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praticar para aprender
Caro aluno, vamos dar início a mais uma seção desta unidade. Como você pode perceber, esta unidade, que encerra o livro, é construída a partir dos documentos oficiais do ensino brasileiro, que direcionam todo o nosso trabalho docente.
Nesta seção, você vai transitar pela Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, no eixo de ensino em que a oralidade é o ponto de destaque. Entenderá como esse objeto de conhecimento, que é a oralidade, é desenvolvido pela Base para a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental.
A oralidade é uma das práticas de linguagem em que podemos expressar nossas ideias, nossos sentimentos, e desenvolver a criatividade e a imaginação; dessa forma, ensinar oralidade na escola é fundamental e indispensável. E como a oralidade pode ser ensinada? Ensinar a oralidade é expandir os conhecimentos que os alunos têm sobre as práticas de oralidade cotidianas, é ir além do que é previsível e conhecido por eles, é colocá-los em contato com gêneros que circulam no social, mas são pouco praticados.
Essas práticas orais se dão das mais variadas formas, sejam disputas em jogos e brincadeiras, reivindicações para serem ouvidas e entendidas, trocas de turnos entre crianças ou entre elas e adultos, situações cotidianas na escola ou em estabelecimentos comerciais, dentre outros acontecimentos, como consultas com médicos e dentistas.
As práticas orais também são responsáveis por estimular que os alunos sejam autores e, nesta seção, discutiremos sobre o que é ser autor, o que é exercer autoria na escola. Pensar a autoria como um dos pilares de se trabalhar com linguagem é considerar que cada criança tem um ritmo na produção textual e que os textos orais e escritos produzidos na escola devem explicitar os interesses e gostos dos alunos.
É aí que o professor exerce um papel crucial para que os alunos assumam esse lugar de autoria em seus textos, tornando-se, assim, protagonistas, e produzindo textos com autonomia.
Na primeira seção desta unidade, você conheceu o contexto que constitui o pano de fundo de todas as situações-problema desta unidade. Esse contexto pedia que você se imaginasse lecionando para uma turma de 5° ano do ensino fundamental, de modo que teria de refletir e resolver situações-problema que direcionassem o seu olhar para este ano ao longo de toda esta unidade, pensando em resoluções que transitem pelos campos de experiência descritos pela BNCC para os anos iniciais: campo da vida cotidiana, campo artístico-literário, campo das práticas de estudo e pesquisa e campo da vida pública.
Você deve ter percebido que este direcionamento tem uma função didática e, quando bem trabalhado, permite compreender os textos que circulam na prática escolar e na vida social e, também, elaborar propostas pedagógicas que coloquem os alunos em contato com diversos gêneros textuais, promovendo a aquisição de habilidades e de competências que sejam previstas para o ano determinado.
Se na seção anterior você apresentou soluções para problemas que priorizaram o campo da vida cotidiana e o campo artístico-literário, nesta seção você vai se debruçar em questões que tenham em seu bojo ainda o campo artístico-literário e o campo das práticas de estudo e pesquisa, vamos lá?
Imagine que você é professor no 5° ano, esse ano de transição entre a infância e a adolescência, que marca o encerramento dos anos iniciais do ensino fundamental, com mudanças pelas quais a criança passa, sejam de ordem física, cognitiva, afetiva, social ou emocional, dentre outras, e isso também precisa ser levado em conta quando elaboramos propostas pedagógicas, sobretudo pensando sobre a continuidade da trajetória escolar. Dadas essas circunstâncias, você é desafiado a criar uma proposta de trabalho em que seus alunos exerçam o protagonismo e sejam autores de seus textos, expressando ideias, sentimentos e usando da criatividade. Para isso, você vai pensar em atividades que contemplem o campo artístico-literário o qual, segundo a BNCC, é o:
Campo de atuação relativo à participação em situações de leitura, fruição e produção de textos literários e artísticos, representativos da diversidade cultural e linguística, que favoreçam experiências estéticas. Alguns gêneros deste campo: lendas, mitos, fábulas, contos, crônicas, canção, poemas, poemas visuais, cordéis, quadrinhos, tirinhas, charge/ cartum, dentre outros.
Lembre-se de que os textos produzidos pelos alunos precisam ser orais, multissemióticos, e serão apresentados em sala, para os colegas. Apresente os processos que você prevê para esta atividade e utilize das competências e habilidades para justificar a proposta elaborada e os objetivos de aprendizagem dos alunos. Bom trabalho!
