […]”. (BARONE, 2020, [s.p.]).
No exemplo, a adverbial causal, introduzida pela locução conjuntiva “uma vez que”, é “uma vez que os processos podem ser remetidos ao Supremo […]”, que indica a razão de as investigações poderem ser mantidas – informação constante na OP. 
Júlia faltou à aula porque estava doente.
No exemplo, temos uma oração subordinada adverbial causal iniciada por sua conjunção prototípica “porque”. Ela indica a causa de Júlia ter faltado à aula (OP), ou seja, por estar doente.
Condicionais
Indicam a condição para ocorrer ou não o fato expresso na oração principal. 
Conjunções ou locuções conjuntivas mais comuns são: se, caso, desde que, contanto que, uma vez que (também usadas em causais) e até mesmo a conjunção “quando”, mais comum em orações adverbiais temporais.
Se você precisar de ajuda, me chame.
Note que a conjunção utilizada é a prototípica desse tipo de oração condicional, isto é, a conjunção “se”. Observe que “se você precisar de ajuda” atribui a condição para chamar, informação presente na OP: “me chame”. 
A confiança pode acabar caso não seja recíproca.
Nesse exemplo, optou-se pelo uso da conjunção “caso”. Tal conectivo introduz a oração “caso seja muito exigida”, que indica a condição para “a confiança poder exaurir-se”, OP do período.
Concessivas
Expressam uma declaração contrária ao que consta na OP. 
São comuns conjunções ou locuções conjuntivas como: embora, apesar de, ainda que, mesmo que.
Embora tenha feito carreira no Paraná, Fachin nasceu na cidade gaúcha de Rondinha.” (SUPREMO…, 2015, [s.p.]).
Observe que a oração em destaque, encabeçada pela conjunção “embora”, apresenta uma concessão, algo contrário ao esperado, para a OP “Fachin nasceu na cidade gaúcha de Rondinha.”
Ainda que você corra, não alcançará o trem.
Temos a locução conjuntiva “ainda que” dando início à oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que você corra”. Tal oração apresenta algo que contraria o que consta na OP: “não alcançará o trem”. Há aí uma quebra de expectativa.
Conformativas
Apresentam valor de conformidade com relação a algo que foi afirmado na oração principal. 
Conjunções mais comuns: conforme, como e segundo.
A reunião será na terça-feira, conforme havíamos imaginado.
Veja que a oração em destaque no exemplo, “conforme havíamos combinado”, expressa conformidade com relação à OP: “A reunião será na terça-feira”.
O festival terminou às 23h, como estava previsto.
Nesse exemplo, é como se a oração subordinada adverbial conformativa “como estava previsto” confirmasse a ação expressa na OP “O festival terminou às 23h”.
Comparativas
Exprimem relação de comparação (de igualdade, de superioridade ou de inferioridade) com um dos termos da OP. 
Conjunções ou locuções conjuntivas comuns: como; tão / que; mais / que; menos / que; tão ou tanto / quanto. O primeiro elemento das locuções citadas, ou seja, os advérbios “tão”, “mais”, “menos” e “tanto” são empregados nas OPs; os conectivos “que” ou “quanto” é que vão estar nas subordinadas comparativas. Nessas normalmente o verbo fica elíptico (oculto) na sentença.
A música pop brasileira é tão boa quanto a pop internacional.
Observe que a sentença destacada atribui uma circunstância de comparação para a OP. A locução conjuntiva “tão /que,” iniciada na OP com o advérbio “tão”, em uma nítida comparação de igualdade, compara o sujeito simples da OP “Pop brasileiro” com o “pop internacional”. 
“Meu olhar é nítido como o girassol” (PESSOA, 1988, p. 89)
