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Gestão de crises digitais

Lívio Sakai

Fonte: Shutterstock.

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Praticar para aprender

Nesta seção, passaremos à prática da gestão de crises digitais. Para isso, entenderemos como criar rotinas de monitoramento para sempre obter uma visão panorâmica dos riscos, das informações que precisamos monitorar, das equipes a serem mantidas em prontidão e das medidas que devem ser tomadas preventivamente aos primeiros sinais de uma possível crise digital.
Como estudamos anteriormente, cada empresa tem suas particularidades. Logo, as recomendações que serão apresentadas aqui devem ser adaptadas à realidade dessas organizações. Vale ressaltar, contudo, que tais orientações devem ser aplicadas a todas as empresas que possuem ou não representação virtual, pois, seja qual for o seu porte, o “diálogo” com a internet pode acontecer independentemente de sua presença no mundo virtual.
Como exemplo, podemos citar o caso de uma pequena pet shop, situada em São Paulo, que se envolveu em um incidente polêmico: um dos cachorros que estava sob seus cuidados sofreu enforcamento (SILVA, 2011). Trata-se, na verdade, de um acidente, porém somente quem lê a notícia inteira passa a ter essa percepção e, consequentemente, não condena a pet shop pela morte do animal. 
Uma das declarações é a de que o cuidador deixou o cachorro amarrado em um móvel enquanto ligava para a dona, avisando que o cão estava pronto para retirada. Nesse meio-tempo, o animal inesperadamente pulou do móvel e ficou pendurado pela coleira. Existem outras versões para a morte, mas o título da matéria foi Giginho, cachorro vira-lata, morre enforcado em pet shop de SP.
No exemplo, a situação foi agravada pelo título, pela atribuição de um nome ao cachorro. Em função de o animal não ter raça específica, alguns poderiam entender que o cão teria sido tratado com desdém.
Estamos trabalhando na gestão de crises digitais e o exemplo nos mostra que mesmo empresas sem representação na internet precisam de um plano de gestão de crises. Não sabemos se a pet shop tinha página na internet, perfil no Instagram ou no Facebook, mas percebemos que a empresa foi afetada pela disseminação da notícia na internet.
Mesmo se tratando de uma organização pequena, podemos verificar uma das principais falhas estudadas até este momento: a narrativa na internet foi ditada pelo jornalista, que talvez nem conhecesse a pet shop e as pessoas que lá trabalhavam. Na versão apresentada, a empresa esperou o dono do cachorro chegar para dar a notícia da morte em vez de se antecipar e prontamente comunicá-lo sobre o acidente. A análise de riscos também falhou, pois não previu a possível instabilidade de um cão ao ser colocado em um móvel alto, amarrado com uma corda curta na coleira.
É provável que para uma pet shop menor não seja pertinente a criação de um comitê de gestão de crises formado por muitas pessoas, mas o exercício de analisar riscos, vulnerabilidades e o comportamento em casos de crises é essencial para a sobrevivência de qualquer empresa. 
Deve ser comum que os bichos fiquem bravos e mordam alguém nas pet shops. O entregador de um bolo de casamento, por exemplo, pode deixá-lo cair pouco antes do grande evento. Independentemente do tamanho da empresa, as crises podem tomar dimensões intercontinentais.
Vamos aplicar nossos conhecimentos a uma crise originada em uma situação muito favorável: uma empresa provedora de internet coloca no mercado um novo produto e o volume de vendas desse item é muito maior do que o esperado.
A empresa, em vez de parar as vendas, continuou instalando mais pontos de rede de internet rápida na casa de novos clientes, porém não havia capacidade instalada e operante para oferecer acesso à internet a todos os clientes com a qualidade prometida nas campanhas publicitárias.
As contestações iniciam-se no SAC da empresa, mas logo passam para sites de reclamações e redes sociais. A provedora, em contato com os clientes, sempre prometia soluções para a baixa velocidade e quedas no sinal, mas sabia internamente que sua rede estava sobrecarregada.
A sobrecarga alcança um nível crítico, de modo que os seus assinantes ficam sem internet por seis dias. O nome da empresa e a falha na prestação de serviços estão em todos os jornais e mídias digitais. Órgãos de controle proíbem a venda do produto.
A empresa expande a toque de caixa as suas redes, na intenção de resolver o problema dos assinantes já fidelizados e ter capacidade para atender novos clientes, porém a imagem da provedora ainda está manchada por causa das crises anteriores.
Caso você estivesse à frente do comitê de crises, como procederia para tentar diminuir ou reverter a crise e, ao mesmo tempo, recuperar a reputação perdida?
Então, passemos ao estudo de gestão de crises digitais! 

