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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

Conceito de oralidade

Fabiana Claudia Viana Costa Dias

Seminários

Pense em um projeto que ajude o aluno a desenvolver as habilidades necessárias para a apresentação de seminários.

Fonte: Shutterstock.

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sem medo de errar

Para resolver esta situação-problema, entenda que o projeto se constitui como o pano de fundo para as reflexões sobre a oralidade, pois elas são o ponto de partida para a resolução aqui proposta.

Os projetos permitem a construção de conhecimentos que provocam mudanças no estado de coisas da sala de aula, e seria bastante satisfatório se integrassem outros componentes curriculares da educação básica dentro da mesma área de conhecimento ou não. Por exemplo, um projeto pode integrar componentes curriculares da área de Linguagens, Arte ou Educação Física, ou da área das Ciências da Natureza, as ciências ou, ainda, da área da Matemática, componente curricular Matemática.

O seminário pode ser resultante de práticas realizadas pelos próprios alunos, como leitura, interpretação e comparação entre gráficos ou tabelas, as quais, depois, possam resultar em atividade que possa ser utilizada para a área da Matemática; identificação do modo de vida de animais que vivem próximos ao ambiente da escola, para exemplificar uma atividade para a área das ciências. Perceba que esses exemplos, de duas áreas diferentes, reforçam o lugar multicurricular que um projeto pode ocupar.

Dados os temas, seja qual for a área, inclusive a de Linguagens, pense na estruturação de um projeto em que as indicações para a execução do seminário apareçam descritas:

  • Realizadas as atividades de pesquisa, a apresentação precisa ser organizada, e essa organização pressupõe uma ordenação de fala: quem falará primeiro, considerando um projeto que se desenvolva em grupo.
  • Quais são as tarefas estipuladas para cada integrante do grupo (ou da dupla).
  • Como a apresentação será acompanhada: por um roteiro escrito ou impresso; apenas para os apresentadores ou uma cópia para cada aluno; quais recursos multissemióticos serão utilizados (textos escritos, imagens, gráficos, vídeos, etc.).
  • Como será transmitido (recursos audiovisuais): por um meio tecnológico, projetado em sala de aula, será gravado e divulgado para outros fora da sala de aula ou ficará apenas internamente.
  • Modos de se comportar em um seminário: aguardar o turno da conversa, tom de voz, posicionamento corporal, o apresentador estará sentado ou em pé e a direção da fala.
  • Decidir se haverá espaço para questionamentos dos colegas ouvintes e como serão conduzidas as respostas.

Perceba que, mesmo sendo um gênero da oralidade, é preciso certa formalidade, um ajuste nas variedades linguísticas, e isso permite que a criança vá se familiarizando com textos orais que exigem formalidade e postura corporal específicas, que se assemelham a certos textos que circulam no social. Dessa forma, o seminário amplia as possibilidades de participação da cultura letrada, adequando a variedade linguística à situação de comunicação exigida.

Avançando na prática

ORALIDADE: ADEQUAÇÃO DA VARIEDADE LINGUÍSTICA

Na execução do seminário, você percebeu que os alunos priorizam uma variedade linguística bastante informal, que não condiz com o exigido por esse gênero textual na escola. Diante desta situação, você se vê na necessidade de ajustar essa variedade, própria da fala dos alunos, para uma fala considerada mais formal. Como você trataria esta questão? Elabore uma estratégia de ensino que promova a aprendizagem dos alunos e contribua para o desenvolvimento da competência de adequação das variedades linguísticas às situações de comunicação. Lembre-se de respeitar as diferentes identidades e, se julgar pertinente, utilize recursos tecnológicos para resolver essa situação-problema em sala de aula.

A avaliação de um seminário, como de qualquer outra atividade na escola, deve pressupor a devolutiva para os alunos, mostrando a eles quais aspectos podem e devem ser melhorados, estimulando-o a desenvolver sua autonomia. Além disso, a avaliação do seminário deve servir para o replanejamento da sua prática, para que, assim, as dificuldades sejam sanadas nas aulas.

Diante do contexto da situação-problema, você deve ter se lembrado de que o modo como falamos está diretamente ligado à nossa identidade, falamos a variedade da língua com a qual nos identificamos, e essa identificação está ligada ao nosso meio familiar, de grupos e social, daí a importância de se conhecer os contextos cultural, socioeconômico e linguístico aos quais a escola serve. Tudo isso é dito para que você atente ao combate do preconceito linguístico e trate a variedade dos alunos de forma respeitosa.

Você pode gravar as aulas em que os seminários foram apresentados para projetar aos alunos e provocá-los à análise da oralidade ali desenvolvida, tratando respeitosamente os modos de fala que foram apresentados. Essa projeção pode ser analisada pelos próprios grupos dos seminários, solicitando que cada um reflita sobre as falas dos integrantes do seu grupo e, a partir disso, socialize com a sala as percepções levantadas. Perceba que essa é uma situação hipotética e que a realidade pode apresentar particularidades que necessitam de ajustes para essa resolução, por exemplo, os alunos podem ter bastante afinidade entre si, serem mais “desprendidos” e, se assim for, pode ser solicitado que cada grupo analise a fala dos outros grupos; em contrapartida, os alunos podem ser mais tímidos e se sentirem constrangidos em assistir e ouvir a si mesmos e não se sentirem confortáveis em se autoanalisarem. Nesse caso, talvez seja mais satisfatório que assistam a vídeos disponibilizados nas mídias digitais eletrônicas, da fala de outros, desconhecidos, para que cada grupo analise e apresente o que pode ser adequado ao contexto do seminário, relacionando-o à sua própria apresentação. Essa postura ética promove o acolhimento, valoriza a diversidade dos alunos e proporciona uma atitude respeitosa diante da fala deles. Ouça seus alunos e exerça o diálogo e a cooperação.

Bons estudos!

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