No exemplo, a oração comparativa apresenta a conjunção “como” e o verbo, que está oculto, é o mesmo presente na OP: “Meu olhar é nítido”, ou seja, o verbo “ser”. Observe como ficaria o período com os verbos explícitos: “Meu olhar é nítido como o girassol (é nítido)”. A comparação também de igualdade que fora estabelecida tem como elementos o sujeito “meu olhar” da OP e “girassol” da oração subordinada.
Consecutivas
Atribuem uma consequência, uma espécie de resultado para o que ocorre na OP. 
São comuns nesse tipo de oração as locuções conjuntivas: tão / que; tanto / que; tamanho / que; de forma que; de sorte que; de modo que. 
Os termos intensificadores: tão, tanto e tamanho são empregados nas OPs, e o “que” apresenta-se na oração subordinada.
Comi tanto ontem no jantar, que passei mal.
Observe que a oração em destaque insere a consequência daquilo que ocorre na OP “comi tanto ontem no jantar”, isto é, o fato de se ter comido tanto gerou como consequência ter passado mal, informação constante na oração subordinada adverbial consecutiva “que passei mal”.
Finais
Indicam o objetivo, a intenção, o fim, a finalidade do que se expressa na oração principal. 
Locuções comuns: para que e a fim de que. Também é muito comum a estrutura formada pela preposição para + verbo no infinitivo – típica da oração reduzida.
“MEC vai ampliar programa para que mulheres voltem a estudar”. (MEC…, 2012, [s.p.]).
Notou a finalidade/objetivo/intuito presente na sentença destacada? Observe que tal oração, introduzida pela locução “para que”, indica o propósito da ação “MEC vai ampliar programa”, como se observa na OP.
Proporcionais
Exprimem a relação lógico-semântica de proporção.
Locuções conjuntivas com frequência empregadas são: quanto mais / mais; quanto mais / menos; à medida que; à proporção que. 
Assim como ocorre em outras orações adverbiais, também nas proporcionais, muitas vezes um elemento da locução aparece na OP e o outro na oração subordinada adverbial proporcional. 
“Estudo indica que autoconfiança aumenta à medida que envelhecemos” (ESTUDO…, 2015, [s.p.]).
Note que a oração em destaque exprime proporcionalidade, ou seja, uma ação simultânea ao que ocorre na OP: a autoconfiança aumenta à proporção que a idade avança (envelhecimento).
Temporais
Tipo de oração adverbial muito usado, seja em conversas cotidianas ou em textos mais formais; apresenta uma circunstância de tempo ao acontecimento da OP. 
Em geral, é iniciada pelas conjunções e locuções conjuntivas: quando, enquanto, sempre que, assim que, mal, desde que (também usadas em condicionais) e outras. 
Um sorriso se estampa em meu rosto quando te vejo.
No exemplo, temos um período que apresenta a conjunção prototípica das orações adverbiais temporais, ou seja, o conectivo “quando”. Veja que a oração com esse conectivo introduz ao período uma circunstância de tempo; a oração: “quanto te vejo” indica o momento em que “o sorriso se estampa no rosto” – conteúdo da OP.
“Premiê italiano promete mais reformas assim que a lei eleitoral for aprovada”. (PREMIÊ…, 2015, [s.p.]).
No exemplo, temos a OP “Premiê italiano promete mais reformas” e a oração subordinada adverbial “assim que a lei eleitoral for aprovada”. Perceba que oração introduzida pela locução conjuntiva “assim que” indica que mais reformas virão, segundo o Premiê, depois que a lei eleitoral for aprovada, isto é, nesse momento apenas. Veja que, além de tempo, a construção adverbial nesse caso também transmite a ideia condicional: há a ideia de que as reformas ocorrerão somente se a lei for aprovada, ou seja, apenas com essa condição. 
Fonte: elaborado pelas autoras.