conceito-chave

Passemos, então, ao trabalho do comitê de crises e aos elementos de uma boa gestão de crises.
Inicialmente, é imprescindível ter como conhecimento bem difundido os riscos da empresa e suas intensidades e probabilidades. Podemos utilizar uma escala que oferece uma visualização rápida dos riscos, de acordo com os seus possíveis impactos na empresa e sua probabilidade de acontecer, como mostra a Figura 3.7.

Figura 3.7 | Matriz de riscos e suas probabilidades
Fonte: adaptada de McKay (2013, p. 42).

A figura apresentada anteriormente dispõe os riscos na vertical, de acordo com o seu potencial de impacto na empresa, classificando-o de insignificante a catastrófico, na parte mais alta. Na horizontal, é feita uma disposição dos riscos de acordo com a sua probabilidade de acontecer, sendo rara, à esquerda, e quase certa, à direita.
Ian Mittrof (2001) simplifica a gestão de crises, dizendo que ela deve ser composta de: um levantamento de dados que apontem para problemas; e um estudo de medidas de contenção desses problemas.
Para iniciar esse gráfico, o grupo deve preencher os riscos. Por exemplo, em uma empresa de transporte aéreo, as chances de um avião cair são pequenas, mas o impacto seria enorme. A queda, portanto, estaria em um ponto vertical alto e horizontalmente à esquerda. Uma reclamação comum ao SAC de uma empresa estaria classificada possivelmente como baixa em relação ao seu impacto, mas com uma grande probabilidade de acontecer. Portanto, no gráfico, estaria embaixo na vertical e à direita na horizontal.
Dessa maneira fica mais fácil ter uma noção imediata dos principais elementos a serem monitorados rotineiramente.
Essa matriz de riscos, como você percebeu, não é específica para o mundo digital, mas também pode ser aplicada para casos desse tipo, pois as falhas e vulnerabilidades detectadas no gráfico podem ecoar rapidamente para o seu ambiente.
Com relação ao ambiente digital, Patrícia Teixeira (2019) lista algumas medidas importantes para o levantamento de riscos e monitoramento:

Conhecendo os riscos, passamos para o monitoramento.

Assimile

Como estudamos anteriormente, da mesma forma que riscos e vulnerabilidades de empresas são diferentes, assim também acontece no mundo on-line. Os itens de monitoramento diferem de empresa para empresa, mas alguns cuidados são comuns a todas as organizações com presença na internet.

Em primeiro lugar, deve-se realizar o monitoramento das mensagens trocadas com o SAC e com todos os canais da empresa. Com menor rigor, mas de forma igualmente necessária, é importante verificar os canais de comunicação entre empresa, vendedores e fornecedores. O monitoramento deve ser diário e, dependendo de como é feito, podem-se definir gatilhos para um aviso imediato. Por exemplo, quando uma comunicação de reclamação com o SAC se torna menos cordial ou mais agressiva, pode-se acionar imediatamente alguém do comitê de crises.
Na internet, onde existem avaliações e reclamações em diversos sites, comentários em lojas on-line e aplicativos, redes sociais e até mesmo opiniões sobre a empresa em sites de empregos, há agências especializadas em monitorar as menções de palavras-chave na internet. É importante não só contratar uma dessas empresas, mas também garantir que relatórios diários sejam acompanhados por alguém do comitê de crises.
Com essas informações em mãos, é preciso determinar o sistema de alertas para o comitê de crise. Devem-se definir os parâmetros para acionamento dos alertas, afinal são várias as fontes de informações e, ao mesmo tempo em que não desejamos perder dados importantes, também não queremos receber um volume de informações que sobrecarregue as equipes de monitoramento. Outro recurso importante pode ser o monitoramento da marca, que descreve, na forma de relatório, a visão qualitativa que os usuários têm de uma marca, a qual pode, por exemplo, ser vista como competente, querida, eficiente. Enfim, a marca ganha atributos humanos e, assim, conhecemos a percepção do público sobre ela.
E essencial treinar as equipes envolvidas para que tenham familiaridade com as ferramentas de monitoramento e recursos informatizados. Treinamentos podem ser mais técnicos, abordando o uso e a interpretação de relatórios e ferramentas de monitoramento da rede, mas também há espaço para discutir sobre o uso de redes sociais e etiqueta em mensagens trocadas na internet.
Depois de treinar equipes, na ocorrência de uma crise, monta-se o comitê de crises, como estudamos na Seção 3.1.