Vamos para mais uma seção, na qual você vai conhecer como a oralidade pode ser desenvolvida para que a autoria se estabeleça na escola. Siga com seus estudos, caminhando para o final desta disciplina.
conceito-chave
Estamos iniciando a segunda seção da última unidade e, neste momento, você aprenderá como a oralidade é descrita enquanto eixo de ensino em toda a educação básica. A oralidade, vista por esse prisma, é entendida como instrumento para expressar ideias e sentimentos, como forma de ressaltar a imaginação e de exercer a criatividade.
Você já dever ter observado o quanto os jogos e as brincadeiras, por exemplo, desenvolvem a oralidade nas crianças; é por meio dela que os convites às brincadeiras e aos jogos acontecem, as regras são repassadas, as disputas são negociadas, os argumentos são apresentados e o vencedor, quando há, é declarado. A linguagem oral exerce um papel fundamental na formação da identidade da criança, conforme vimos na primeira unidade deste livro, e é com ela que as primeiras interações acontecem.
Desse modo, a oralidade deve ser vista como um objeto de conhecimento a ser aprendido na escola que se estrutura nas relações sociais, no funcionamento dialógico da linguagem, em todos os campos em que os sujeitos estão inseridos. E, como objeto de conhecimento, entramos em uma questão bastante importante para o ensino da oralidade: a autoria. O que é ser autor? Autoria se ensina na escola?
A autoria é um modo de as crianças exercerem seu protagonismo, assim como os jovens, em anos mais avançados da educação básica, e até mesmo os estudantes de graduação ou de pós-graduação, como você. Ser protagonista é “se colocar” no texto, se deixar mostrar pelo conteúdo que descreve no texto. E, assim, a autoria também se ensina na escola. Lembre-se de que considerar a autoria e o protagonismo nos textos dos alunos, tanto orais quanto escritos, é valorizar o modo de escrita eleito pelo aluno, respeitar a produção das crianças, seu ritmo de escrita e seus interesses.
É preciso refletir sobre os modos de olhar a escrita da criança, o papel do professor ao ler o texto do aluno, como um exercício de higienização daquilo que ele escreve. Mais uma vez, retomamos o ponto de considerar a relação linguagem e identidade. As crianças escrevem da maneira como escrevem porque a linguagem as representa, de alguma forma; a variedade presente na escrita das crianças é a variedade que elas reconhecem como sendo a própria língua.
A autonomia e o protagonismo na produção de textos, orais e escritos, constituem pilares para o trabalho com linguagem na escola. É aí que entra a autoria. E, nesta seção, vamos tratar da autoria pela oralidade, pois a autoria também acontece, ou deveria acontecer, em atividades orais da linguagem.
E o que é ser autor? Como desenvolvemos a autoria? Ser autor é uma função de ser sujeito, de modo que produzimos nossos textos pelas regras institucionais. Escrever em uma prova de concurso para professores é bem diferente de escrevermos no grupo de Whatsapp da escola. É a função-autor que direciona a forma e a organização dos nossos textos; assim, ocupar esse lugar de autor na escola (e fora dela) é se submeter às regras, é escrever ou falar com efeito de unidade – começo, meio e fim –, sendo que é do autor que se cobra clareza e coerência no dizer, como nos diz Orlandi (2007).
Para Orlandi (2007), o autor é aquele que produz um lugar de interpretação, isto é, o que ele fala ou escreve é interpretável. Pensar autoria dessa maneira permite considerar que os nossos alunos, na escola, são autores de seus textos, ou podem ser, desde que haja um trabalho com o texto que leve a produções interpretáveis, e isso independe do gosto do professor em relação ao texto produzido pelo aluno.
Até mesmo nos textos da internet podemos ser autores. Nos espaços digitais, ser autor é o ato de organizar as diversas vozes que circulam pelo seu dizer, unindo-as como se fossem uma só, sustentando-se pela linearidade, pela coesão, pela coerência, pelo fechamento de sentido e unidade ao texto, conforme afirma Barriquelo (2009). Compartilhar algo, escrever textos na internet, gravar áudios e vídeos também são modos de exercer a autoria, ou seja, os mais variados textos que circulam na internet também são objetos de conhecimento na escola.
