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Preparado para trabalhar a dimensão expressiva do movimento?
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Antes de qualquer coisa, é preciso levar em consideração os seguintes momentos: aquecimento – desenvolvimento/aprofundamento – relaxamento.
Para o aquecimento, é importante que se proponha movimentos mais simples, que não demandem um alto grau de exigência física. Como o nome diz, o objetivo é aquecer a musculatura e as articulações do corpo. O caminhar é uma boa opção para esse início, por ser um movimento corriqueiro e que não apresenta grandes dificuldades para a maioria das pessoas. Balanços suaves com o corpo, para os dois lados; girar lentamente as articulações; brincadeiras de roda ou cirandas podem ser também boas opções.
Na etapa do desenvolvimento, a ideia é propor imagens para que não se fique “controlando mentalmente” os movimentos. Como vimos, ao imaginarmos cenas ou situações, nos expressamos com o corpo mais livremente. É possível fantasiar diferentes cenários (adentrar uma floresta, passear pela cidade, entrar no útero materno, caminhar sobre as nuvens) ou imagens mais abstratas, como uma cor, uma emoção, um cheiro, etc.
A ideia do aprofundamento é a de desprendimento das imagens para produzir o movimento com maior intencionalidade. É interessante, contudo, ter algum tipo de comando ou restrição que traga problematizações ao movimento. Por exemplo, movimentar-se apenas em determinado plano; variar os andamentos rítmicos do movimento ou, ainda, a intensidade; movimentar-se interagindo com outros indivíduos ou com algum objeto.
O relaxamento deve ser, justamente, o movimento de descansar o corpo, acalmar os batimentos cardíacos, esfriar a pele, alongar a musculatura. Uma sessão de massagem, um alongamento suave ou simplesmente permanecer um tempo deitado são algumas sugestões possíveis.
Imagine que você está pleiteando uma vaga para professora de educação infantil em uma grande escola conceituada nacionalmente por suas práticas educativas. Você já foi aprovado na prova teórica e, neste momento, está diante do desafio da prova didática que lhe pede o desenvolvimento de uma aula, destinada a crianças entre 3 e 4 anos de idade, que possibilite o enriquecimento dos aprendizados delas e o desenvolvimento de novas competências de comunicação entre elas. Mobilize seus conhecimentos sobre o assunto e proponha uma sequência de atividades correspondentes à expectativa do que lhe foi solicitado.
As crianças pequenas têm no movimento uma de suas grandes fontes de prazer e seus corpos são capazes de demonstrar, inclusive, seus estados afetivos, sendo a expressão corporal reveladora de sentimentos tais quais alegria, tristeza, timidez, medo. Diante disso, a linguagem corporal na educação infantil exerce um papel fundamental nos processos de ensino e aprendizagem. De acordo com Carmo Júnior (1995, p. 19), “quando negarmos à criança se expressar através de movimentos, quebramos uma corrente que começa em suas primeiras experiências vividas, e forçamos um aprendizado progressivo e latente”.
A fim de corresponder ao desafio proposto, você deve propor atividades e situações que possam estimular as funções motoras, perceptivas e socioafetivas das crianças. O objetivo consiste em permitir que elas explorem o ambiente através de experiências concretas e indispensáveis ao desenvolvimento intelectual, tomando consciência de si próprias e do ambiente em que estão inseridas. Nesse contexto, as situações devem envolver, na faixa etária proposta, brincadeiras e jogos de correr, subir, descer, pendurar-se, tais quais circuitos. Utilização de recursos de deslocamento e de incentivo às atividades que envolvam força, velocidade, resistência e flexibilidade, tais quais provas de obstáculos. A manipulação de materiais, objetos e brinquedos que possibilitem o aperfeiçoamento de suas habilidades manuais também deve ser contemplada. Lembre-se de que as atividades devem valorizar as conquistas corporais de cada criança e devem respeitar a individualidade delas.