Figura 3.8 | Hierarquia do comitê de crises
Fonte: adaptada de Teixeira (2019).

Passamos, então, ao planejamento de ações. Caso a empresa tenha feito um bom plano de prevenção, a maior parte dos dados já estará em mãos, pois a gestão de crise demanda uma série de informações. Normalmente as crises advêm de pontos conhecidos da gestão de crises. Sendo conhecidas ou não, as informações devem ser coletadas e distribuídas ao comitê de crises para que seus componentes entendam o que motivou o episódio, as relações e as comunicações existentes até aquele momento.
Os valores e atitudes mais relevantes para uma boa gestão de crises são:

Agora que já conhecemos as boas práticas, vamos verificar, também, o que não se pode fazer.

Os momentos mais tensos são os que antecedem a resposta a ser dada. Passado esse marco, ainda temos que continuar monitorando a rede, pois as crises virtuais podem durar muito tempo. Porém, o tempo que uma crise fica em evidência, mesmo que seja intensa, tende a durar pouco se as estratégias de combate forem bem-sucedidas. 
A gestão de crises digitais não termina aqui. A crise digital costuma deixar um prejuízo para a marca e sua reputação. A gestão de crises que estudamos até agora teve a finalidade de resolver desentendimentos, minimizar perdas, reparar erros. A maneira com que essa intervenção é feita colabora significativamente para a credibilidade da empresa. Em 2009, a Toyota organizou um recall para boa parte de seus carros vendidos nos Estados Unidos por causa de um problema com os pedais de acelerador, que se prendiam ao tapete do carro. Era o maior recall da história do país. Podemos imaginar os custos de tal operação, mesmo sem especificar números. A maioria dos carros da Toyota de 2007 a 2009 teve de ser encaminhada às concessionárias para a troca da peça. Apesar do recall ser a assunção de um erro, a marca não sofreu grandes prejuízos com relação à sua reputação.
O trabalho da gestão de crises continua mesmo depois das declarações e das ações para a dissolução do problema. O papel da equipe da gestão de crises muda e passa a acompanhar o desenrolar do episódio, alterando os critérios de monitoramento da rede e relatórios.
No pós-crise e na recuperação da reputação da empresa, podemos imaginar um esquema com algumas boas práticas, como mostra a Figura 3.9.

Figura 3.9 | Ciclo de ações durante a crise
Fonte: adaptada de Teixeira (2019) e Forni (2019).

Esse acompanhamento é necessário para verificar se as ações encaminhadas pelo comitê de crises tiveram o efeito desejado ou se precisam de reformulações. O tempo de duração do comitê e sua atuação podem ser definidos pelo próprio comitê de crises, tomando como base os dados de monitoramento das redes. Uma vez que a situação tenha sido resolvida e as ações propostas pelo comitê tenham respondido como esperado, após analisar os dados de monitoramento de redes, os trabalhos podem ser encerrados. Passa-se, então, para o trabalho de recovery, ou seja, de recuperação da reputação da marca.
De acordo com Forni (2019, p. 34),

Reputação se constrói ao longo da vida, pela forma de agir dentro de princípios éticos e em respeito à coisa pública. É um ativo difícil de mensurar, mas os contribuintes acreditam que deveria constituir o capital simbólico das autoridades, empresas e dos governos.