Você reparou que, em alguns casos, há vírgulas separando as orações do período e em outros não? Pois bem, essa é justamente uma das funções da vírgula, isto é, isolar orações adverbiais – vírgula e os demais sinais de pontuação, inclusive, referem-se a um assunto que certamente também fará parte de sua vivência futura em sala de aula.

Pesquise mais!

Caso deseje se aprofundar mais em visões menos tradicionais acerca desse tipo de sentença, acesse o trabalho indicado. Ele traz investigações e considerações relevantes da professora e pesquisadora Maria Beatriz do Nascimento Decat (DECAT, 2010), para quem tanto as adjetivas explicativas quanto as orações adverbais, na verdade, são orações hipotáticas.

  • DECAT, M. B. N. A hipotaxe adverbial em português: materializações e funções textual-discursivas. In: MARÇALO, J. et al. Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas. Universidade de Évora, 2010.

Além disso, há também outra forma de analisar o período composto – forma essa menos comumente encontrada nos livros didáticos e gramáticas em geral, mas que vale a pena conhecer. Autores como o professor Marcelo Módolo (MÓDOLO, 1999) estudam as chamadas orações correlatas/correlativas. Tal classificação considera que algumas das orações classificadas pela GT como coordenadas e algumas das adverbais não são sentenças nem independentes (coordenadas) nem dependentes (subordinadas); são, na verdade, interdependentes. Conheça mais em:

MÓDOLO, M. CORRELAÇÃO: ESTRUTURALISMO versus FUNCIONALISMO. (Pre) publications: forskning og undervisning, n. 168, feb. 1999. Romansk Institut: Aarhus Universitet, Danmark, 1999.

ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS

Todos os exemplos de orações subordinadas que estudamos até este momento correspondem a orações consideradas desenvolvidas. Ao nos comunicarmos, utilizamos, além dessas desenvolvidas, as chamadas reduzidas. Orações reduzidas são aquelas introduzidas por conectivos e com verbos em formas nominais.

Atenção!

Cada oração reduzida tem uma desenvolvida correspondente, mas nem toda oração desenvolvida pode ser reduzida (MOREIRA, [s.d.]).

E o que há de diferente entre tais sentenças? As desenvolvidas, como vimos, apresentam seus verbos na forma conjugada e são introduzidas por conjunção, locução conjuntiva ou pronome relativo. As denominadas orações reduzidas não dispõem de conectivos (somente preposições), e seus verbos não são empregados na forma conjugada, mas em uma das formas nominais: Gerúndio, Particípio ou Infinitivo.

Para recordar!

Quando falamos em forma nominal dos verbos, referimo-nos a situações em que os verbos não estão conjugados. Eles se apresentam no:

  • Gerúndio – com terminação “ndo”, exemplos: trabalhando, correndo, sorrindo.
  • Particípio – com terminação regular de “ado” ou “ido”, exemplos: trabalhado, corrido, sorrido (e irregular “feito” – verbo “fazer”, por exemplo).
  • Infinitivo – com terminação “ar”, “er” ou “ir”: trabalhar, correr, sorrir.

Atenção para os casos de infinitivo conjugado, como em: “Ainda é possível criarmos um mundo de paz”. O verbo destacado nesse período está no Infinitivo mesmo apresentando a desinência número-pessoal “mos”. É como se tivéssemos usado o verbo “criar” + “mos”. Nesse exemplo, a oração “criarmos um mundo de paz” é considerada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, por servir como sujeito para a OP “ainda é possível”. Ela não apresenta conectivo e, como afirmado, seu verbo está com a terminação “ar”, acompanhado de “mos”.

SUBSTANTIVAS REDUZIDAS

As substantivas só reduzem de infinitivo. Observe o exemplo a seguir:

  1. É proibido fumar!

Observe que o período apresenta destacada uma oração subordinada substantiva com valor de sujeito, ou seja, é uma oração subordinada substantiva subjetiva, visto que funciona como sujeito para a OP “é proibido”. Tal oração destacada é reduzida porque não tem conjunção e seu verbo está no Infinitivo “fumar”. Sua classificação tradicional é oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

ADJETIVAS REDUZIDAS

As adjetivas também podem ser utilizadas na forma reduzida (tanto no Gerúndio quanto no Particípio ou no Infinitivo). Examine o período a seguir:

  1. Encontrei Mário, saindo de férias.

A oração “saindo de férias” não apresenta pronome relativo e o verbo “sair” está empregado na forma nominal do Gerúndio. Tal sentença atribui uma explicação a mais a respeito do antecedente “Mário”, substantivo próprio presente na OP: “Encontrei Mário”. Com isso, a sentença em destaque configura-se como adjetiva explicativa reduzida de gerúndio. Na forma desenvolvida, tal período ficaria assim: “Encontrei Mário, que saía de férias” – nesse caso, há o pronome relativo “que” e o verbo “sair” encontra-se conjugado, não mais na forma nominal do Gerúndio.

