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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

DIMENSÃO PRAZEROSA DO MOVIMENTO

Diana Ribeiro Tatit
Maria Cecília Cerminaro Derisso

Resistência dos alunos às atividades corporais propostas

O que fazer quando os alunos se recusam a participar das atividades?

Fonte: Shutterstock.

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SEM MEDO DE ERRAR

Essa é uma situação comum em escolas e é bastante provável que você se depare com ela ao longo da sua carreira. Quando enfrentamos resistência dos alunos àquilo que estamos propondo, precisamos, antes de mais nada, buscar compreender o porquê da recusa. Tentar impor a atividade, valendo-se de uma relação autoritária, é a opção menos proveitosa para um trabalho educativo de qualidade.

Principalmente quando isso se dá em propostas corporais, é preciso ter ainda mais cuidado. Uma imposição, nesses casos, pode levar ao constrangimento do aluno ou até a uma lesão se ele for obrigado a fazer certo movimento que não deseja ou não consegue fazer. O resultado disso seria o distanciamento da área do corpo e movimento, o que é o contrário do que se pretende conquistar.

Feita essa advertência, vamos pensar agora o que você, enquanto professor, pode fazer em momentos como esse. Em primeiro lugar, deve perguntar ao aluno o porquê de não desejar participar. A partir da explicitação desse motivo talvez você consiga contra-argumentar, apresentando os benefícios da prática proposta e ressaltando quão gostoso pode ser realizá-la. Pode ser que essa conversa seja suficiente para convencê-lo a mudar de ideia. Caso contrário, é interessante questionar (ou descobrir observando o aluno no dia a dia) quais são seus gostos e interesses pessoais e buscar incorporá-los nas próximas propostas. 

Sua prática deve apresentar propostas lúdicas, brincadeiras que despertem o gosto dos alunos pelo movimento, que se apoiem nos objetivos de aprendizagem dispostos na Base Nacional Comum Curricular e que se adequem à idade com que trabalha. 

Nesse sentido, a compreensão da dimensão prazerosa do movimento nos ajuda a saber claramente que a adesão a essas práticas deve ser voluntária, já que o objetivo primeiro deve ser o deleite pessoal – como ocorre com a leitura de um livro literário ou a apreciação de uma canção.

Avançando na prática

Espaço e tempo de brincar e aprender

Imagine que você é professora de uma turma da última fase da educação infantil composta por crianças que, ao término do ano letivo, ingressarão no primeiro ano do ensino fundamental. Preocupada com a transição entre as etapas e com o pleno desenvolvimento das crianças em todas as suas potencialidades, a coordenação da escola vem acompanhando seu trabalho com afinco e fazendo sugestões com relação a conteúdos e formas de trabalho. A coordenadora, então, solicita que você proponha momentos de aprendizagem relacionados ao letramento das crianças, os quais contemplem os aspectos lúdicos e a valorização do corpo e do movimento na educação infantil. Com base em seus conhecimentos sobre a temática e tendo por referência as orientações legais da Base Nacional Comum Curricular, proponha uma atividade que contemple a orientação de sua coordenadora pedagógica.

Sabemos que a educação infantil, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, deve pautar suas atividades na ludicidade, sendo que a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, o que traz consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Entretanto, práticas pedagógicas ditas escolarizantes e “preparatórias” para o ensino fundamental são frequentes e descaracterizam a especifidade da etapa, impossibilitando às crianças o pleno desenvolvimento de seu corpo e de sua mente, obrigando-as a permanecer, no mais das vezes, sentadas e atentas a atividades impressas. A proposta feita pela coordenadora à professora solicita a esta a mobilização de seu conhecimento de modo a contemplar aspectos referentes ao letramento, respeitando a especificidade lúdica da educação infantil. Como sugestão a professora pode propor uma brincadeira de pular corda pautada na canção tradicional “suco gelado”, na qual as crianças têm contato com o alfabeto, podem fazer associações com o som de cada letra e com nomes que se iniciem com elas. Assim, os alunos desenvolvem, ao mesmo tempo, aspectos de sua corporalidade, contemplando, dessa forma, o pleno desenvolvimento das suas potencialidades em associação aos conteúdos referentes ao letramento, pressupostos da educação infantil.

Bons estudos!

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