O trabalho de recovery, portanto, é importantíssimo, pois trata-se da recuperação de valores criados e cultivados durante toda a existência da empresa. Devemos lembrar, também, que as crises não são justas e coerentes ao “penalizarem” a empresa envolvida. Uma crise pontual pode destruir valores construídos com cuidado por décadas, independentemente do respeito que a empresa possa ter tido pelo consumidor anteriormente. É claro que essa é uma situação hipotética e catastrófica, mas é uma possibilidade.
Para a recuperação da reputação em uma situação pós-crise, é preciso analisar a crise que se encerra, levantando todos os dados disponíveis, de forma que ela possa ser quantificada ou qualificada de alguma maneira. Pensamos incialmente nas perdas financeiras e econômicas que ela pode ter acarretado, mas nem sempre os principais prejuízos gerados pela crise serão financeiros. 
Para identificar as “perdas” ocorridas no meio digital, utilizamos novamente as ferramentas de monitoramento das redes. Como estudamos anteriormente, mensagens trocadas com o SAC, com o website e com as representações da empresa nas redes sociais são complementadas por relatórios gerados por agências que monitoram as redes. Com esses dados, podemos avaliar os danos que a crise pode ter gerado na reputação da empresa. 

Figura 3.10 | Resumo de menções em redes sociais
Fonte: adaptada de Brand24 (2020).

Os gráficos, relatórios e análises de empresas de monitoramento são vastos, e o usuário pode personalizar uma série de pesquisas utilizando palavras-chaves adequadas. A Figura 3.10 mostra um modelo de resumo produzido pela Brand24 para a SpaceX, compreendendo o período entre 13 de julho a 12 de agosto de 2020.
No relatório, podemos ter, por exemplo, a qualificação das mensagens como positivas, neutras ou negativas, o índice de popularidade das mensagens, com seu respectivo alcance, e, por fim, complementamos nosso relatório pós-crise com uma análise de conteúdo e de retórica. 
De acordo com Teixeira (2019), a análise de conteúdo oferece uma visão aprofundada das mensagens, permitindo verificar como os fatos foram redimensionados e reelaborados por meio do debate. Assim é possível entender de maneira mais adequada a geração de novos posicionamentos e desdobramentos.
Já a análise de retórica aborda a documentação da empresa com relação à crise. Os atos retóricos são:

Objetivos e missão, memorandos, mensagens de propaganda, relatórios, comunicados à mídia, entrevistas de porta-vozes, videoclipes, sites, apresentações em PowerPoint, documentários, notas de esclarecimento [...] e outros símbolos. 

(HALLIDAY apud TEIXEIRA, 2019, p. 153)
Reflita

Com o relatório pós-crise em mãos, podemos responder a várias questões que vão nos direcionar na comunicação com a intenção de recuperar ou reparar nossa reputação on-line, como:
O que causou a crise?
Quais elementos a motivaram?
Como a empresa se posicionou?
Como o comitê de crise se posicionou?
Quais medidas e comunicações tiveram mais sucesso ou dificuldades?

Com base nessas informações, podemos planejar a comunicação pós-crise, que tem o objetivo de esclarecer mal-entendidos, explicar quem é a empresa e mostrar quais são suas ações futuras com relação à crise.
Da mesma forma que as ações do gerenciamento de crise, a comunicação deve ser feita considerando as particularidades de cada meio, de cada representação digital. O respeito pela transparência e honestidade deve estar presente na essência de cada comunicado.
Um dos pontos de partida para o plano de comunicação dever ser o website da empresa. Em seguida, as informações devem ser adaptadas para as relações públicas da empresa, press kits, postagens nas redes sociais, e assim por diante.

Exemplificando

Para finalizar, o recovery não tem uma regra comum, a não ser o estudo que antecede as ações. As medidas para minimizar ou reverter os efeitos da crise também dependem de criatividade. No caso citado na Seção 3.1, em que a Z-Burger utilizou por engano a foto de um jornalista executado pelo Estado Islâmico, além de pedidos de desculpas e publicações enfatizando que o caso aconteceu por um deslize, as empresas envolvidas no episódio polêmico também fizeram doações significativas para a instituição James Foley Foundation, que leva o nome do jornalista cuja imagem foi indevidamente utilizada. Assim, desenvolveu-se uma ação que foi além da comunicação tradicional para enfatizar o quanto as empresas estavam arrependidas pelo seu erro.

Agora que você entende como proceder na iminência de uma crise digital, pós-crise e recovery, talvez passe a analisar com mais cautela o que muitos denominariam como uma “simples postagem em rede social” ou “deslize de um funcionário ao responder a uma reclamação”. O aspecto mais desafiador da gestão de crises é que alguns processos podem já estar criados, mas precisam ser adaptados para cada caso! Criatividade e percepção aguçada podem reparar erros rapidamente e salvar empresas.