ADVERBIAIS REDUZIDAS

Tais orações também podem ser utilizadas em suas formas reduzidas (assim como as adjetivas, as adverbiais podem ser reduzidas tanto no Gerúndio quanto no Particípio ou no Infinitivo). Observe um dos vários exemplos de orações adverbiais reduzidas que utilizamos em nossa linguagem.

  1. Vencido o campeonato, os jogadores permanecerão treinando.

Note que a oração em destaque exprime uma concessão, ou seja, uma ideia contrária ao esperado, pois, quando os jogadores vencem um campeonato, espera-se que eles descansem, parem de treinar por um tempo. Mas, contrariamente a isso, a oração subordinada reduzida mostra que, mesmo se vencerem, os jogadores continuarão em treinamento. Veja que o verbo da oração destacada está no Particípio, com terminação “ido”, e não há conjunção iniciando tal cláusula. Desse modo, a oração em destaque pode ser classificada como adverbial concessiva reduzida de Particípio. Uma forma desenvolvida dessa oração seria: “Mesmo que vençam o campeonato, os jogadores permanecerão treinando”.

Talvez você esteja se pergunte por que o verbo “permanecer” da OP também não está no Gerúndio. Sim, ele está. Mas não se trata de oração reduzida – o que temos aí é a locução verbal “permanecerão treinando”. E as locuções verbais, como se viu, em geral são formadas por dois ou três verbos, sendo o último sempre apresentado em uma forma nominal, nesse caso, o Gerúndio (terminação “ndo”). Portanto, fique atento para não confundir locução verbal com verbo de oração reduzida. As locuções verbais podem ser utilizadas tanto em orações desenvolvidas quanto em reduzidas; a diferença é que, nas desenvolvidas, o primeiro verbo da locução sempre estará conjugado.

Foco na BNCC 

Mais uma vez, confira o quanto os conteúdos estudados neste material relacionam-se com o que apresenta a BNCC, nesse caso, em especial, às habilidades a serem trabalhadas no ensino fundamental II, desde o 6º até o 9º ano:

(EF06LP07) Identificar, em textos, períodos compostos por orações separadas por vírgula sem a utilização de conectivos, nomeando-os como períodos compostos por coordenação.
(EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como unidades constituídas em torno de um núcleo verbal e períodos como conjunto de orações conectadas.
(EF06LP09) Classificar, em texto ou sequência textual, os períodos simples compostos. […]
(EF07LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, períodos compostos nos quais duas orações são conectadas por vírgula, ou por conjunções que expressem soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição de sentidos (conjunções “mas”, “porém”). (BRASIL, 2020, p. 173)
(EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, agrupamento de orações em períodos, diferenciando coordenação de subordinação.
(EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as às suas próprias produções. […]
(EF09LP08) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, a relação que conjunções (e locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas estabelecem entre as orações que conectam.
(EF09LP09) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto. (BRASIL, 2020, p. 189)

Autor da citação

Esperamos que você tenha tido sucesso no entendimento das orações coordenadas e subordinadas. Caso ainda tenha restado alguma dúvida, releia as explicações, preste bastante atenção nos exemplos e busque sempre outras fontes de conhecimento.

referências

ABAURRE, M. L. e PONTARA, M. Gramática: texto: análise e construção de sentido. São Paulo: Moderna, 2006.

ALVES, D. Equipes da Prefeitura realizam desinfecção de ruas no Jardim Los Angeles. Midiamax, 4 ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3bgwG2p. Acesso em: 9 ago. 2020.

