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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

CORRELAÇÕES MORFOSSINTÁTICAS NO PORTUGUÊS

Monique Bisconsim Ganasin
Valéria Adriana Maceis 

Diferenciação dos tempos verbais

Quais estratégias didático-pedagógicas podem ser a solução para problemas de identificação de tempos verbais?

Fonte: Shutterstock.

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SEM MEDO DE ERRAR

Para resolver a questão de que seus alunos têm apresentado dificuldades para diferenciar os tempos verbais, uma sugestão que pode ser bastante eficaz é o trabalho com contos de fadas em sala. Tal ação didática com esses clássicos – os quais fazem parte da formação cultural e literária do imaginário infantil – propicia não só um grande incentivo à leitura, como também pode possibilitar o trabalho com questões linguísticas, de modo agradável e divertido para os pequenos educandos.

A sugestão de atividade a seguir, adaptada de Carleto (2014, [s.p.]), pode ser realizada com frequência com os alunos, a depender de seu aproveitamento, resultado e motivação:

  1. Para começar, você pode buscar instigar os alunos por meio de uma roda de conversa, com um diálogo sobre as histórias de contos de fadas. Procure extrair deles informações sobre os contos que lhe são conhecidos.
  2. Na sequência, trabalhe o conto escolhido. Você pode apresentar a história com leitura dramatizada, de leitura com pausas, de teatro de fantoches de mão ou de vara, por meio de vídeo ou de data show.
  3. Depois converse com a turma, buscando retirar dos alunos impressões causadas pelo texto. Procure valorizar a interpretação de cada criança.
  4. A seguir, você pode entregar folhas impressas com o conto trabalhado, solicitar uma leitura silenciosa e pedir que sublinhem palavras que porventura eles desconheçam o significado.
  5. Posteriormente, peça aos alunos que consultem o dicionário para descobrir o significado dessas palavras. Disponibilize um tempo para a turma socializar as respostas.
  6. Em um segundo momento da atividade, dialogue com a sala a partir de questionamentos como: “Para vocês, esta história já aconteceu? Os personagens vivem hoje ou lá no passado, no tempo do era uma vez? Como vocês descobriram isso? Quais palavras ajudaram a pensar dessa maneira?”.
  7. Depois do diálogo, informe para a turma que é possível saber quando ocorreu o fato pela observação dos verbos, ou seja, as ações dos personagens. É possível também saber quantas pessoas participaram desse fato, pois os verbos concordam em número com os substantivos ou pronomes (verbo no singular ou no plural). Enfatize que verbos podem indicar fatos que ocorrem no passado, no presente ou no futuro.
  8. Coloque no quadro frases extraídas do texto com tempos verbais diversos e siga questionando: “Tal trecho da história refere-se a um tempo verbal no presente, passado ou futuro? O que diferencia ocorrências como ‘Os anões viram a Branca de Neve’ de ‘Os anões virão a Branca de Neve’?” (no caso de um trabalho com o conto “Branca de neve e os sete anões”).
  9. Siga aproveitando os tempos verbais empregados no conto e, com os questionamentos, vá ajudando o seu aluno a refletir sobre o uso de tais verbos e a construir o conhecimento sobre as diferenças que ocorrem ao se empregar um ou outro tempo verbal.
  10. Para fixar o conteúdo, em um concluso momento da(s) aula(s) sobre esse assunto, proponha exercícios estruturais sobre tempos verbais e/ou uma produção de texto em que tenham que identificar os tempos verbais empregados (ou em seus próprios textos ou nos textos dos colegas).

Esse trabalho, se realizado com determinada frequência, tanto com contos de fadas quanto com músicas, por exemplo, ou com outros gêneros textuais, pode ser muito produtivo e envolvente para os alunos.

Avançando na prática

ELIMINANDO PROBLEMAS GRAMATICAIS NOS TEXTOS DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL

Nesta situação-problema, imagine que você seja orientador pedagógico em uma escola de ensino fundamental. Os alunos de sua escola passaram por uma avaliação proposta pela Secretaria de Educação, e o resultado na parte de linguagens – interpretação e produção textual – não foi muito positivo. Os discentes, de modo geral, apresentaram textos com problemas tanto de cunho ortográfico quanto com relação ao uso de verbos, pronomes, artigos, numerais, determinantes em geral. Os professores queixam-se de tentativas frustradas já empregadas para dirimir tal questão. O que poderia ser feito para que, ainda que a longo ou a médio prazo, fosse possível resolver e/ou amenizar tal situação?

A educação em nosso país, como se sabe, propõe inúmeros desafios diários aos alunos e aos profissionais envolvidos – professores, coordenadores, orientação, entre outros. Há tempos vem enfrentando momentos de crise e dificuldades de toda ordem no caminho para alcançar bons índices em avaliações oficiais e no que tange a avanços relacionados à leitura e à escrita, por exemplo. Portanto, aumentar tais índices, resolver tais dificuldades e vencer tais desafios não se resume a atitudes simples e rápidas e requer um trabalho efetivo e coletivo. Mas, como nada se resolve sem um primeiro passo, é preciso agir e acreditar que alternativas e possibilidades de melhora existem e podem ser alcançadas.

Em um primeiro momento, como orientador, talvez seja importante e eficiente investir e/ou buscar meios de se investir na formação do professores, além se procurar estratégias de liderança que motive sua equipe a seguir com entusiasmo, não desanimando diante dos obstáculos encontrados e trabalhando, coletivamente, de modo que cause impactos positivos tanto para a escola de um modo geral quanto no que diz respeito ao nosso maior objetivo: obter melhores resultados no ensino-aprendizagem dos alunos.

Além disso, uma segunda ação poderia voltar-se à criação de oficinas, no contraturno ou mesmo em momentos oportunos em aula, em que alunos de séries posteriores, talvez do ensino fundamental II ou do Ensino Médio (se isso não for possível, quem sabe uma parceria com outras escolas ou faculdades) pudessem ajudar outros alunos, mais jovens, que têm dificuldades na escrita. Tudo isso sendo gerido em um projeto consolidado mediante organização, planejamento e direcionamento. Muitas vezes, o processo de um aluno ajudar o outro, além de questões humanas, pode gerar benefícios tanto ao mediado quando ao mediador.

Bons estudos!

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