Faça valer a pena

Questão 1

Uma empresa de chocolates lançou um novo sabor e esperava que fosse um sucesso. Usando o histórico de vendas de um produto de sucesso anterior, projetou vendas de 200 caixas por dia. Com a campanha de lançamento, o produto foi colocado no mercado. O sucesso superou as expectativas, de forma que a empresa não conseguiu abastecer sua rede de vendas.
Nesse contexto e considerando os dados apresentados, assinale a alternativa que aponta a melhor estratégia para explicar a falta do novo produto.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Correto!

Essa é uma atitude que exprime honestidade e transparência, aspectos essenciais na gestão de uma crise. Se o produto está em falta e não há condições estruturais de aumentar a produção para suprir a demanda, é necessário que todos sejam avisados. Assim, deve-se declarar que há falta do produto por conta do sucesso inesperado, informar aos compradores de possíveis atrasos na entrega, aumentar a produção, modificar a campanha publicitária informando explicando que a falta do produto se deu em função do enorme sucesso. Um caso semelhante a esse aconteceu durante o lançamento do chocolate Lancy, da Lacta.

Tente novamente...

Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.

Questão 2

Em janeiro de 2019, a barragem da Vale do Rio Doce se rompeu e praticamente destruiu a cidade de Brumadinho. Rapidamente as informações sobre o incidente foram publicadas nas redes sociais da mineradora e a empresa colocou seu website em “luto”. Foi criada uma página específica para o caso do rompimento da barragem. No YouTube, criou-se o canal “Vale Comunica”. As mensagens eram respondidas prontamente.
Qual a atuação correta para que haja uma total recuperação da reputação da Vale no caso Brumadinho?

Correto!

Como estudamos na Seção 3.1, o elemento mais importante e que precisa receber atendimento prioritário nas crises deve ser a pessoa, o ser humano. O acidente causou perdas humanas e a destruição de muitos lares e do meio ambiente. A Vale fez um excelente trabalho de comunicação, informando prontamente sobre o acidente, atualizando o website e criando publicações diferentes para cada rede social. Entretanto, a empresa deveria reparar erros do mundo físico, como indenizar imediatamente as pessoas afetadas e trabalhar por muitos anos para recuperar o desastre ambiental causado. Portanto, apesar de a comunicação estar correta, é preciso encontrar práticas coerentes também nas ações do mundo não digital.

Questão 3

Mesmo após conseguir resolver uma crise, uma empresa de vestuário feminino ficou com a reputação “arranhada” por ter sido vinculada ao uso de material não ecológico. O grupo de gestão de crises decidiu, então, garantir internamente que a empresa utilize somente material ecologicamente responsável.
Quais ações seriam coerentes com a ideia de corrigir possíveis danos à reputação da empresa no meio digital?

Correto!

O recovery, ou seja, a recuperação da empresa, deve ser feito no pós-crise pelo monitoramento das redes, utilizando, inclusive, palavras-chave específicas. O website deve ser um dos principais pontos de referência usados para dirimir pontos crises da crítica passada, assim como o SAC. Adicionalmente, uma solução criativa seria apoiar uma ONG vinculada a empresas ecologicamente corretas.

Referências

BRAND24. SpaceX, 13 jul./13 ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2Umm8Lc. Acesso em: 9 abr. 2021.
FORNI, J. J. Gestão de crises e comunicação. São Paulo: 2019. E-book.
MCKAY, S. Risk assessment for mid-sized companies: tools for developing a tailored approach to risk management. Nova York: AICPA, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3sqxaMe. Acesso em: 28 mar. 2021.
MITROFF, I. I. Technology run amok: crisis management in the digital age. Los Angeles: Palgrave Macmillan, 2019. E-book.
NEVES, R. C. Crises empresariais com a opinião pública: como evitá-las e administrá-las: casos e histórias. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.
RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
SILVA, L. A. Giginho, cachorro vira-lata, morre enforcado em pet shop de SP. Folha de São Paulo, 5 ago. 2011. Disponível em: https://bit.ly/3smWm61. Acesso em: 28 mar. 2021.
TEIXEIRA, P. B. Caiu na rede. E agora?: gestão de crises nas redes sociais. São Paulo: Évora, 2019.

Bons estudos!

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