BABU Santana revela que tinha medo de que o “BBB” prejudicasse sua carreira. Diário Gaúcho, 10 jul. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3gLe6k3. Acesso em: 9 ago. 2020.

BARONE, I. Ministro da Educação agradece confiança de Bolsonaro ao escolhê-lo em vez de “leiloar cargo”. Gazeta do Povo, 4 ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/31KnikD. Acesso em: 9 ago. 2020.

BECHARA, E. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3bi1fF4. Acesso em: 10 ago. 2020.

COISSI, J. Moradores de Cascavel evitam UPA mesmo após teste negativo de ebola. Folha de S. Paulo, 11 out. 2014. Disponível em: https://bit.ly/31KFg6t. Acesso em: 11 ago. 2020.

DECAT, M. B. N. A hipotaxe adverbial em português: materializações e funções textual-discursivas. In: MARÇALO, J. et al. Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas. Universidade de Évora, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3hMBqiY. Acesso em: 9 ago. 2020.

DECAT, M. B. N. Orações adjetivas explicativas no português brasileiro e no português europeu: aposição rumo ao desgarramento. Scripta, Belo Horizonte, v. 5, n. 9, 24 out. 2001. Disponível em: https://bit.ly/2YWtap3. Acesso em: 9 ago. 2020.

DECAT, M. B. N. Orações relativas apositivas: SNs ‘soltos’ como estratégia de focalização e argumentação. Veredas, v. 8, n. 1 e 2, 18 jul. 2016. Disponível em: https://bit.ly/34P2cDD. Acesso em: 9 ago. 2020.

EDUARDO e Mônica. Intérprete: Renato Russo. Compositor: Renato Russo. In: Dois. Rio de Janeiro: EMI, 1986. Faixa 2 (4 min. 32 seg.).

EMOÇÕES. Intérprete: Roberto Carlos. Compositores: Erasmo Carlos; Roberto Carlos. In: Roberto Carlos em Jerusalém. Rio de Janeiro: Sony/BMG, 2012. Faixa 1 (4 min. 13 seg.).

ESTUDO indica que autoconfiança aumenta à medida que envelhecemos. Uai, 27 abr. 2015. Disponível em: https://bit.ly/2Gj8kd6. Acesso em: 9 ago. 2020.

EU QUERO só você. Intérpretes: Jorge e Mateus. In: A hora é agora – Ao vivo em Jurerê. Rio de Janeiro: Chicabana, Som Livre, 2012. Faixa 7 (3 min. 11 seg.).

EXPLOSÃO em Beirute deixa mais de 100 mortos e 4 mil feridos. G1, 4 ago. 2020. Disponível em: https://glo.bo/34U56qv. Acesso em: 9 ago. 2020.

LISPECTOR, C. A hora da estrela. 6. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.

LISPECTOR, C. O primeiro beijo & outros contos. Antologia. São Paulo: Ática, 1992.

MEC vai ampliar programa para que mulheres voltem a estudar. Terra, 3 abr. 2012. Disponível em: https://bit.ly/3bi6mFq. Acesso em: 9 ago. 2020.

MELO, J. João Campos vê ‘apagão total’ do MEC durante pandemia. Blog de Jamildo, 4 ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3gL0kOt. Acesso em: 9 ago. 2020.

MÓDOLO, M. CORRELAÇÃO: ESTRUTURALISMO versus FUNCIONALISMO. (Pre) publications: forskning og undervisning, n. 168, feb. 1999. Romansk Institut: Aarhus Universitet, Danmark, 1999. Disponível em: https://bit.ly/3jF8cmJ. Acesso em: 10 ago. 2020.

MOREIRA, D. F. F. Orações reduzidas. Infoescola, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/32DUdGA. Acesso em: 9 ago. 2020.

NÃO É FÁCIL. Intérprete: Marisa Monte. Compositores: Arnaldo Antunes; Marisa Monte. Rio de Janeiro: Sony, 2000.