A BNCC coloca a autoria na sustentação do trabalho com linguagem por toda a educação básica, a começar pelas Competências Gerais da Educação Básica, que trazem a autoria na mesma esteira do protagonismo dos alunos, como é o caso da competência 5 (BRASIL, 2017, p. 9). Das competências previstas para todas as etapas, passamos para a educação infantil que, nos campos de experiência, já sinaliza a importância de se exercitar a autoria:
Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca.
Assim se segue também pelo ensino fundamental, quando a Base descreve o Eixo da Produção de Textos e diz que esse eixo “compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos” (BRASIL, 2017, p. 76). Podemos constatar que a autoria está presente em vários outros componentes curriculares, como a Arte, por exemplo.
Vale ressaltar que o próprio ensino médio aponta para a ampliação da autonomia, do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens. A educação básica segue de forma coerente para que os objetos de conhecimento adquiridos em anos anteriores deem suporte para a aprendizagem em anos posteriores, como a autoria no ensino fundamental, que afeta o aluno no ensino médio: “Na BNCC, o protagonismo e a autoria estimulados no Ensino Fundamental traduzem-se, no Ensino Médio, como suporte para a construção e viabilização do projeto de vida dos estudantes, eixo central em torno do qual a escola pode organizar suas práticas” (BRASIL, 2017, p. 472).
A autoria deve sustentar as nossas práticas pedagógicas na escola, para que ecoem fora dela e coloquem nossos alunos como protagonistas de seus discursos, que se posicionem de forma crítica e bem sustentada, seja para defender um ponto de vista em sala de aula, para argumentar no resultado injusto de uma brincadeira do pátio da escola, ou para reivindicar um direito no cotidiano escolar. E isso é bastante praticado pela oralidade, essa prática de linguagem que estamos discutindo largamente neste material, essa prática que é um importante objeto de conhecimento na escola.
Vimos, ao longo deste livro, que ensinar oralidade na escola pressupõe, dentre outras coisas, ampliar o desenvolvimento das experiências de oralidade; falar, a criança já fala, o que a escola precisa, em termos de oralidade, é ensinar os gêneros textuais orais próprios das práticas linguageiras. Isso reforça a importância que a oralidade tem no desenvolvimento de uma série de comportamentos e atitudes, como quando a criança se arrisca para ser compreendida, se fazer ouvir e ouvir o outro, esclarecer mal-entendidos, lidar com a insegurança... E elas fazem isso a todo o momento, seja na relação criança-criança ou criança-adulto, em jogos, brincadeiras, etc. Na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a oralidade é o meio de comunicação mais utilizado entre as crianças.
O componente curricular Língua Portuguesa, por exemplo, tem como um de seus eixos a oralidade. Em todos os níveis da educação básica, a oralidade é objeto de conhecimento, algo a ser ensinado na escola e aprendido pela criança. Nesta disciplina, atentamos para o ensino da oralidade pelo viés desse componente curricular, mas a oralidade precisa estar presente em todas as áreas de conhecimento, pelos componentes que as sustentam; é preciso pensar nas diversas práticas sociais de linguagem permeadas pela oralidade.
Os eixos de integração considerados na BNCC de Língua Portuguesa são aqueles já consagrados nos documentos curriculares da Área, correspondentes às práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise linguística/semiótica (que envolve conhecimentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos de organização e os elementos de outras semioses).
Os estudos sobre a linguagem nesta etapa precisam estar envoltos em reflexões e críticas, e não como conceituação e classificações. Você deve se lembrar do quanto estudou sobre classificações gramaticais: análises morfológicas (substantivo, verbo, advérbios, etc.), análises sintáticas (orações coordenadas, orações subordinadas, etc.) e outras tantas classificações linguísticas durante os anos escolares. Agora, reflita: em que medida esse estudo contribuiu diretamente para o seu aprendizado sobre o funcionamento da língua? Mário Perini, um importante linguista, aponta para uma discussão bastante importante sobre os estudos gramaticais; ele diz que saber a gramática não é garantia de escrever bem e reforça isso exemplificando com o caso do escritor Luís Fernando Veríssimo, que escreve muito bem, mas não sabe sobre gramática (PERINI, 2000).
