Sem medo de errar
Olá novamente, estudante! Agora que já verificamos os conteúdos relacionados à governança corporativa, chegou a hora de você, enquanto consultor da companhia NPTO, direcionar a empresa XYZ com relação ao processo de gestão, recomendando que os colaboradores dessa corporação sigam as melhores práticas e fundamentos de governança corporativa.
Inicialmente, você poderia informar aos profissionais da empresa XYZ que a governança corporativa possui uma relação de sustentabilidade responsável da organização, a qual está vinculada a processos, costumes, políticas, leis e instituições. Nesse contexto, busca-se uma relação equilibrada e justa entre todos esses elementos, com o objetivo de valorizar a imagem da empresa frente ao mercado, contribuindo com a possibilidade de atração de investidores e mitigando a ocorrência de eventos criminosos, isto é, de fatos contrários ao ordenamento legal vigente.
Para que a governança corporativa possa ser aplicada, a instituição deverá adotar, em sua cultura organizacional, alguns princípios básicos que servem como pilares para a estruturação das boas práticas de governança no ambiente empresarial. Como você pôde verificar ao longo desta etapa de aprendizagem, os princípios básicos que regem a governança corporativa são: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
A transparência pode ser traduzida como a disponibilização de informações, não se restringindo ao desempenho econômico-financeiro, mas contemplando, também, os demais fatores que norteiam a ação gerencial e que condizem com a preservação e a otimização do valor da organização. A equidade relaciona-se ao tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas, considerando seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.
A prestação de contas refere-se à cobrança dos agentes de governança acerca de sua atuação. Tal princípio deve ser atendido de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, cabendo aos agentes de governança assumir integralmente as consequências de seus atos e omissões, desempenhando seus papéis com diligência e responsabilidade.
Por fim, a responsabilidade corporativa trata do zelo na viabilidade econômico-financeira das organizações e da redução das externalidades negativas de seus negócios e operações, aumentando as positivas e levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional) no curto, médio e longo prazos. No Brasil, todos esses princípios são orientados de acordo com o que delibera o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Você pode saber mais sobre o assunto fazendo a leitura do artigo indicado a seguir, intitulado Governança corporativa, publicado no site do IBGC.
GOVERNANÇA corporativa. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, 1 maio 2019.
Para acessar o material, consulte o link disponível nas Referências desta seção.
Bom trabalho!
Avançando na prática
Conflito de interesses em uma empresa fornecedora de vacinas
Uma determinada empresa de produtos farmacêuticos decidiu, em seu planejamento estratégico, realizar a abertura de capital. Para isso, contratou uma companhia especializada em auditorias internas, para que preparasse o prospecto de apresentação ao mercado.
Durante os trabalhos, a empresa contratada percebeu que certo procedimento de compra de materiais não estava de acordo com as boas práticas de governança, visto que, nesse processo, o profissional responsável pela aquisição de matéria-prima estava comprando com fornecedores que ofereciam um preço maior do que os concorrentes.
Ao investigar as motivações na intenção de apurar as responsabilidades sobre o fato identificado, descobriu-se que o profissional incumbido das compras estava recebendo presentes da instituição fornecedora, como pacotes de viagens para resorts, além de favorecimento para familiares.
Uma das principais atribuições da governança corporativa é assegurar que a empresa não se exponha a riscos desnecessários. Para minimizar os riscos, é possível, por exemplo, utilizar sistemas de informações que possibilitem a medição e o acompanhamento da probabilidade de ocorrência de riscos versus efeitos negativos (caso o risco ocorra), buscando prevenir impactos financeiros prejudiciais e a ocorrência de crimes contra os sistemas financeiro e civil.
Depois da análise, foi possível perceber que o profissional responsável pela compra dos insumos necessários à fabricação de medicamentos colocou seus interesses e objetivos pessoais à frente dos interesses da companhia, o que não pode ocorrer, já que essa conduta representa um risco para a sustentabilidade organizacional pelo fato de comprometer a imagem, reputação e credibilidade da empresa, você concorda?
Diante dessa situação, o que deve ser feito?
Observando a gestão de companhias, bem como dos seus executivos, podemos afirmar, de modo muito preciso, que o conflito de interesses acontece com muito mais frequência do que se possa
imaginar. Isso provoca, dentre outras consequências, atritos internos entre os gestores.
Uma das principais contribuições das práticas de governança corporativa é a intermediação dessas divergências, que ajuda a minimizar a existência de conflito de interesse no ambiente empresarial e no relacionamento da corporação com as partes interessadas.
Portanto, é necessário criar um código de conduta no qual estejam explícitos os papéis, as regras e as políticas da companhia, desde as mais comuns até as mais criteriosas.
Dessa maneira, problemas como o exposto na situação-problema poderão ser resolvidos de maneira justa e pautada em regras e padrões já definidos e conhecidos por todos. Um código de conduta consistente deixa muito evidente aos acionistas e executivos o que pode ou não ser feito na companhia, sem gerar conflitos internos.