OLIVEIRA, L. Z. As orações subordinadas adjetivas na construção do texto. Portal do Professor, 14 jun. 2010. Disponível em: https://bit.ly/3beAJfT. Acesso em: 9 ago. 2020.

PESSOA, F. Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Arquivo Pessoa, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2YRI9jW. Acesso em: 11 ago. 2020.

PESSOA, F. O guardador de rebanho e outros poemas. São Paulo: Cultrix, 1988.

PRA NUNCA dizer adeus. Intérpretes: Jorge e Mateus. Compositores: Leandro e Leonardo. In: O mundo é tão pequeno. São Paulo: Universal Music Brasil, 2009. Faixa 4 (3 min. 22 seg.).

PRA SER sincero. Intérprete: Humberto Gessinger. Compositores: Humberto Gessinger; Augusto Licks. In: O papa é pop. Rio de Janeiro: BMG, 1990. Faixa 5 (3 min. 11 seg.).

PREMIÊ italiano promete mais reformas assim que a lei eleitoral for aprovada. Extra, 4 maio 2015. Disponível em: https://glo.bo/34QkWTe. Acesso em: 9 ago. 2020.

PROCURADOR-GERAL da República é favorável a que José Dirceu cumpra pena em casa. Revista Consultor Jurídico, 25 out. 2014. Disponível em: https://bit.ly/3hOvYvX. Acesso em: 9 ago. 2020.

QUATRO DEMANDAS que explodiram na crise e se manterão no longo prazo. Revista Consultor Jurídico, 4 ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3hOvYvX. Acesso em: 9 ago. 2020.

RET, F. Neurótico de Guerra. Rio de Janeiro: Vivaz, 2012.

RODRIGUES, V. V. (Org.) Articulação de orações: pesquisa e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2017. Disponível em: https://bit.ly/32NvdN8. Acesso em: 9 ago. 2020.

ROSÁRIO, I. C. Reflexões sobre o critério da (in)dependência no âmbito da integração de orações. Línguas & Letras, Cascavel, v. 17, n. 35, 2016. Disponível em: https://bit.ly/31P9UvH. Acesso em: 9 ago. 2020.

ROSÁRIO, I. C.; BARROS, L. M. M. Construções proverbiais justapostas: parataxe ou hipotaxe? Revista Entrepalavras, Fortaleza, ano 8, v. 8, n. 2, p. 361-380, maio/ago. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3biBzId. Acesso em: 9 ago. 2020.

SABINO, F. T. O Encontro Marcado. Rio de Janeiro: Record, 1981.

SEM QUÓRUM, CCJ adia análise de recurso de Vargas. Diário do Grande ABC, 15 out. 2014. Disponível em: https://bit.ly/31JGUW2. Acesso em: 9 ago. 2020.

SOUSA, G. C. et al. As orações completivas subjetivas e objetivas. In: PEZATTI, E. G. Construções subordinadas na lusofonia: uma abordagem discursivo-funcional. São Paulo: Unesp Digital, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3gNqUGW. Acesso em: 9 ago. 2020.

SOUZA, J; SOARES, M. J. Orações Coordenadas. Artigos.etc.br, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2YWidUB. Acesso em: 9 ago. 2020.

SUPREMO marca posse de Fachin para 16 de junho. Diário de Pernambuco, 21 maio 2015. Disponível em: https://bit.ly/3lNQaR4. Acesso em: 9 ago. 2020.

VICE-PREFEITA e pré-candidata à Prefeitura de Morro do Chapéu apresenta propostas. A Tarde, 29 jul. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2EUiQa5. Acesso em: 9 ago. 2020.

WHERRITT, I. A sociolinguística da oração substantiva em português. Revista Língua e Literatura, São Paulo, n. 7, p. 85-109, 21 dez. 1978. Disponível em: https://bit.ly/3i0cODa. Acesso em: 9 ago. 2020.

Bons estudos!

AVALIE ESTE MATERIAL

OBRIGADO PELO SEU FEEDBACK!