Estamos, com isso, dizendo que estudar Língua Portuguesa vai muito além das regras; o estudo do português precisa estar pautado nos usos que fazemos da língua nas diversas práticas sociais, e a oralidade deve ser trabalhada de forma contextualizada por essas práticas sociais, com gêneros diversos e diferentes objetos do conhecimento, conforme nos mostra a BNCC. E, então, quais textos você pode trabalhar na escola quando se trata de oralidade? Ao descrever o “Eixo da oralidade” para o componente curricular de Língua Portuguesa, na área de Linguagens, a Base apresenta uma gama de possibilidades:
compreende as práticas de linguagem que ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como aula dialogada, webconferência, mensagem gravada, spot de campanha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista, declamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça teatral, apresentação de cantigas e canções, playlist comentada de músicas, vlog de game, contação de histórias, diferentes tipos de podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a oralização de textos em situações socialmente significativas e interações e discussões envolvendo temáticas e outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes campos de atuação.
Vale ressaltar que os eixos propostos pela BNCC não são separados de forma estanque, muito pelo contrário. Quando consideramos a oralidade, ela deve ser pensada também pelo eixo da leitura, da produção de textos e da análise linguística. Lemos os textos orais, lemos as conversas alheias, interpretamos a fala do outro, do mesmo modo que a oralidade acontece fortemente enquanto produção de textos orais, e suas análises também são realizadas (estrutura das frases, variedades linguísticas, etc.).
Você percebe que, para o aluno ser autor de seus textos orais e escritos, a escola precisa ir muito além de ensinar as regras da língua? Que deve ir além de exercícios de cópia, ou de preenchimento de lacunas, entre outras atividades mecânicas que em nada, ou quase nada, permitem as reflexões sobre a língua, seu funcionamento e seus usos sociais? É aí que o nosso papel de professores precisa ser sempre questionado por nós: que postura eu, enquanto professor, quero ter diante do texto escrito ou falado pelo meu aluno? Serei um leitor que questiona o texto, analisa os indícios nele presentes, provoca o aluno a produzir outros sentidos, estimulando a autoria, ou serei um professor corretor, que compactua com a reprodução, dentro de formas, desconsiderando a variedade do meu aluno, sua identidade e suas vivências?
Assimile
- O que é ensinar oralidade para as crianças em anos escolares iniciais? É aprofundar o conhecimento e o uso da língua oral, apresentar e discutir as características de interações discursivas e as estratégias de fala e escuta em práticas orais.
- Além do eixo da oralidade para o componente curricular de Língua Portuguesa, a BNCC traz os eixos da produção de textos, da análise linguística/semiótica e da leitura.
Reflita
- Então, o que é ser autor? Você se considera autor? Quais autores você conhece?
- Você acha que as práticas de linguagem ensinadas na escola contribuem para que os alunos sejam autores?
Exemplificando
- Ser autor não é o ato de dar nome ao texto. Não são apenas os nomes que ilustram as capas de livros ou assinam grandes escritos que são autores.
Foco na BNCC
Despertar para a autoria na escola é despertar para um protagonismo da vida e, assim, a Base traz como competência 5:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”
Encerramos mais uma seção. Você pôde estudar sobre a oralidade enquanto instrumento para a manifestação de sentimentos e de ideias. Além disso, pôde verificar como a autoria também acontece na oralidade e entender o papel da escola na prática da função-autor. Adiante, na próxima seção, você vai se deparar com a oralidade na dimensão da prática social e, por conseguinte, na oralidade como objeto de conhecimento da escola.
Vamos para a próxima e última seção deste livro?
Esperamos por você!
faça valer a pena
Questão 1
A autoria é considerada por muitos como um produto da escrita. Com relação à oralidade e à autoria, no que tange ao ensino, complete as lacunas da sentença a seguir:
A __________ também é o lugar de desenvolvimento da __________ na escola. Só é possível desenvolver a __________ se o protagonismo e a autonomia forem levados em consideração, e se a __________ for levada em conta e o professor não se colocar apenas como __________ do texto do aluno
Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente.
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Correto!
Sequência correta: oralidade / autoria / autoria / criatividade / corretor.
Você estudou, nesta seção, que a oralidade também é espaço para o desenvolvimento da autoria, ou seja, não somos autores somente na escrita, mas também na oralidade. Só podemos desenvolver a autoria se o protagonismo e a autonomia forem levados em consideração, assim como a criatividade. Um professor leitor do texto do aluno valoriza o texto do aluno, seus ganhos, seus pontos de autoria, o que não é realizado pelo professor corretor.
Questão 2
A Base Nacional Comum Curricular apresenta, no componente curricular de Língua Portuguesa, quatro eixos: oralidade, leitura/escuta, produção de textos e análise linguística/semiótica. Uma das explicações para o ensino da oralidade aponta:
“Assim, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, no eixo Oralidade, aprofundam-se o conhecimento e o uso da língua oral, as características de interações discursivas e as estratégias de fala e escuta em intercâmbios orais.”
Tomando como referência a Base Nacional Comum Curricular e os estudos desenvolvidos na disciplina Linguagem e Oralidade, desenvolvida neste livro, reflita sobre a relação oralidade e autoria e julgue as afirmativas a seguir em Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
( ) Na oralidade, não é possível o aluno ser autor, porque, para ser autor, é preciso assinar o texto que se produz, dar um nome e ter registros escritos.
( ) A autoria é resultado de trabalho com a escrita ou com a oralidade, em que o aluno se coloca no texto, mostra seu ponto de vista e o defende.
( ) A Base Nacional Comum Curricular considera a autoria em todos os níveis da educação básica, desde a educação infantil até o ensino médio.
( ) A autoria é um modo de escrita que deve ser desenvolvido nos anos finais do ensino fundamental e por todo o ensino médio.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
Correto!
A autoria, a partir da perspectiva que apresentamos neste livro, é também possível na oralidade. Ser autor é se posicionar em um texto, oral ou escrito, e não se limita apenas a quem assina um determinado texto. Por esse motivo, estudar a autoria na escola é bastante importante, em todos os níveis da educação básica, desde a educação infantil ao ensino médio.
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Questão 3
Função sujeito-autor é a função em que o sujeito falante está mais afetado pelo contato social (submetido às regras das instituições); é a função que o eu assume enquanto produtor de linguagem. Para que o sujeito se coloque como autor, precisa estabelecer uma relação com a exterioridade, ao mesmo tempo em que ele se remete à sua própria interioridade (ele aprende a assumir o papel de autor e aquilo que ele implica). Para ser autor, o sujeito precisa estar inserido em uma cultura, uma posição no contexto histórico-social.
Com base na citação apresentada, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
- As experiências para o desenvolvimento da oralidade, com todos os seus elementos constituintes – o texto, sua produção, sua circulação e recepção, as entonações, os ritmos, etc. –, contribuem para o desenvolvimento da autoria, para que o aluno se coloque como produtor de linguagem, em um determinado contexto sócio-histórico.
PORQUE
- Na oralidade, os alunos se deparam com uma variedade de gêneros textuais que circulam no social, que já estão em funcionamento e, enquanto objeto de conhecimento, a oralidade possui habilidades que precisam ser desenvolvidas pelas práticas desses diferentes gêneros para que o conhecimento e o uso da língua oral se aprofundem.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
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Correto!
Nesta seção, discutimos a relação da oralidade com a autoria e, diante disso, as experiências para o desenvolvimento da oralidade, com todos os seus elementos constituintes – o texto, sua produção, sua circulação e recepção, as entonações, os ritmos, etc. – contribuem para o desenvolvimento da autoria, para que o aluno se coloque como produtor de linguagem, em um determinado contexto sócio-histórico. O aluno só pode ser produtor de linguagem no caso de se sentir autor de seus textos e de produzir sentidos vários naquilo que elabora.
Tanto a asserção I quanto a asserção II são verdadeiras, mas uma não é consequência da outra. Assim, a asserção II traz afirmações importantes sobre a oralidade. Há uma quantidade gigantesca de gêneros textuais circulando no social e é preciso desenvolver habilidades que são próprias desses gêneros.
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referências
BARRIQUELO, V. Autoria e leitura: nas telas do discurso. In: INDURSKY, F.; FERREIRA, M. C. L.; MITTMANN, S. (Orgs.). O discurso na contemporaneidade: materialidades e fronteiras. São Carlos: Claraluz, 2009. p. 439-450.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3dD2zE0. Acesso em: 24 abr. 2020.
CASTRO, L. M. F. R. F. Autoria e oralidade na educação infantil: o papel do arquivo. 2019. 132 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3cWrx1S. Acesso em: 13 dez. 2020.
ORLANDI, E. Interpretação; autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
PACÍFICO, S. M. R. Argumentação e autoria: o silenciamento do dizer. 2002. 190 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2002.
PERINI, M. Sofrendo a gramática. 3. ed. São Paulo: Ática, 2000.